Gabs 22/01/2015Uma Farsa? Afinal, quem era Lobsang Rampa?Galera, vou ler este livro no mês que vem, então dei uma pesquisada sobre ser farsa ou não.
Segue abaixo um trecho investigativo, que tirei do site http://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/lobsang-rampa-o-polemico-medico-de-lhasa
Acho que só lendo, e embasando em outros conhecimentos vividos, vou poder opinar se o autor é só criativo e farsante ou se ele realmente teve um bom contato com algumas verdades.
"Uma Farsa?
Afinal, quem era Lobsang Rampa?
Relatos do guru Agehananda Bharathi, autor de Light at the Center: Context and Pretext of Modern Mysticism (1976), dão conta de que quando a respeitada editora britânica Secker & Warburg recebeu o primeiro manuscrito de A Terceira Visão, então assinada por um certo dr. C. Kuon Suo - pseudônimo adotado por Lobsang Rampa – surgiram desconfianças acerca de sua procedência. Cautelosos, os editores enviaram cópias da obra para o próprio Agehananda, profundo conhecedor das tradições orientais. Seis meses depois, seu veredicto: tratava-se de uma falácia que não deveria ser publicada. "Quando li aquele livro, as primeiras duas páginas deram-me a certeza de que o autor não era tibetano, e as dez páginas seguintes, de que ele nunca havia estado no Tibete ou na índia e não sabia nada sobre o Budismo, nem sobre o tibetano, nem sobre qualquer outro", contestou.
Cópias da obra também foram enviadas a outros estudiosos do Tibete, entre eles Hugh Richardson, um dos últimos ingleses a residir em Lhasa antes da ocupação dos chineses, Marc Pallis, estudante britânico, e até mesmo Heinrich Harrer, autor do livro Sete Anos no Tibete, que ser viu de base para o roteiro do filme homônimo lançado em 1997. O filme, aliás, é uma deliciosa e intrigante confirmação de todo o universo descrito no primeiro livro de Rampa. As rodas de orações, o Potala, o telescópio do Dalai Lama, os chortens, está tudo lá. Detalhe: Sete Anos no Tibete foi escrito em 1953, e A Terceira Visão, em 1955.
Consultados acerca do manuscrito da primeira obra de Lobsang Rampa, tanto Harrer, quanto Pallis e Richardson foram da mesma opinião: o livro era uma fraude e seu autor, um impostor.
Suas admoestações pareceram não preocupar os editores que, independentemente das opiniões contrarias, e talvez antevendo o potencial de vendagem do livro, optaram por publicá-lo assim mesmo.
O que aconteceu é o que já se sabe: um sucesso de vendas, repercutindo no mercado editorial do mundo inteiro.
Para Harrer, Pallis e Richardson, um sujeito estranho de procedência duvidosa não tinha o direito de representar a cultura tibetana perante o mundo.
Excesso de zelo, ou Rampa seria mesmo detentor de conhecimentos cuja divulgação não interessaria a certos grupos? Seria de se esperar da superioridade ética de um lama revelações como "muros do Potala guardam-se blocos e blocos de ouro, sacos e sacos de pedras preciosas, e relíquias que datam de épocas remotíssimas?"
Pura indiscrição ou fantasia para atrair leitores incautos?
Seja qual tenha sido o motivo de preocupação, os três conhecedores dos mistérios tibetanos, decidiram contratar por conta e risco o detetive Clifford Burgess, que investigou a vida de Lobsang Rampa. Relatório final de Burgesss: o homem que se auto-intitulava lama tibetano jamais tinha estado no Tibete, não tinha uma gota sequer de aristocracia tibetana no sangue e era, na verdade, Cyril Henry Hoskins, nascido em Devon, Inglaterra, filho de um encanador. Nas horas vagas, freqüentava várias livranas e bibliotecas, dedicando-se a leituras esotéricas, notadamente A Doutrina Secreta, de Mine. Blavatsky, e outros de seu discípulo, Charles Leadbeater, sobre teosofia, ambos pródigos pelas descrições da cultura e da religiosidade orientais.
Forçado pela mídia e pela opinião pública a se explicar, o autor foi perseguido e, por fim, declarou: seu corpo era o de um cidadão comum que, por uma espécie de mediunidade, fora tomado pelo espírito de um lama tibetano.
Abriram-se então controversas possibilidades para a explicação de Rampa. De um lado, leitores de espírito mais aberto, absolutamente crédulos quanto à versão da mediunidade, ou canalização; de outro, os céticos, convencidos de que o autor havia forjado sua identidade e escrevera não mais do que um resumo fantasioso do que havia absorvido nas tardes passadas dentro das livrarias. Talvez o próprio livro de Heinrich Harrer tenha fornecido a ele embasamento para tão detalhistas descrições.
Estava lançada a polêmica. Mas parecia ser tarde demais. Rampa/Hoskins já havia conquistado milhares de fãs em todo o mundo, incluindo guias espirituais e até mesmo personalidades altamente credenciadas do meio acadêmico. Se era um farsante, não se pode negar seu talento literário. O livro foi um fenômeno de vendagem e, queiram ou não, entrou para o rol dos clássicos da literatura esotérica."
site:
http://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/lobsang-rampa-o-polemico-medico-de-lhasa