Resenhas - Palavras da Libertação

Franciolli 11/01/2017

“Tanthalas é uma cidade perigosa, fedorenta e cheia de gente. Mas é o lar de Dustra, que nunca botou os pés para fora desse lugar. Ela é serva da velha Launtelle, que ganha a vida vendendo segredos. E, como todos sabem, quando você sabe demais os inimigos chegam sedentos de sangue como enxames de mosquitos. Um desses inimigos é O Cara Mau, que a tudo observa de longe, como uma tempestade maligna no horizonte: o Heirophar, o misterioso e todo poderoso Arquimago. Mas, será que ele é mesmo tão poderoso assim? O que será que Launtelle sabe sobre ele que poderia arruiná-lo e afetar Dustra ao mesmo tempo? E, pelos deuses, quem é o vagabundo local que todos conhecem por “Taverna”?

Quando a morte se aproxima para clamar mais gente do que o de costume, será que os segredos sussurrados pela bruxa velha serão a salvação de Dustra… ou o seu fim?”

Quando analisamos a premissa da obra, ela parece ser mais do mesmo. Uma personagem anônima que se vê enredada em uma situação, sem saber exatamente como e nem o porquê, envolvendo-se com figuras ainda mais misteriosas, tudo isso tentando fugir de um ser extremamente poderoso.

Mas não se engane! Mais do mesmo, definitivamente não!

A narrativa veloz e furiosa, mal nos dá tempo de respirar com as idas e vindas que envolvem a cativante e misteriosa Launtelle, sua serva Dustra e quantos outros personagens de Tanthalas, uma cidade terrivelmente perigosa e cheia de segredos, cujo fedor pode ser sentido na narrativa, extremamente imersiva.

A primeira etapa do romance se passa, em sua maior parte, no apertado abrigo de Launtelle e Dustra. Um local onde a velha recebe clientes, dos mais variados tipos e reputações, ansiosos por segredos mundanos e mágicos. E é neste ambiente, algumas vezes claustrofóbico, que passamos a entender como funciona a magia no mundo e fatos bem curiosos, pequenos detalhes que ajudam a montar o quebra-cabeças da trama.

A magia pode ser sutil ou extremamente devastadora. As lendas caminham disfarçadas pelas ruas de Thantalas, e quando caminhos se cruzam, as cenas culminam em grandes banhos de sangue. Os combates são rápidos, sujos e impressionantes e os personagens bem orgânicos e endurecidos por uma vida em meio a traições e medo.

Em alguns momentos é possível identificar-se também com o vilão, principalmente quando algumas de suas motivações são expostas e ficamos nos perguntando “será?”, pois até mesmo ele é trágico e possui seus fantasmas.

A cada página há espaço para surpresa, prato cheio para quem gosta do estilo de fantasia medieval, em uma ambientação épica e bem sinistra.

No capítulo 7, encontrei um trecho no qual passei um bom tempo indo e voltando, até perceber que ele realmente está truncado, contudo, este foi o único trecho do livro que apresentou problema (que eu tenha percebido). Mais uma vez parabenizo a equipe do Crônicas da Magia pelo belo trabalho e fico no aguardo dos próximos lançamentos.

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