Ronaldo 27/12/2017
Esse pode ser considerado um dos livros da fase de ouro de Harold Robbins. O autor divide o livro entre passado e presente, tendo como enfoque principal a amizade e parceria entre o ex-piloto de provas Angelo Perino e o velho empresário da indústria automobilística Loren, que tem o projeto de criar um novo modelo de carro. É tocante a relação entre os dois. Homens de diferentes gerações que se respeitam, se complementam e acreditam nos mesmos ideais. Acompanhamos a aventura desses dois homens na construção desse veículo, tendo de enfrentar vários obstáculos, entre eles a oposição do neto de Loren, que guarda um grande ressentimento do avô devido a algo que aconteceu com seu pai. Uma família cheia de segredos podres, cujos ressentimentos se estendem por gerações, desencadeando conflitos que tomam proporções trágicas. Em meio a tantas baixezas, o que mais me causou repulsa foi a traição que o velho Loren e sua nora cometeram em relação ao filho do empresário. Essas intrigas são o ponto alto do livro e é por isso que fico tão contrariado com uma mania do autor. Sempre que uma situação se encaminha para seu clímax, a narrativa no passado é interrompida e quando é retomada, tudo já passou e o autor dá uma explicação apressada sobre o que aconteceu. A impressão que dá é que Robbins não tinha capacidade de escrever essas cenas mais tensas e fugisse delas, retornando para a área que dominava que era o mundo dos negócios. Mas, de qualquer forma é dos bastidores de uma indústria automobilística que o livro trata e isso o autor retrata muito bem. Uma verdadeira selva onde não há escrúpulos para se alcançar um objetivo.
Resenha completa no blog:
http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2017/12/o-garanhao-harold-robbins_27.html?m=1