Bia 22/05/2017Recomendado para os apreciadores de horror goreEu já iniciei a leitura cheia de expectativas, afinal meu contato com o autor foi muito positivo; em conversas informais ele acabava por comentar alguns fatos sobre a obra, assim sendo deduzi que tinha um bom material de leitura.
E realmente tive. A escrita de Aislan é gostosa e envolvente. Ele sabe bem a que veio, tendo um estilo muito original dentro do cenário atual da nossa literatura nacional.
Temos um horror “gore”, do tipo bem descritivo, com muito sangue, decapitação, órgãos voando. No enredo, ele trabalha quase que o tempo todo com a repulsa do leitor. Isso de longe é um ponto negativo, há leitores que abominam esse estilo de leitura outros procuram por isso. Confesso que não busco livros do gênero, mas também não corro dos mesmos. Apesar de estar mais a vontade com o estilo nos cinemas, a leitura foi prazerosa, dentro do que podemos chamar de prazer no horror (rs).
São ao todo onze contos, com personagens diversos narrando acontecimentos macabros que se sucederam no sertão. Mais um ponto positivo: assim como M R Terci, Aislan manteve um cenário 100% nacional para sua estória.
E o que encontraremos nos contos? Bem, não sei se estava preparada para me deparar com tudo aquilo. Confesso que fiquei assustada; não, horrorizada (de uma forma positiva) com todo o conteúdo do livro. São 77 páginas que, apesar de ser um pequeno número para quem é apto a leitura diária, não serão lidas rapidamente por quem tem estômago fraco.
Nos deparamos, entre outras coisas, com uma chacina (com detalhes minimalistas dos corpos) que envolve o famoso cangaceiro Lampião; encontramos um espantalho demoníaco (que me provocou arrepios); homens que fazem negócio com o próprio demônio; e, vocês nem imaginam que no cangaço existem ninfas... Ahh, quase que me esqueço! Tem um circo por aquelas bandas que jamais desejaríamos que viesse para nossa região.
Mesmo se tratando de algo que trabalha com o “horror” do leitor, o autor colocou elementos fantásticos que me agradaram muito. Adorei, principalmente, os elementos folclóricos. Senti vontade em aprofundar nas criaturas místicas que o autor introduziu, como o Espantalho e as Devaneias.
A escrita de Aislan é muito palpável. Ele tem muito talento no estilo que escreve, por isso me senti como se estivesse presenciando tudo aquilo que o enredo trazia. É fácil visualizar o que está escrito, e isso me provocou arrepios!
Vale destacar, ainda, que ele escreve de forma contemporânea, utilizando até mesmo gírias em algumas passagens.
Recomendo para todos os fãs de um bom horror gore.
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http://pausaparapitacos.blogspot.com.br/2017/05/resenha-o-cordel-de-sangue-aislan.html