Exit West

Exit West Mohsin Hamid




Resenhas - Exit West


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nanahxis 26/06/2023

É um livro bom que fala sobre temas pesados como guerra (e aqui preciso dizer que achei impressionante a forma como o autor narra os acontecimentos, foi algo fácil de visualizar), mas principalmente, sobre migração.

No livro, seguimos o caminho de um jovem casal, Saeed e Nadia, que fogem da guerra do país deles (que o autor não cita o nome) para tentar a vida em outro lugar, e esse movimento é em direção à Europa e ao Hemisfério Ocidental ("Western Hemisphere" em inglês e, por isso o nome Exit West). Outros personagens são citados no livro como uma forma (brilhante!) do leitor entender outros pontos da história. Mas o curioso aqui é que o autor não nomeou as pessoas, ele as chamou por características físicas (o homem enrugado, o homem velho) ou pela profissão (a cozinheira, a filha do pregrador, a empregada, etc), quase como mostrando que cada pessoa que passa pela vida da gente nos ajuda/muda em algo, não importa o nome e que o foco aqui era entender os sentimentos dos protagonistas e o desenrolar da mudança (em todos os sentidos) deles porque ambos vivemos coisas parecidas quando migramos.

As pessoas entrando em quartos, em prédios e bares através de portas ficou confuso no início, mas foi clareando conforme a gente descobre que se pode transportar para outro país através de portas mágicas.

Acredito que o autor usou as portas como uma analogia ao "Caso fosse fácil assim passar por uma porta e estar em outro país, ainda assim você ficaria onde está?". Inclusive, uma passagem do livro me marcou muito por causa disso: a senhorinha do Palo Alto, que viveu a vida dela inteira na mesma cidade, mas que viu tudo mudar à volta dela. Então o autor diz, como última frase do capítulo 10: "Nós somos todos migrantes através do tempo".

Uma outra curiosidade aqui: o autor nomeou todas as cidades em que os protagonistas passam: Mykonos (Grécia), Londres e Marin (Califórnia), além das cidades que outros personagens passaram (tem até o Rio de Janeiro, no bairro Santa Teresa, uma história bem bonitinha!), mas a cidade de origem dos personagens principais (como já citei) não. Suponho que seja um país no Oriente Médio pois a personagem principal Nadia, vestia um robe preto do pescoço até os pés e o Saeed tinha o costume de orar, além de o próprio autor ser do Paquistão.

Eu gostei muito do livro, apesar de às vezes achar a leitura entediante. Talvez porque eu tive que ler em inglês e tinha muitas palavras difíceis, ou talvez porque o autor descrevia muitas coisas de maneira filosófica, o que tornou a história com uma atmosfera interessante, de qualquer forma, mas chata de ler.

Pra finalizar, preciso dizer que, quem mora, morou ou pretende morar em outro país ou até quem já teve a oportunidade de conviver com estrangeiros, leia este livro!

Exit West mexeu comigo de alguma forma porque eu, como os protagonistas, saí do meu país para tentar a vida fora. E, como o Saeed tento honrar minhas raízes e minha cultura e, como a Nadia, tento me moldar à nova cultura. Pode parecer fácil morar fora, mas é a coisa mais difícil que você vai fazer na vida. Se não a mais, uma das! E o autor está certo: sempre encontramos gente boa e solidária pelo caminho.



DeniseSC 26/06/2023minha estante
Adorei sua resenha!! Que bom que gostou do livro!! Vou colocar ele na minha lista depois de ver como ele é rico em detalhes, e por curiosidade, onde você está morando?


nanahxis 27/06/2023minha estante
Pois é, havia muitas expressões que eu custei a entender (o livro é bem filosófico) e muitas palavras desconhecidas, também. Mas eu curti! Espero que você tenha uma boa experiência com ele. ;)
Ah! Eu moro em Estocolmo (Suécia).




Anna.Guerra 18/05/2023

Preciso digerir a leitura, depois volto aqui pra contar! Fica aí a recomendação para quem gosta de refletir sobre migração!
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Fernanda! 07/09/2017

Se eu tivesse lido esse livro apenas por causa da possibilidade de ser realismo mágico, eu ficaria extremamente decepcionada. As portas “mágicas” (capazes de transportar as pessoas para diferentes cantos do mundo em segundos) só têm a função de mover os migrantes rapidamente para que o verdadeiro tema da narrativa possa ser explorado: a migração.

Acompanhando a história de amor entre Saeed e Nadia (já volto nisso), o leitor vê a migração tanto do ponto de vista dos migrantes quanto dos nativos (embora a dos migrantes seja mais presente exatamente por causa do Saeed e da Nadia). É nesse ponto que a narrativa se torna brutal; o autor expõe todo o sofrimento e a dor que é largar o seu país natal pelas condições terem se tornado insustentáveis e ter que deixar e acabar com laços para algumas pessoas (nesse caso, o Saeed). Mas ele também mostra o alívio que é para outras poder ver toda uma nova gama de possibilidades, uma chance de viver para alguém que até aquele ponto só sobrevivia.

O Saeed e a Nadia (e vários outros; há uma mudança de foco para outros personagens de vez em quando e, embora às vezes seja uma mudança brusca na narrativa, foram momentos importantes e brilhantes para a história) tentam muito se integrar à cultura e à vida dos novos lugares para onde eles vão. Porém, há muita resistência dos nativos; em certos instantes, parece que os protagonistas deixaram uma guerra civil para entrarem em outra (as cenas em Londres particularmente enfatizam essa ideia). Mas, o escritor também faz questão de mostrar que, em situações horríveis, ainda há bondade e solidariedade no meio de negativas e agressões (físicas ou psicológicas – em alguns países, as portas ficam sendo guardadas 24 horas por dia para garantir que nenhuma pessoa irá para países mais ricos).

Voltando ao romance, o Mohsin ainda mostra o preço que toda essa situação cobra nas pessoas e nos seus relacionamentos. O Saeed sofre perdas incalculáveis e, por causa disso, o seu arco é extremamente impactante; ele passa gradativamente de um rapaz idealístico e, ás vezes, inocente para uma pessoa que ainda guarda certa alegria, mas um pouco amarga e desiludida. A Nadia (que acabou sendo minha personagem favorita, embora eu tenha gostado bastante do Saeed e do pai dele) se vê muito mais livre para ser quem sempre quis ser, mudando um pouco por causa de tudo o que eles passam. O romance se transforma lentamente ao longo do livro e, quando a finalizei a leitura, a sensação de perda por causa do que eles tinham antes foi muito forte (o autor fala um pouco de nostalgia e melancolia de uma forma positiva durante a narração e foi exatamente o que senti sobre esses dois). O namoro deles foi extremamente bem trabalhado, não há uma manipulação do autor em cima dos leitores para sentirem emoções exacerbadas. Pela ausência de sentimentalismo exagerado, o relacionamento é extremamente real.

A escrita do autor é muito bonita, mas não pelo excesso de metáforas ou por tentar ser pomposo demais. É na sutileza que o escritor realmente se destaca, combinando muito bem com a história mais quieta e introspectiva que ele criou.

site: filmeselivrosweb.wordpress.com
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Camile 11/10/2017

Nao é ruim, só nao é pra mim
Então, eu nao acho que esse seja um livro ruim, mas realmente não é o meu tipo. Prova disso é que ele é tao curto e eu levei 4 meses pra ler. So nao abandonei por teimosia.

A escrita em terceira pessoa é bonita e melancólica, como se alguem sentasse pra te contar uma história sobre tempos difíceis e sobre pessoas que conhecia, mas isso também dificultou uma conexao mais direta entre mim e os personagens.
Exit West nao tem uma trama em si, ele meio que só acompanha as vidas dos personagens, ate nao acompanhar mais. A parte de realismo mágico é so um mecanismo para mostrar a questao da migração, então é como se esse livro fosse do gênero contemporâneo normal.
O livro tem questões interessantes sobre migração e relações humanas, com uma vibe realista e lúdica ao mesmo tempo na narrativa.

Mas o que me impediu de gostar da minha experiência com o livro, além da sensação de distância entre mim e os personagens por causa da narrativa impessoal, foi a falta de trama. Eu realmente prefiro livros mais acelerados e que a trama seja usada pra levantar os temas a ser tratados. Mas é uma questao de gosto, logo eu nao falaria pra alguem não ler o livro. Só que leia estando ciente dessas coisas.
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