Fabio Pedreira 30/07/2020Nevermore?Clássicos da literatura nem sempre chamam minha atenção, mas sempre tem uns que acabam se destacando na multidão, principalmente se for do tema de fantasia ou terror. No caso do primeiro, temos O Senhor dos Anéis e Nárnia para ilustrar, já no caso do segundo Lovecraft.
Quem me acompanha sabe que eu já trouxe três resenhas de livros do Lovecraft, já li quase todos os contos e novelas do autor, mas até recentemente tinha falhado em ler outro autor clássico do gênero e talvez o mais famoso… Edgar Allan Poe. Mesmo tendo uma edição em mãos, uma oportunidade nunca se apresentava, até que finalmente ela apareceu quando passei a fazer parte do grupo @odeoncinezap no instagram.
O grupo tem como objetivo assistir filmes antigos de terror/suspense (aliás, sintam-se convidados a participar) e o primeiro deles foi Os Assassinatos na Rua Morgue, filme baseado no conto do Poe. E como gosto sempre de ler a obra na qual um filme é baseado antes de assistir, finalmente peguei o livro para ler. E já adianto o veredito… Eu adorei.
Os contos presentes no livro da Darkside são divididos por temas. São 6 para ser mais exato: Espectro da Morte, Narradores Homicidas, Detetive Dupin, Mulheres Etéreas, Ímpeto Aventureiro e O Corvo
No fim, essa edição da Darkside é simplesmente uma obra prima. Tanto de acabamento como pelos contos presentes. Logo no início temos também introduções explicando cada uma dessas fases e um pouco mais sobre o autor.
Porém, das 6 partes presentes, gostei apenas de 5. Os contos do Detetive Dupin eu tenho que falar que nem O Corvo… “Nunca Mais”. Vou explicar o motivo. Dizem que a linguagem do autor é difícil, mas não sei se foi a tradução ou o costume que me fizeram achar bem tranquila, mais simples até do que o próprio Lovecraft. Só que os contos do Dupin, parecia que eu estava lendo Sherlock Holmes na escrita do Tolkien.
São contos (ou novelas talvez) bem maçantes, com uma linguagem técnica muito chata. E como se não bastasse, eles são as maiores histórias do livro. Felizmente são apenas três narrativas e também ainda bem que o Doyle ao se inspirar, conseguiu fazer um detetive muito mais dinâmico.
Mas tirando isso eu recomendo bastante a leitura do livro. Algumas me fizeram refletir, outras me fizeram dar risada e o conjunto da obra certamente me fez querer ler mais coisas do autor.