Fernanda | @psiuvemler 08/06/2017O Triturador | Blog Psiu, vem lerDepois do assassinato do pai sob circunstâncias bem curiosas, a vida de Finn Maguire se transforma completamente, principalmente porque ele vira o único e principal suspeito e agora precisa lidar com as investidas do inspetor Prendergast, encarregado de achar o responsável pela morte de seu pai. Intrigado pelos motivos que levaram a esse crime, ele resolve procurar respostas por conta própria, envolvendo-se com pessoas extremamente perigosas e vivendo coisas que nunca imaginaria.
Finn nunca foi um garoto ilustre. Com 17 anos, ele já abandonou os estudos e leva a vida trabalhando no caixa de uma lanchonete às margens da falência. Disléxico, ele nunca aprendeu a realmente ler, sabendo apenas o necessário para se virar na vida, e por isso não tem grandes esperanças de conseguir um trabalho de grande valor. Seus dias são empurrados com a barriga, sem grandes emoções, resumindo-se da casa ao trabalho e aos exercícios matinais que ele faz questão de não interromper.
Todo esse fracasso ele agrega à mãe, que abandonou a ele e ao pai há muitos anos. O relacionamento entre Finn e seu pai nunca foi dos melhores. Noel é um roteirista que não se deu bem na vida, mas que segue firme escrevendo roteiros sobre os mais variados assuntos, fiel de que seu sucesso ainda vai chegar. Ele é acostumado a passar horas fora de casa, frequentando bares e conversando com estranhos para conseguir detalhes para suas histórias, até o dia em que é espancado até a morte em seu local de trabalho: a mesa de casa.
Muitas coisas acontecem após o assassinato e Finn está destinado a descobrir quem matou seu pai e qual o motivo disso, mas o garoto acaba se envolvendo em coisas que não compreendia e cada passo que ele dá é um risco a mais que ele corre. Pessoas estão atrás dele por motivos que até então desconhecemos e Prendergast continua tentando culpá-lo por algo que ele não cometeu.
O Triturador é uma montanha russa de acontecimentos e reviravoltas. Somos apresentados a diversos gêneros literários em um único exemplar e isso pode ser tanto bom quanto ruim, vai depender muito das suas preferências de leitura. Em algumas páginas acompanhamos os primeiros passos de um romance, onde muitas das sensações são novas para nosso protagonista; há aquelas partes repletas de ação, lutas e ossos quebrados, que, para mim, foi onde a leitura fluiu mais rápido; e também teve os momentos de tensão, mistério e suspense, quando Finn estava à espreita das pessoas que considerava suspeitas pela morte do pai e foi nesse momento que a leitura se tornou devagar para mim.
São necessárias várias páginas de investigação pela parte de Finn até que apareça uma cena de maior ação, mas quando essas aparecem, os apaixonados por lutas e sangue não têm do que reclamar, pois a narração do nosso personagem principal muitas vezes é bem violenta. E isso contrasta bastante com os momentos onde ele se encontra com uma garota, ou quando está pesquisando sobre as vidas dos supostos envolvidos no assassinato do pai.
O trabalho da editora ficou ótimo e eu adorei essa capa, mais ainda depois que entendi o significado dela. A única ressalva são os diversos erros de digitação e revisão que eu encontrei durante a leitura, como letras faltando ou palavras erradas. Também senti falta de alguma informação na capa que dissesse se tratar de uma trilogia, pois só descobri isso por conta de pesquisas na internet. A trilogia já está completa no exterior; foi escrita por Niall Leonard, esposo de E. L. James e roteirista de Cinquenta Tons Mais Escuros.
Eu recomendo O Triturador para quem gosta de um bom suspense com altas doses de adrenalina. O autor não tem medo em exagerar nos detalhes das lutas entre os personagens, tanto que algumas das coisas que aconteceram, a meu ver, pareciam até impossíveis, considerando as circunstâncias. O enredo possui alguns palavrões, o que não me agradou muito, mas mesmo desconsiderando isso, não é uma obra que pretendo reler em breve, apesar dos pontos positivos.
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