The Stone Sky

The Stone Sky N. K. Jemisin




Resenhas - The Stone Sky


7 encontrados | exibindo 1 a 7


jiangslore 16/07/2021

[5/5]
É muito difícil encontrar palavras para descrever o que foi essa leitura. Nesse momento, quando eu finalmente comecei a escrever depois de encarar a tela do computador por uns bons 10 minutos, estou no mesmo estado emocional no qual eu me encontrei logo após ler a última linha de The Stone Sky: uma pilha de sentimentos contraditórios. Estou feliz por ter amado o livro, triste porque acabou, satisfeita com o final, morrendo de vontade de saber o que acontece depois. Não faz sentido, mas é uma situação que combina com o livro, pois The Stone Sky é, acima de tudo, uma narrativa extremamente humana, e não existe nada mais humano do que um comportamento contraditório.

Se, por um lado, os dois primeiros volumes da trilogia tiveram como tema principal a forma que a desigualdade existente no mundo pode afetar uma pessoa; por outro, The Stone Sky trata do que o indivíduo atingido deve fazer com a dor que lhe foi imposta e com a sociedade que a impôs. Acho que é evidente o quão injusta essa situação é: por ser tratada de forma inferior, uma pessoa é obrigada a lidar com as consequências disso e a fazer escolhas extremamente difíceis. Afinal, por que salvar um mundo que te vê como algo inferior? Não seria melhor destruir tudo? Algumas coisas não podem ser consertadas.

Mas outras podem. E é aí que vem a contradição incrível desse livro. É estranho dizer que um livro permeado por tanta raiva e dor também possua esperança, mas essa é a verdade quando se trata de The Stone Sky. Há esperança nos laços que Essun desenvolveu com outros personagens, há esperança até nos laços que ela perdeu. E há esperança para o mundo, também, mesmo que a mudança seja algo milhões de vezes mais difícil que a destruição.

Antes, mencionei que não há nada mais humano que o comportamento contraditório. Agora, eu acrescentaria que, entre os comportamentos contraditórios que um ser humano pode ter, um dos principais é querer mudar o mundo apesar de diversas tentativas nesse sentido terem falhado durante a história. E é isso que The Stone Sky aborda de uma forma incrível.

Recomendo demais a leitura dessa trilogia. N. K. Jemisin fez algo realmente especial nesses livros. A forma que essa estória é contada é um diferencial incrível com relação a outros do mesmo gênero.

(Essa resenha ficou bem menor do que a maioria que eu faço, mas acredito que é porque, com The Stone Sky, me encontrei em uma situação de gosto-tanto-disso-que-não-consigo-encontrar-palavras-para-expressar-o-quanto-essa-coisa-é-especial-para-mim. Essas situações não são muito comuns para mim, porque encontrar palavras para falar sobre coisas é algo que eu amo fazer. Mas enfim. Acontece.)
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Kaicchan 29/05/2023

Simplesmente excelente
Como falar de The Stone Sky sem antes falar sobre o racismo e a xenofobia que permeiam toda a nossa sociedade? Sem falar sobre o medo do diferente e a forma injusta e dolorosa da qual nosso mundo foi construído?

The Stone Sky, diferentemente dos outros dois primeiros livros que abordam mais a crueldade do mundo e a forma como a vida de todos é afetada pelo preconceito e discriminação, fala sobre esperança e o que pode ser feito para um futuro melhor. Mais do que um livro, The Stone Sky é uma sugestão para todos nós, do que podemos fazer para melhorar o mundo em que vivemos.

O livro não nos deixa enganar entretanto: algumas coisas estão quebradas demais para serem consertadas, mas, como o próprio livro nos diz, para que lamentar um mundo que está quebrado? Nós precisamos nos enraivecer por ele ter sido construído assim em primeiro lugar.

The Stone Sky é uma história incrivelmente humana e profunda, que nos traz uma complexidade intensa. Uma leitura que vai te abalar e com certeza te fará refletir no seu papel no mundo.
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Soterradaporlivros 18/01/2019

Gente, geeeeente! Tá, eu não consigo ficar calma pra falar desse livro, dessa série, não consigo! Também não vou falar detalhes, porque não quero dar spoiler, mas pára o que você tá fazendo e começa a ler essa série!

Eu andei falando sobre esse livro no grupo do #lendoscifi essa semana e vou só repetir meus argumentos:

- Os personagens principais são mulheres;
- são mulheres fortes!
- mulheres cheias de qualidades, mas mulheres reais e cheias de defeitos;
- tem uma personagem trans, e ela é apresentada de uma maneira tão natural que você nem vai lembrar disso, porque ela é mulher e acabou;
- poliamor! Mais uma vez de maneira bem natural e é tão lindo;
- os personagens são quase todos negros e francamente, até os brancos não são exatamente brancos e isso é lindo, porque ainda assim tem diversidade, tem que ler pra entender.

E só queria dizer que nada disso foi spoiler da história, nadinha!

Agora vai lá, joga dinheiro no colo da livraria e começa a ler porque eu tô dizendo que é incrível e pode acreditar! Tá aí minha indicação!

Obrigada, de nada!
Mateus 08/02/2020minha estante
Wow que grande porcaria de resenha pra uma história tão bonita. Da pra parar de impor agenda política em tudo? Foi o primeiro autor que conseguiu abordar esses temas de maneira a não parecer político e de maneira natural, e você simplesmente está estragando tudo com essa resenha. Porque vocês não organizam logo uma força militar pra exterminar todos os brancos héteros da face da terra?




luisasfreitas 19/02/2021

Um desfecho para essa série perfeita
Não tenho muito o que dizer, além de que esse livro fechou os enredos e uniu as pontas soltas de partes muito importantes da história.
A forma como a autora nos explica coisas que iniciaram o primeiro livro da trilogia e só descobrimos o que realmente aconteceu agora é impressionante.
Uma menção honrosa para a incrível personagem dessa história que é Essun, uma personagem que luta, sofre, tem tantas feridas e evolui tanto durante o percurso da história, principalmente nesse terceiro e último livro.
Trilogia indispensável e incrível com uma história de emocionar e refletir sobre tudo, inclusive a nossa harmonia com o planeta em que vivemos.
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Paulo 28/04/2019

Se eu posso falar em uma série marcante e que mudou a nossa forma de encarar narrativas, essa é ela. Com esse terceiro volume, N.K. Jemisin se solidifica como um dos maiores nomes da literatura de gênero no século XXI. Stone Sky é um clássico instantâneo, uma daquelas leituras que possui camada após camada, significados atrás de linhas. Poucas vezes eu me deparei com algo tão impactante na minha vida como essa leitura. Algo que foi capaz de conversar comigo, de me deixar algo. E uma leitura que me convida a relê-la em breve para tentar captar mais significados. Algumas pessoas dizem que trilogias tendem a decair nos volumes subsequentes. Que o impacto inicial é muito mais um fogo de palha que esmaece depois. Tal não é o caso aqui. Os volumes finais são ainda melhores do que A Quinta Estação que hoje parece estar em um passado não muito distante.

Aviso aos navegantes: tem leves spoilers aqui. Como se trata de um terceiro volume, é inevitável dar spoilers de volumes anteriores. Continuem por conta e risco!

Pode não parecer, mas quase dois anos se passaram desde a tragédia que se abateu sobre a família de Essun em Tirimo. Muita coisa aconteceu com Essun e Nassun. É óbvio que as experiências que ambas viveram, as mudaram em um sentido muito profundo. Alabaster canta a bola lá em Portão do Obelisco: algumas coisas não podem ser consertadas. É com esse sentimento que entramos em Stone Sky, última parada neste épico escrito por N.K. Jemisin. Sabemos agora que, para corrigir o mundo e acabar com as Estações é preciso resgatar a Lua. Algo aconteceu ao satélite que arrasou com o mundo. Então vamos falar de cada parte apresentada neste terceiro volume.

Depois de deter a invasão da Rennanis, Essun está devastada. Ela precisou abrir o Portão do Obelisco e com isso começa a sofrer o mesmo mal que se abateu sobre Alabaster. Seu braço esquerdo se tornou pedra. Apesar de acharmos que as coisas tem um conserto, sabemos que no mundo de Jemisin, as coisas se sucedem normalmente. Não existem milagres. Então sabemos que a vida de Essun está por empréstimo. A gente quer se convencer do contrário, mas a cada novo capítulo, Jemisin vai colocando mais um prego no caixão da personagem. E isso vai nos machucando pouco a pouco. Ao conversar com algumas pessoas, eu defini os trechos da Essun como um longo calvário até o derradeiro fim. Assim como aconteceu com Alabaster, a cada momento que passamos ao lado dela, vemos uma parte dela se esfacelando, chegando ao fim. É de uma tristeza insuportável que vai derramando lágrimas a cada novo capítulo.

Essun cresce muito como personagem. Aqui temos uma personagem que viveu muitas experiências dolorosas e outras de solidariedade e foi capaz de reconstruir sua personalidade. A Essun que encontramos aqui é capaz de pensar com amor em Castrima. Em entender que ela é a responsável direta por encontrar um novo lar para Ykka, Hjarka, Tonkee, Lerna e todos os outros. Esse sentimento que nasceu de uma aceitação dela como parte de uma comunidade. Pessoas que não se importavam se ela era comum ou orogene. Aceitaram-na como ela é, com todas as suas qualidades e defeitos. Mas, apesar de tudo isso, Essun é uma mãe. Alguém que perdeu dois filhos e tem uma terceira nas mãos de pessoas as quais ela não confia. E cada segundo que ela perde, é um momento em que a vida de Nassun está em perigo. No final, este terceiro volume é Essun tentando entender o que a levou até aqui. Por que ela continua seguindo em frente? Para quem ela está lutando? E essa resposta chega no final de Stone Sky com uma carga de sentimentos avassaladora.

Talvez eu possa estar enganado, mas acredito que Nassun seja a verdadeira protagonista deste terceiro volume. E é triste pensar que as tragédias são cíclicas. A narrativa te empurra esse discurso à medida em que a Terra tira tudo que Nassun ama. Vimos a tragédia responsável pela abertura do portão no final do segundo volume. Nassun o abre para se defender de um Jija preconceituoso e que desejava matá-la mesmo amando-a. Aquele em quem ela mais confiava se revelou alguém que não a queria por perto. Então ela desenvolve um amor incondicional por Schaffa. Sim, o mesmo Schaffa que foi o Guardião de Damaya/Syenite/Essun. O mesmo que a fez enxergar o amor como uma dor. Mas, este Schaffa que se dedica à Nassun, é alguém amoroso e carinhoso. O pai que a personagem tanto precisava. Graças aos poderes amplificados da personagem, ela consegue libertar o ex-Guardião da dependência em relação à Terra. Schaffa apenas deseja o melhor para Nassun. A transformação do personagem é incrível e isso se dá porque ele percebe que seu amor se transformou em acalento, em fazer o bem para outro. Mas, ainda temos Aço (o Homem Cinzento), o comedor de pedra que está junto de Nassun.

Aqui vale frisar que um dos grandes temas deste terceiro volume é o que fazer com este mundo tão decadente. Duas propostas surgem: trazer a Lua de volta e acabar com as Estações ou destruir tudo para começar de novo. Cada uma das propostas tem seus méritos e as situações vão colocando as personagem em caminhos opostos. Se por um lado Essun deseja atender ao último pedido de Alabaster, Nassun deseja apenas destruir tudo. É o sentimento que Essun tinha quando perdeu Uche em Tirimo. Nossa pequena personagem não teve o luxo de contar com alguém que pudesse aplacar sua fúria e tristeza. Por essa razão vemos que uma jovem e inocente menina precisa lidar tão cedo com o sentimento de perda. Até chegar a Corepoint, temos Nassun dividida sobre o que fazer. Mas, infelizmente, as situações que se sucedem com ela acabam colocando-a em um caminho de destruição.

Também ficamos conhecendo a verdade por trás dos orogenes, dos Guardiões e dos comedores de pedra. E é aí que finalmente surge o nome da megalópole Syl Anagist, onde todos os sonhos eram reais. Mas, esse bem estar vem em detrimento do sofrimento alheio. E a história por trás da glória de uma megalópole onde as pessoas não tem necessidades e tudo é possível é manchada de sangue. Na hora me veio à mente a exploração dos escravos negros durante o período colonial. Para que os senhores de engenho pudessem ter uma vida abastada, o sangue dos mesmos precisou lavar o solo. Mas, em Stone Sky, os seres são mantidos na ignorância. Por viverem em lugares escuros, sendo negados por aqueles a quem dão conforto, Howha e seus irmãos vão revelando as camadas por trás de uma sociedade desigual. Pior é quando eles descobrem sobre os Niess e sua relação com os mesmos. É totalmente justo e correto pensarmos que sua revolta é justificada. E, mesmo se tentarmos conter os ânimos no fundo do solo, quando eles estouram, aparecem como um vulcão em erupção. A tragédia que acontece antes da primeira Quinta Estação é algo que há muito era previsto.

A ideia de separar orogenia e magia é genial. E entender qual a importância da magia é fundamental para podermos ligar os pontos da trama do primeiro até o terceiro volume. Enquanto que a orogenia surge de uma capacidade evoluída a partir de traços de um determinado povo, a magia é algo que vem da própria Terra. Então não é de estranhar que a gente comece a ligar os pontos e entender que existe um terceiro inimigo nesta história. Um inimigo este que esperava uma oportunidade para se revelar. Ele dá várias pistas de que está ali, mas somente a partir deste terceiro volume que conseguimos finalmente encontrar as lacunas que nos permitem relacionar acontecimentos. E esta é a genialidade de Stone Sky. Jemisin consegue amarrar as três narrativas e os outros dois volumes, de repente, se tornam ainda mais ricos em informações. Se nos outros dois volumes, a autora brincou com ferramentas de escrita (no primeiro com o plot twist das narradoras e no segundo com quem estava contando a história de Essun), no terceiro o mérito está todo em simplesmente amarrar tudo e fornecer uma história coesa.

Preciso comentar também sobre a quebra de clichê total que a Jemisin faz no final. Em uma situação que envolve um confronto inevitável lá no final, ela surpreende totalmente o leitor. Uma cena que já vimos em dezenas de filmes e sempre envolve uma postura de abnegação. E, no entanto, a postura da personagem envolvida é tão natural dela, que eu não esperaria nada diferente. Quando eu me dei conta da decisão dela, eu chorei. Foi aonde a história realmente me pegou e a gente compreende a importância dos laços de amor que ligam duas pessoas. Aquele momento foi importante para mim porque eu pude finalmente entender o que isso pode vir a significar na minha vida. E a Jemisin me derrubou completamente.

Uma das avaliações que eu vi na internet no ano passado se perguntava se o final de Stone Sky é um final ou é um começo. Imediatamente me veio na cabeça o final de um game de Playstation chamado Final Fantasy VII. (desculpa, gente... spoilers).... Após os créditos passarem, vemos uma cena final com Red XIII e seus filhos correndo por uma planície e chegando no topo de uma colina apenas para ver um cenário de um mundo renascendo, mesmo ele estando muito cinza ainda. É essa a impressão que eu fico com o final de Stone Sky. Um recomeço onde temos personagens completamente modificados pelas experiências. Mas, ao mesmo tempo, muito mais cascudos e vividos. Pessoas que irão refletir se irão ou não cometer os mesmos erros de seus ancestrais. E aí, eu volto ao raciocínio do primeiro parágrafo: Stone Sky é uma obra épica que vai te fazer pensar por muitos dias a respeito do que a autora queria dizer e quantas interpretações podemos tirar de sua narrativa. É uma obra que merece todos os prêmios que recebeu e muito mais. Já é um clássico do gênero para mim.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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sleepingnerd 07/02/2020

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Wow. This ending has left me breathless and heartbroken, feeling way too much things at once.

I love how, throughout this series, the themes of pain and blood and oppression are always interwoven with the greater narrative of motherhood and family. Nassun and Schaffa, Nassun and Essun, Essun and her impossible, found-at-the-end-of-the-world family... It's always given as much importance as the opression, and pain, and the hardships of survival. Maybe it would be too unbearable to read otherwise. This is, after all, quite a dark and grim book series.

I liked seeing Hoa's perspective, and finally understanding a bit of what the fuck was going on. That was gradual, though. I wonder if it was the author's intention, or if I'm just too dumb to really understand everything.

The ending was a perfect wrapping up of the series, and made so much sense for the characters. I ached, for every and each one of them, for Nassun and Essun the most. I ached so much for them. But the ending... yeah. Yes, it was beautiful. Those books were beautiful, and I'm both glad and sorrowful to have come to the end.
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