Nada Consta

Nada Consta Danilo Japa Nuha




Resenhas - Nada Consta


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Naty__ 24/05/2017

Uma grande lição
Absolutamente abandonado. As fraldas indicam, com o choro incessante, que é um bebê. Pessoas passam e encontram aquela criança na porta de um bar. Aqueles corações, moles, sentem dó do pequeno; se perguntam o motivo de tamanha atrocidade. Ninguém entende, eles não sabem explicar, mas apenas observam que há uma vida ali, no meio daquele nada, junto com a solidão.

É com essa reflexão que inicio esta resenha. Quantas crianças são largadas pelos pais? Quantos pequenos são abandonados, sem sequer ter o poder de escolha, o poder de demonstrar a sua vontade e de clamar por ajuda? Danilo foi um desses garotinhos. Um menino lindo, saudável, mas que foi largado por pessoas que eram consideradas seus pais. Até que ponto somos capazes de chamá-los dessa forma? Afinal, entende o Supremo Tribunal Federal que pai é quem cria, pai é aquele que possui um laço afetivo, independentemente do sanguíneo. Então, volto para consertar a expressão: Danilo foi um desses garotinhos abandonado pelas pessoas que o colocaram no mundo.

Ao se deparar com aqueles olhos puxados, aquele jeitinho cativante e o olhar sofrido, aquele casal decide acolhê-lo como um filho e então vão registrá-lo no Cartório. Danilo passa ter a atenção que não tinha, porém, ele cresce num ambiente não muito apropriado para um garoto naquela idade: num bar. Podemos ver imagens dele encostado numa mesa de sinuca e, constantemente, frequentando-o.

Nuha foi quase tudo o que uma pessoa poderia imaginar: jornaleiro, balconista de bar, açougueiro, limpador de fossa, descarregador de caminhão, operário, jornalista, muambeiro, professor de história, instrutor de yôga, fiscal de concurso público, assessor de imprensa, operador de teleprompter, produtor e traficante. Com apenas 16 anos, ele se tornou bandido no Japão; tornou-se contrabandista em Bali.

Quem está do lado de fora apenas pensa em apontar e condená-lo. Porém, quem lê esta obra compreende seus momentos de fraqueza, é claro que acha umas coisas absurdas, mas queremos abraçar o autor, dizer o quanto lamentamos por tudo o que ele passou e o quanto comemoramos por sua superação. Afinal, é fácil julgar quando estamos observando a vida alheia, difícil é passar por tudo aquilo e dar a volta por cima.

Hoje, com uma vida diferente, escrevendo sua obra, o autor nos ensina que é possível sermos melhores do que fomos e do que somos. Parece clichê dizer isso, mas muitos reclamam de barriga cheia, não enxergam que o problema do outro é maior do que o nosso. É isso que aprendemos ao ler este livro. Qual é a sua dificuldade no momento? Ouvir uma reclamação da sua mãe, um descontentamento do pai e ter notas baixas nos estudos? Ser abandonado pelos próprios pais parece mais pesado do que isso, mais triste. O autor tinha muitos motivos para ficar depressivo e entrar num quadro debilitado.

Podemos ter muitas dificuldades físicas, emocionais e diversas outras... Mas será mesmo que é o fim do mundo? Nuha nos mostra que não. Nada é o fim do mundo, nem mesmo o final.
Essa obra nos prepara de muitas maneiras e deveria ser leitura obrigatória para abrir nossos olhos. Nos fazer observar as pessoas de forma mais humana, realista e solidária. Quantas vezes uma pessoa não quer nosso abraço, carinho e atenção? Quantos são rejeitados por seus familiares e só queria um tratamento diferenciado de um desconhecido? Vamos olhar ao nosso redor, ajudar mais as pessoas, tratá-las como humanas e nunca esquecer: se caímos, podemos levantar.

Esta resenha saiu mais como um desabafo, uma lição, e não poderia ser diferente. Nuha nos proporciona isso. Só lendo para entender e para sentir. Você gosta do gênero? Indico para que leia agora. Você não gosta do gênero? Indico para que comece por este, imediatamente.

Se eu tivesse de definir este livro em duas palavras seriam: intenso e indelével.


site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2017/05/resenha-nada-consta.html
Lana Wesley 25/05/2017minha estante

E a primeira vez que leio a resenha desse livro, e não posso negar que consegui sentir a forma como o personagem se senti, e não e pelo fato de já ter passado por isso, mas que pela sua descrição e possível sentir empatia pela sua estória de via, no qual passou por uma denegação, de pessoas das quais lhe deveriam dar amor, e carinho, e na verdade simplesmente lhe viraram as costas. Existem muitas pessoas por ai, querendo esse tipo de vínculo, já que existe tanto a falta dela na sociedade. Esse e um livro, que nos faz refletir, e questionar nossos valores.


nayanebrito 29/05/2017minha estante
Adorei a forma como foi abordada a história dele. Eu estou estudando direito de família esse semestre, e tudo o que você disse está corretíssimo. Nós estudamos muito sobre a dignidade da pessoa humana, e eu pergunto: onde está a dignidade do Nuha? Abandonado pelos pais e exilado, de certa forma, pelo mundo. Cadê a dignidade dele como criança e pessoa? Essas questões a gente fala muito. Tudo que é discutido e abordado em sala é pra preservar o melhor interesse da criança. Também não se pode deixar de falar do Estado que é responsável pela tutela da criança e adolescente.
É uma obra que eu com certeza vou ler por que é a visão dele de vida, do que ele passou e sofreu. Gostei demais que apesar de tudo, ele não terminou como muitos terminam em nosso país.


Lucia Santos 31/05/2017minha estante
Parabéns pela resenha!!! Fiquei imensamente curiosa a respeito desse livro, com certeza gostaria de ler e saber mais um pouco do enredo do livro, apesar de me parecer um livro muito triste!!! Vai para a lista de Desejados!!!


Marta 04/06/2017minha estante
Gostei muito da resenha do livro e mesmo não sendo minha leitura usual fiquei bem instigada para ler!!
Bjos


Marlene C. 07/06/2017minha estante
Oi.
Essa primeira vez que vejo calada e se liga mas confesso que já estou bastante intrigada com essa história, adorei a sua flexão e gosto bastante encontre os livros nos fazem refletir dessa forma e nos leva a questionar certas coisas eu espero muito em breve está descontando dessa leitura.
Bjs.


Isabela | @sentencaliteraria 11/06/2017minha estante
Oi Naty ;)
Não conhecia o livro ainda, mas adorei a forma como você disse que o livro nos faz fazer uma reflexão.
Acho o ato de adotar lindo, um dos atos de maior amor que existe. Realmente acredito que é possível nós sermos melhores do que fomos e do que somos!
Senti tudo o que você quis dizer, mas só lendo pra entender melhor né! Já coloquei na lista de leitura.
Bjos


Menma 02/07/2017minha estante
Olá!!!
Eu posso dizer que esse livro realmente é uma alta lição de vida e um tapa na cara, pois muitas vezes achamos que só porque uma pessoa fez algo grave, ela não possa mudar.
É interessante que o autor narra sua própria vida para comprovar isso e sim esse livro é mais que recomendado para todas as pessoas.

lereliterario.blogspot.com


Gabi 03/07/2017minha estante
É realmente muito triste pensar que milhares de crianças são abandonadas por aqueles que deveriam ser seus pais. Nunca li um livro desse tipo, mas pretendo ler por ser algo que vai me proporcionar uma grande reflexão. concordo contigo que muitos apontam o dedo sem nunca ter passado por tal dificuldade. Pretendo ler. Beijos


Micheli 13/07/2017minha estante
Parabéns pela resenha Naty, deu para sentir através de suas palavras a carga emocional desse livro.Uma história de vida e superação desse autor que nos traz um sentimento tão necessário hoje em dia: a empatia. Somos induzidos a apontar e condenar os erros dos outros, sem tentar compreender o que realmente esta acontecendo, a triste e cruel realidade de julgarmos sem nos colocarmos no lugar da outra pessoa. Um livro com uma carga reflexiva intensa e que trás uma lição e tanto, com certeza vou querer ler.


Angela Cunha 12/05/2020minha estante
Livros com histórias assim tem tanto a ensinar a nós, independente de vivermos uma história totalmente diferente do personagem, felizmente!!!
Ainda não tinha lido nada sobre esse livro, mas claro que já preciso dele para ontem!!!
Beijo




Gabriele Sachinski 15/04/2017

Resenha do Blog Entre páginas e Sonhos
“Nada Consta” é um daqueles livros que deveriam vir com a indicação “não tente fazer isso em casa”. Contando sua própria história, Danilo alterna entre suas escassas memórias sobre sua adoção por um casal de japoneses, sua escala como trabalhador no Japão, sua volta ao Brasil e o curso de jornalismo, o retorno ao país do sol nascente como repórter e a volta definitiva (e meio decadente) à terra natal. No meio desses relatos, Danilo conta diversas enrascadas nas quais se meteu e como conseguiu sair de cada uma delas.
Confesso que acabei relacionando a adoção de Danilo com a do personagem Norbit, do filme “Norbit: uma comédia de peso”. O fato de ele ter sido abandonado e adotado por um casal de japoneses me levou a conectar as duas histórias. Mas as semelhanças pararam por aí, rs.
Aos 16 anos, Danilo viaja para o Japão para trabalhar como operário nas empresas japonesas que estavam em ascensão. Além de trabalhar como operário, atua como contrabandista de mercadorias e traficante de drogas, juntamente com um primo seu. Cansado dessa vida, ele resolve retornar ao Brasil e correr atrás do seu sonho de ser jornalista.
Depois de formado, Danilo retorna ao Japão, mas dessa vez para trabalhar como repórter em um jornal destinado aos imigrantes brasileiros. Após algumas matérias – dentre as quais ele entrevistou Milton Nascimento –, ele acaba sendo preso e demitido do jornal. Sem emprego, começa a fazer alguns bicos, principalmente como contrabandista.

“E se eu não tivesse ido até o final e, de língua, beijado a lona? O tempo ensina: beijar a lona com grandezas é coisa para poucos. Com derrocadas tão intensas, só perdem aqueles que nelas não se inspiram.” (pág. 165)

De volta à terra natal, Danilo trabalha como vendedor de CDs e conhece muitas estrelas da música brasileira – João Donato, Roberto Carlos, Criolo, Racionais, Almir Sater, entre outros. Além das celebridades, traficantes, contrabandistas, moradores de comunidades, prostitutas e garçons formam seu grande grupo de amigos, com os quais ele vive as mais diversas experiências.
A narração alterna entre presente e passado, entre Japão e Brasil, sem qualquer relação necessária entre um capítulo e o próximo (o que é bem plausível, já que se trata de um “livro de memórias”). As páginas são brancas e a diagramação é simples. Há uma seção de fotos, quase um álbum, bem no meio do livro, que comprovam diversas histórias malucas narradas por Danilo.
Uma coisa que chama bastante a atenção no livro é a presença de palavras japonesas, as quais eu ficava tentando pronunciar e me sentia como o Whindersson Nunes no vídeo “Sou Fluente em Japonês” – o que, por si só, já me rendia boas risadas.
Danilo Japa Nuha é o exemplo do cara que faz tudo errado, mas que acaba dando certo. Mesmo passando por perrengues, ele nunca perdeu o bom humor (algumas vezes encontrado em atividades ilícitas) e sempre batalhou para melhorar sua situação, pois, nas palavras do próprio autor, “como não viemos ao mundo pela zona sul, com rosto de galã e família de novela das oito, tentamos superar isso com estilo, bom humor e imaginação” (pág.19).


site: http://www.entrepaginasesonhos.com.br/2017/04/resenha-do-livro-nada-consta-de-danilo.html
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Três Leitoras 18/04/2017

Resenha: Nada Consta
Sempre que recebo um livro, uma das primeiras coisas que faço com ele é folheá-lo, para sentir o cheirinho do livro e já dar uma olhada em como ele é por dentro. Logo de cara, me surpreendi com Nada Consta, a diagramação é muito bem feita e quando você realiza a leitura percebe claramente que tem tudo a ver. Além disso, ele conta de fotos do autor em passagens da sua vida, como também documentos e registros que nos aproximam mais ainda da história. Fiquei um bom tempo admirando essas páginas, confesso! E simplesmente amei...

No livro, vamos conhecer o Danilo Nuha, o Japa. Um garoto que foi encontrado ainda bebê por um casal de japoneses, que o registrou como filho deles. Danilo foi de tudo um pouco, ladrão, trabalhador de fábrica, bandido, jornalista, boêmio, jornaleiro e vendedor de discos.

Naquele momento, cheguei à conclusão de que a música seria o único refúgio possível, para onde sempre se pode voltar, por maior que seja a derrota, em qualquer que fosse a guerra.

Acompanharemos a sua trajetória, desde Campo Grande ao Japão, Bali e retorno ao Brasil, onde viveu grandes momentos no Rio de Janeiro.

Durante a leitura você pega se perguntando se aquilo é uma biografia, um registro da história dos países e cidades por onde passou ou uma simples contação de história, uma resenha, como dizemos aqui na Bahia.

Com sua vida simples e desapegada, extremamente musical, Danilo cruzará e viverá grandes momentos, seja no Bip Bip, no pavão ou qualquer canto do país e do mundo, ao lado de artistas que tanto admiramos, como Milton Nascimento, Criolo, Roberto Carlos e Xico Sá.

site: http://www.tresleitoras.com.br/2017/03/resenha-nada-consta.html Concluído
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Saleitura 19/04/2017

Interessante
Nada Consta é o primeiro livro de Danilo Nuha que nos relata a trajetória de sua vida desde sua adoção por um casal de japoneses, o período que esteve no Japão como trabalhador e repórter até a sua volta definitiva para o Brasil. Um livro de suas memórias com direito a fotos comprovando as maluquices vividas neste mundo louco.
"De todas as fases que passei na vida, a maioria foi fruto direto de acasos. Somente dois ou três empregos que tive em trinta e poucos anos de rua foram propositais."
Danilo ainda bebê foi abandonado no balcão do Bar Boa Sorte em Campo Grande no Mato Grosso do Sul. O bar pertencia a um casal japonês que o adotaram registrando-o como filho legítimo. Quando chegou ao dezesseis anos seu pai o intimou a trabalhar, mas Danilo queria estudar e sonhava em ser jornalista. Acaba viajando para o japão onde vai trabalhar como operário, contrabandista, traficante e depois como jornalista.

Foi repórter em um jornal de emigrantes brasileiros e dentre várias matérias entrevistou o Milton Nascimento dando início ao começo da amizade que nutrem até hoje. Acabou sendo preso e ficando desempregado que o levou a voltar definitivamente para o Brasil.
"Uma das vantagens de viver à custa da própria sorte é a capacidade de dar a volta por cima, mesmo com os nocautes mais devastadores."

Resenhado por Irene Moreira
https://www.skoob.com.br/atividades/post/user/58f6de0e99d998283d8b80aa

Leia resenha completa no blog Saleta de Leitura

site: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2017/04/resenha-nada-consta-de-danilo-japa-nuha.html
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Irene Moreira 19/04/2017

Nada Consta é o primeiro livro de Danilo Nuha que nos relata a trajetória de sua vida desde sua adoção por um casal de japoneses, o período que esteve no Japão como trabalhador e repórter até a sua volta definitiva para o Brasil. Um livro de suas memórias com direito a fotos comprovando as maluquices vividas neste mundo louco.
"De todas as fases que passei na vida, a maioria foi fruto direto de acasos. Somente dois ou três empregos que tive em trinta e poucos anos de rua foram propositais."
Danilo ainda bebê foi abandonado no balcão do Bar Boa Sorte em Campo Grande no Mato Grosso do Sul. O bar pertencia a um casal japonês que o adotaram registrando-o como filho legítimo. Quando chegou ao dezesseis anos seu pai o intimou a trabalhar, mas Danilo queria estudar e sonhava em ser jornalista. Acaba viajando para o japão onde vai trabalhar como operário, contrabandista, traficante e depois como jornalista.

Foi repórter em um jornal de emigrantes brasileiros e dentre várias matérias entrevistou o Milton Nascimento dando início ao começo da amizade que nutrem até hoje. Acabou sendo preso e ficando desempregado que o levou a voltar definitivamente para o Brasil.
"Uma das vantagens de viver à custa da própria sorte é a capacidade de dar a volta por cima, mesmo com os nocautes mais devastadores."

Resenha completa no Blog Saleta de Leitura
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Fer Kaczynski 22/04/2017

Curto muito livros biográficos e autobiográficos como este, do jornalista Danilo Nuha, que recebi em parceria com a Geração Editorial.

Muito divertido, a história do Danilo é surpreendente. Ele conta desde quando nasceu no Mato Grosso do Sul e foi deixado abandonado na porta de um bar, e adotado por um casal de japoneses, suas aventuras de quando era adolescente onde viveu no Japão, até os dias de hoje.

Confesso que não conhecia sua história e nem quem era Danilo Nuha, mas achei suas memórias algo bem interessante, eu li durante o trajeto para trabalhar e como o livro é curto, o fiz em poucos dias.

site: http://dailyofbooks.blogspot.com.br/2017/03/resenha-nada-consta-danilo-japa-nuha.html
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Larissa Benevides 04/07/2017

Resenha: Nada Consta - Danilo Japa Nuha
"Num piscar de olhos, passei de jornalista promissor a bandido aspirante."

Nada consta é uma Autobiografia de Danilo "Japa" Nuha. Com uma vida agitada desde o momento do nascimento, Danilo conta as principais partes com todos os detalhes como se compartilhasse suas histórias com amigos.

Cada capítulo conta algum fato da vida do jovem de maneira bem informal, o que deixa a leitura bem tranquila.

Danilo foi abandonado pela mãe e adotado por uma família de japoneses que encontrou o bebê em um balcão de um boteco em frente, ao Mercado Municipal de Campo Grande. Por conta da influência da sua nova mãe, Danilo não passou pelo sistema de adoção e foi registrado como filho legítimo do casal de japoneses.

"Acostumados a guerras, tufões, tsunamis e terremotos, a maioria dos japoneses, principalmente os mais velhos, desenvolveu um método único de manter a calma nos piores momentos de crise. Com extrema tranquilidade e frieza, organizam um plano, preparam a tática e executam sem pensar."
Os pais de Danilo eram donos de um bar, desde pequeno ele cresceu tendo várias experiências que marcaram e incentivaram a vida do jovem. Uma passagem interessante fala que por conta de um Sr. que entregava jornal, Danilo adquiriu a vontade de um dia se tornar jornalista e dono de uma Kombi (rsrsrs).

Como já falei no começo da resenha, o livro foi feito de maneira que o leitor sente como se estivesse conversando com um amigo. Portanto o palavreado de alguns capítulos é bem comum e várias vezes palavrões e frases diretas sobre algumas opiniões do autor são lançadas sem você estar "preparado".


"Depois, lá pelo segundo dia sem colocar a cara pra fora, comecei a cheirar e não parei mais. Fiquei uma semana sem aparecer na fábrica. Já nem me lembrava havia quanto tempo repetia essa mesma cruzada; maconha, rum, cocaína, saquê, cristal. Pesadelo costumava dizer que o saquê era legítimo. Só que, pelo tamanho da ressaca, não passava de água, arroz destilado e gasolina."

Depois de concluir os estudos, Danilo decide aproveitar que é registrado como filho de japoneses puro sangue, para viajar para a terra do Sol nascente e conquistar algo na vida.

Mas a vida foi mais difícil do que ele podia imaginar. Nos capítulos em que o autor compartilha suas experiências no exterior, podemos perceber como é difícil viver em um local estranho, com nova cultura e costumes. Lá o rapaz teve várias experiências e correu riscos que o leitor percebe sem que o autor tenha precisado escrever com todas as letras.

Foi no Japão também que Danilo trabalhou como jornalista. Depois de alguns serviços jornalísticos que não combinavam com o excêntrico rapaz, ele finalmente conseguiu reportagens importantes envolvendo artistas musicais brasileiros.


"A descoberta desses discos me levou para dentro de um mundo novo e, o mais importante, imensamente acolhedor em meio ao caos que vivia no depósito do Onoda, limpando fossa, cheirando cristal e circulando entre carne apodrecida. Aquelas músicas me fizeram ter esperança na vivência presente e muitos sonhos com o futuro. Passei a suportar melhor a distância. As canções de Caetano, Gil, Duprat e Tom Zé me mostraram situações semelhantes às que eu estava vivendo como dekassegui. As sirenes que ponteiam todo o disco eram as mesmas das fábricas que eu tinha que encarar ano após ano no Japão, assim como a mãe lavando panos para aliviar a saudade do filho que se foi e não voltará. Parque industrial, de Tom Zé, e Enquanto seu lobo não vem, de Caetano, vão direto ao encontro do operário em território estranho, sem época definida."

De volta ao Brasil, Japa foi morar no Rio de Janeiro e cada dia na vida deste rapaz é uma aventura diferente. Usando toda a malandragem que parece estar no seu sangue, mas que também é fruto de todas as experiências que passou durante a sua vida, Japa consegue desfrutar de vários momentos inacreditáveis com astros da música brasileira.

Querendo ou não, Danilo consegue deixar, durante a leitura, a marca de que você deve se arriscar para alcançar coisas que realmente te fazem feliz. Se você tentar e estiver preparado, quando a oportunidade chegar conseguirá conquistar memórias maravilhosas. E o que melhor do que memórias e amigos na nossa vida?

Os capítulos não são organizados em ordem cronológica e acredito que isso não me deixou tão conectada ao livro. Fiz a leitura como se fosse vários contos, pois um capítulo não tem muita ligação com outro, deixando a história com começo e fim em cada capítulo.



O livro tem uma diagramação muito boa e está recheado de fotos e imagens do arquivo pessoal do autor. O autor além de me fazer rir com algumas situações vividas, também trouxe reflexões sobre a vida e algumas passagens sobre política.
"Ah Japa, vá se fuder! Ainda ontem você não passava de um fudido passando frio lá no Japão. Agora tá aqui, em Ipanema, na casa da Paula Lavigne disputando mina com Seu Jorge na frente do Spike Lee, do Caetano e do Milton! Ah mano, vaza daqui, você é muito trouxa mesmo..."

site: http://www.cladoslivros.com.br/2017/04/resenha-nada-consta-de-danilo-japa-nuha.html
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Larissa Benevides (Clã) 25/09/2017

Resenha: Nada Consta
"Num piscar de olhos, passei de jornalista promissor a bandido aspirante."

Nada consta é uma Autobiografia de Danilo "Japa" Nuha. Com uma vida agitada desde o momento do nascimento, Danilo conta as principais partes com todos os detalhes como se compartilhasse suas histórias com amigos.

Cada capítulo conta algum fato da vida do jovem de maneira bem informal, o que deixa a leitura bem tranquila.

Danilo foi abandonado pela mãe e adotado por uma família de japoneses que encontrou o bebê em um balcão de um boteco em frente, ao Mercado Municipal de Campo Grande. Por conta da influência da sua nova mãe, Danilo não passou pelo sistema de adoção e foi registrado como filho legítimo do casal de japoneses.

"Acostumados a guerras, tufões, tsunamis e terremotos, a maioria dos japoneses, principalmente os mais velhos, desenvolveu um método único de manter a calma nos piores momentos de crise. Com extrema tranquilidade e frieza, organizam um plano, preparam a tática e executam sem pensar."
Os pais de Danilo eram donos de um bar, desde pequeno ele cresceu tendo várias experiências que marcaram e incentivaram a vida do jovem. Uma passagem interessante fala que por conta de um Sr. que entregava jornal, Danilo adquiriu a vontade de um dia se tornar jornalista e dono de uma Kombi (rsrsrs).

Como já falei no começo da resenha, o livro foi feito de maneira que o leitor sente como se estivesse conversando com um amigo. Portanto o palavreado de alguns capítulos é bem comum e várias vezes palavrões e frases diretas sobre algumas opiniões do autor são lançadas sem você estar "preparado".


"Depois, lá pelo segundo dia sem colocar a cara pra fora, comecei a cheirar e não parei mais. Fiquei uma semana sem aparecer na fábrica. Já nem me lembrava havia quanto tempo repetia essa mesma cruzada; maconha, rum, cocaína, saquê, cristal. Pesadelo costumava dizer que o saquê era legítimo. Só que, pelo tamanho da ressaca, não passava de água, arroz destilado e gasolina."

Depois de concluir os estudos, Danilo decide aproveitar que é registrado como filho de japoneses puro sangue, para viajar para a terra do Sol nascente e conquistar algo na vida.

Mas a vida foi mais difícil do que ele podia imaginar. Nos capítulos em que o autor compartilha suas experiências no exterior, podemos perceber como é difícil viver em um local estranho, com nova cultura e costumes. Lá o rapaz teve várias experiências e correu riscos que o leitor percebe sem que o autor tenha precisado escrever com todas as letras.

Foi no Japão também que Danilo trabalhou como jornalista. Depois de alguns serviços jornalísticos que não combinavam com o excêntrico rapaz, ele finalmente conseguiu reportagens importantes envolvendo artistas musicais brasileiros.


"A descoberta desses discos me levou para dentro de um mundo novo e, o mais importante, imensamente acolhedor em meio ao caos que vivia no depósito do Onoda, limpando fossa, cheirando cristal e circulando entre carne apodrecida. Aquelas músicas me fizeram ter esperança na vivência presente e muitos sonhos com o futuro. Passei a suportar melhor a distância. As canções de Caetano, Gil, Duprat e Tom Zé me mostraram situações semelhantes às que eu estava vivendo como dekassegui. As sirenes que ponteiam todo o disco eram as mesmas das fábricas que eu tinha que encarar ano após ano no Japão, assim como a mãe lavando panos para aliviar a saudade do filho que se foi e não voltará. Parque industrial, de Tom Zé, e Enquanto seu lobo não vem, de Caetano, vão direto ao encontro do operário em território estranho, sem época definida."

De volta ao Brasil, Japa foi morar no Rio de Janeiro e cada dia na vida deste rapaz é uma aventura diferente. Usando toda a malandragem que parece estar no seu sangue, mas que também é fruto de todas as experiências que passou durante a sua vida, Japa consegue desfrutar de vários momentos inacreditáveis com astros da música brasileira.

Querendo ou não, Danilo consegue deixar, durante a leitura, a marca de que você deve se arriscar para alcançar coisas que realmente te fazem feliz. Se você tentar e estiver preparado, quando a oportunidade chegar conseguirá conquistar memórias maravilhosas. E o que melhor do que memórias e amigos na nossa vida?

Os capítulos não são organizados em ordem cronológica e acredito que isso não me deixou tão conectada ao livro. Fiz a leitura como se fosse vários contos, pois um capítulo não tem muita ligação com outro, deixando a história com começo e fim em cada capítulo.



O livro tem uma diagramação muito boa e está recheado de fotos e imagens do arquivo pessoal do autor. O autor além de me fazer rir com algumas situações vividas, também trouxe reflexões sobre a vida e algumas passagens sobre política.
"Ah Japa, vá se fuder! Ainda ontem você não passava de um fudido passando frio lá no Japão. Agora tá aqui, em Ipanema, na casa da Paula Lavigne disputando mina com Seu Jorge na frente do Spike Lee, do Caetano e do Milton! Ah mano, vaza daqui, você é muito trouxa mesmo..."

site: http://www.cladoslivros.com.br/2017/04/resenha-nada-consta-de-danilo-japa-nuha.html
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