As Cruzadas Vistas Pelos Árabes

As Cruzadas Vistas Pelos Árabes Amin Maalouf




Resenhas - As Cruzadas Vistas Pelos Árabes


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Beatriz 08/04/2024

A história que não conhecíamos ou que não é tão falada... Ao começar este livro, minhas expectativas eram diferentes, porém fui surpreendido pela narrativa histórica dos povos árabes, seus conflitos internos, e as batalhas travadas em seu território. É incrivelmente interessante, com uma escrita envolvente que prende o leitor do início ao fim. Recomendo a leitura a todos que desejam explorar as Cruzadas sob diferentes perspectivas.
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Marcus 20/02/2024

A versão do "outro lado"
As chamadas Cruzadas ocorreram entre os séculos 11 e 13. Foram grandes expedições religiosas e militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental. Sua motivação declarada era resgatar a Terra Santa e a cidade de Jerusalém, na época sob domínio dos muçulmanos, considerados infiéis; o objetivo era conquistar cidades e mantê-las sob controle cristão. A Primeira expedição foi convocada pelo papa Urbano II em 1095, e o termo cruzada surgiu por conta da cruz que os cavaleiros usavam em suas roupas.

Esse é o enfoque mais explorado pelo cinema, por exemplo. Para entender um pouco melhor o quadro que se desenrola nessa região conturbada do planeta, li este livro que já estava na minha estante há tempos: “As cruzadas vistas pelos árabes”, do escritor libanês Amin Maalouf.

Interessante nesse livro publicado em 1983 é que o autor não foca exclusivamente em uma análise ideológica ou mesmo das motivações de cunho religioso, mas se ocupa principalmente com o relato dos avanços militares, conquistas e recuos a partir de fontes árabes. Entre os anos de 1095 e 1272, o mapa político do planeta era outro. Nove expedições marcharam para cidades do que hoje são Turquia, Síria, Iraque, Líbano, Palestina, Egito e Israel, entre outros países. A obra revela, também, que a ambição por riqueza andava junto com a causa religiosa. Na tomada de Constantinopla durante a Quarta Cruzada, em 1204, os cruzados destruíram ou roubaram várias obras de arte gregas e romanas. Caso dos quatro cavalos de bronze em tamanho natural, que hoje enfeitam a Basílica de São Marcos em Veneza.

Foi uma longa sucessão de cidades sitiadas, batalhas e banhos de sangue. Quase que invariavelmente, quando uma cidade fortificada caia nas mãos dos cruzados, sua população era massacrada: não-soldados, mulheres e crianças. O livro cita um registro do cronista normando Raoul de Caen, após a conquista da cidade de Maara (hoje Síria) pelos cruzados famintos: “... os nossos faziam ferver os pagãos adultos em caldeira, fincavam as crianças em espetos e as devoravam grelhadas”.

Divisão entre diferentes interesses dos soberanos locais, conflitos entre grupos, mesmo dentro de famílias, facilitaram a dominação dos cruzados, que durante séculos conquistaram cidades, pilharam suas riquezas e mantiveram controle político e militar. Uma anotação de Ibn al-Athir, uma das principais fontes citadas por Maalouf, dá o tom do que foi a frágil defesa frente aos invasores: “Os sultões não se entendiam, e é por isso que os franj puderam apossar-se do país”.

“As cruzadas vistas pelos árabes” é uma leitura com muitos personagens, figuras históricas, nomes e localidades, o que exige atenção. O que me choca é que há quase mil anos decapitavam impiedosamente inocentes, mulheres e crianças levando uma cruz costurada às costas. Quase nove séculos se passaram, e parece que a humanidade não aprendeu nada.

site: https://www.youtube.com/c/BichodePrata
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Pagliuca 29/12/2023

A História que a gente não conhece.
Quando comecei esse livro, a expectativa era outra. Imaginei uma forte narração da guerra religiosa, assim como temos aqui, do nosso lado. Mas me surpreendi com narração histórica contada sobre a História dos povos árabes, seus conflitos internos e lutas nos seu quintal e brigas na sua cozinha. Interessantíssimo! Aconselho a leitura. É um aprendizado e tanto.
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Daniel 03/07/2023

Leitura fluida e cativante
Livro formidável! A forma como Amin Maalouf discorre a história prende o leitor e nunca se torna cansativa.
Mais um livro que mostra que "estudamos história para não cometer os mesmos erros do passado" é apenas conversa para boi dormir. Os jogos de poder só se repetem. Os erros, as recusas de acordo, as alternancias de posição de vantagem. As disputas internas por poder. Tudo se mantém. Quem perde são sempre os menores. Somos coadjuvantes descartáveis num espetáculo com poucos atores principais.
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GIPA_RJ 16/04/2023

Tonitruante
Não tão envolvente quanto o outro livro de A Maalouf que li (o favorito Samarcanda) , este foi estrondoso na descrição dos dois séculos das cruzadas.
Há livros mais detalhados sobre o assunto (eu andei folheando dois deles numa livraria) mas sob o aspecto de apresentar as cruzadas sob o ponto de vista dos "arabizados" ( ao invés dos árabes como o título em português sugere , já que nem todos os muçulmanos o são) foi realmente retumbante.
Sobre este assunto , tinha aquela visão romantizada ocidental , do papa liderando seus cruzados pelo Oriente Médio , libertando os cristãos do domínio muçulmano.
Uma infinidade de batalhas , alternância de vitórias e derrotas , cidades sendo disputadas , tomadas e perdidas , este é o tom do livro. Maalouf fez um grande apanhado do que descreveram os cronistas da época.
Minha partes favoritas foram os capítulos sobre o líder jihadista Saladino , e as invasões dos ensandecidos mongóis .
Não percam!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 31/03/2023

A Outra Ponta Do Telescópio
Esgotado há anos e vendido por uma quantia exorbitante desde então, As Cruzadas Vistas Pelos Árabes, do líbano-francês Amin Maalouf, acaba de ser republicado pela Editora Vestígio com tradução de Júlia da Rosa Simões.

Uma boa notícia, pois com o preço novamente acessível o livro poderá ser conhecido por um número maior de interessados. Aliás, desde o lançamento na França, em 1983, seu conteúdo tem se redimensionado em razão do acirramento das relações entre o Ocidente e o Oriente Médio.

Resumidamente, o autor aborda cerca de dois séculos de história, desde a chegada dos primeiros cruzados em Jerusalém em 1096, até a queda de São João de Acre em 1291, empreendendo uma consiste investigação dos motivos e justificativas de cruzados e muçulmanos, bem como alianças, traições, e conflitos ocorridos entre os eles na época.

Entretanto, se assim como eu, você anda meio enferrujado sobre o assunto, faz 48 anos que estudei para o vestibular, minha sugestão é rememorar os acontecimentos, optando por um livro de História, ou consultando a internet.

Concluída essa etapa, finalmente iniciei a leitura da obra que se trata de um ensaio formado por vários relatos de cronistas e historiadores árabes. Por sinal, conforme seu título indica, ela exibe uma outra perspectiva, inusitada e cativante, do que houve. Sem certo ou errado, de acordo com o historiador Alain Decaux, ?é como se o leitor estivesse vendo a outra ponta de um telescópio, em que ambas as imagens dificilmente coincidem?, mas se complementam.

Curiosamente, apenas no Prólogo e no Epílogo, Maalouf emprega a palavra ?cruzada?, opta por guerras ou invasões, assim como ele enfatiza a riqueza da cultura e a pluralidade étnica-religiosa do Oriente Médio que se considerava guardião desse patrimônio e da fé islâmica. Da mesma forma, ao exibir a difícil relação entre os dois lados, o escritor expõe como a ingerência europeia nas disputas internas propiciou o enfraquecimento da região.

Portanto, a despeito de serem apontados como vencedores, pois expulsaram o inimigo de suas terras, os árabes arcaram com a maior parte do ônus das Cruzadas. A bem da verdade, ?se para a Europa ocidental a época das cruzadas foi o início de uma verdadeira revolução, tanto econômica quanto cultural, no Oriente as guerras santas levariam a longos séculos de decadência e obscurantismo. Sitiado por todos os lados, o mundo muçulmano se encolheu sobre si mesmo. Ele se tornou medroso, defensivo, intolerante, estéril, atitudes que se agravaram à medida que prossegue a evolução do mundo, em relação à qual ele se sente marginalizado.? (Página 330)

Boa leitura!
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Marcelo 30/03/2023

As Cruzadas Vista pelos Árabes Nota: 7,5/10
O autor narra as batalhas e disputas políticas na região que hoje conhecemos como Síria, Líbano, Israel, Egito e Turquia pelo período de 200 anos, desde a primeira cruzada (ou invasão franca, como vista pelos árabes).

Fruto de profunda pesquisa, trata-se de um livro de história - e nada tem de romance.

Um ótimo livro para um leigo e apaixonado por história, como eu, entender melhor o tema.

Mas cabe o alerta de que temos muitas informações (nomes, datas, cidades, batalhas, etc.) durante a narrativa, o que pode tornar a leitura confusa.
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Pedro.Vinicius 05/07/2017

A história pelos vencedores
Esse livro com certeza é a primeira indicação para uma leitura histórica de como eventos históricos possuem diversas narrativas. Enquanto o Ocidente releva e muitas vezes romanceia as cruzadas; os turcos, curdos e principalmente, os árabes, ainda possuem grande ressentimento sobre a invasão europeia que aterrorizaram suas sociedades.

É muito difícil achar esse livro em físico, uma edição consideravelmente antiga e provavelmente pouco vendida não sobreviveu aos dias de hoje. Espero que algum dia aconteça um relançamento.
M. Alexandra 15/01/2023minha estante
Já há uma nova edição pela editora autêntica!




Márcio.Santos 14/01/2009

Essencial
É um livro que não pode deixar de ser lido para que se entenda o barril de pólvora do Oriente Médio.
rinaldo 15/03/2018minha estante
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