Conça 15/09/2022
Minhas impressões, opniões e sentimentos?
Victor Hugo, um dos principais nomes do romantismo francês, nasceu em 26 de fevereiro de 1802. Além de poeta e romancista, foi também dramaturgo. O prefácio de seu texto dramático Cromwell, de 1827, é considerado um manifesto do romantismo. Já em 1829, com a publicação de sua novela O último dia de um condenado, o escritor iniciou sua luta contra a pena de morte. Em 1831, foi reconhecido como romancista ao publicar O corcunda de Notre-Dame. No entanto, seu maior sucesso é Os miseráveis, de 1862.
Essa obra tem como temática o sofrimento amoroso, o exagero sentimental, a defesa da liberdade, questões sociopolítica associada a desigualdade social. Um verdadeiro manifesto através da arte.
Profundo. Envolvente. Surpreendente.
Gwynplaine, o homem cujo rosto carrega ao mesmo tempo, as dimensões trágica e cômica da existência.
Gwynplaine é submetido, ainda criança, a uma cirurgia que desfigura seu rosto, deixando nele uma cicatriz que denota um sorriso constante. Abandonado, ele encontra em seu caminho Dea, uma menina cega que acabara de perder a mãe, vítima do rigoroso inverno. Às duas crianças cruzam o caminho de Ursus, um artista saltimbanco de coração generoso que decide abrigá-los. Juntos se tornam uma família e passam a apresentar-se em espetáculos populares para ganhar a vida, fato que acaba desencadeando uma série de conflitos e dramas.
Uma narrativa perturbadora, nada foi obliterado. Victor Hugo não economizou palavras, frases e textos para termos acesso a outra cultura. Tudo foi demasiadamente explorado do início ao fim sem perder a real intenção do autor. Alguns leitores irão achar uma leitura cansativa e densa demais, na minha humilde concepção, nada foi adicionado inutilmente. Tudo era fonte de conhecimento, tudo fazia parte de um contexto histórico e, necessário para compreensão do enredo.
Todos os personagens foram esmiuçados até a última instância, cada um com uma característica peculiar no desenrolar do enredo, até o mar teve um papel fundamental para entendermos a inexplicável força da natureza.
O que mais me impressiona nas obras do meu autor favorito é a profundidade dos temas abordados, os detalhes da narrativa impossibilita o leitor perder de vista o quanto foi extremamente estudado os temas abordados, em simultâneo, denota o olhar cirúrgico de Victor Hugo. Já tive contato com as obras: Os miseráveis, Os trabalhadores do mar, O último dia de um condenado, e agora, O homem que ri, em todas essas obras são notórios a empatia e sensibilidade do autor que contrapõe com a sua condição de uma classe abastada.
E, no fluxo desse pensamento, é impossível aquilatar esse gigantesco clássico que nos deixa tantos ensinamentos e gera um turbilhão de sentimentos ao perceber que, passados séculos, a classe menos favorecida ainda sofrem com esses assuntos pertinentes.
Recomendo a obra pelo seu esplendor, por ser polêmico e nada superficial.