Natália 13/09/2012http://www.vireapagina.comAs Crônicas do Mundo Emerso é um épico concebido na modernidade. Todo o cenário, a trama e até a personalidade da protagonista remetem a esse gênero tão aclamado no meio literário. O grande diferencial, entretanto, está na personagem principal: uma mulher sexy, forte e petulante. Além disso tudo, a narrativa, toda trabalhada na segunda pessoa, deixa uma nuance ainda mais heroica.
"QUEM ÉS TU???", haha adoro.
No começo do livro, Nihal ainda é apenas uma criança de treze anos. Esse fato me deixou um pouco desanimada no começo, pois minha cota de personagens pré-adolescentes já estourou faz tempo. Portanto, se você compartilha desse sentimento, pode ficar tranquilo pois em A Garota da Terra do Vento são compactados cinco~seis anos da vida de Nihal. Bom, essa foi uma estratégia para nos mostrar a evolução da menina tanto nas suas técnicas de batalha quanto na maturidade mental, apesar de não ter tido grande avanço na segunda parte. Durante todo o livro, Nihal é confiante - até demais -, desobediente e furiosa no campo de batalha, mesmo que seja de brincadeira.
A autora gosta de salientar as qualidades de Nihal. Como já disse e pudemos perceber pela sinopse, ela é uma guerreira singular. Sabe, desde criança, a manejar uma espada melhor do que muitos homens e se orgulhosa muito disso. Mas Licia vai além de suas habilidades com a espada e, conforme Nihal cresce, dá mais atenção aos pontos físicos da agora mulher, como suas curvas e seios abundantes. Achei essa parte um pouco forçada, pois torna Nihal perfeita demais. Para uma mulher que pratica exercícios pesados todos os dias, não há como ter curvas perfeitas. Como vocês sabem, a cintura, os seios e todas as curvas femininas só existem graças à nossa capa de gordura, e alguém que combate em uma GUERRA, praticando exercícios todos os dias e ainda sofrendo com a miséria acompanhante de tempos de luta, não há gordura nenhuma. Enfim.
Os outros personagens, como Soana, a maga-tia de Nihal e Senar, seu a princípio inimigo, não foram muito bem construídos. Todos parecem meio iguais de personalidade, achei que faltou um pouco mais de construção em cima deles. Pelo menos em cima de Senar, que é muito importante para a história. Apesar disso, o título do próximo volume sugere um destaque maior a ele, portanto acredito que esse meu desejo será atendido.
Vou ser sincera com vocês: esperava mais desse livro. Como vocês sabem, adoro protagonistas femininas fortes, mas Nihal só me pareceu uma menina mimada, egocêntrica e até egoísta. Ela sofreu muito na vida, é verdade, mas desde criança, quando sua infância era quase perfeita, ela já era assim, nojentinha. Além disso, Senar, seu muito provável par romântico, é muito sem sal. Porém, contudo, entretando... A trama é boa demais. A história em si, o enredo, me prendeu até o fim, só por isso li até o final.
A Garota da Terra do Vento teve um quê introdutório, mostrando ao leitor o treinamento de Nihal na maior parte do tempo, justificando suas habilidades. Pra mim, o melhor ainda está por vir, com A Missão de Senar e o terceiro livro que não sei o nome rs O ponto mais importante do livro ficou solto e preciso saber dele pra morrer feliz.
Bom, é isso. Recomendo que leiam esse primeiro volume sem muita expectativa, mas leiam porque parece que vem coisa boa por aí.
Até mais!