A Maldição de Stalin

A Maldição de Stalin Robert Gellately




Resenhas - A Maldição de Stalin


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@chrisoliveira 05/05/2017

Seja crítico na leitura
O autor canadense é professor da Universidade Estadual da Flórida, especialista na Alemanha Nazista, e utilizou fontes da Alemanha, Grã-Bretanha, especialmente dos EUA ,e algumas soviéticas, cedidas após o término da Guerra Fria. Em sua obra, defende que Stalin foi o grande responsável pelo início e continuidade da Guerra Fria, e não os EUA, como a maioria entende. O autor não admite nem mesmo uma culpa conjunta entre as duas potências, o que já traz uma grande problemática para a obra.

O livro traz centenas de referências bibliográficas em sua parte final (notas), o que traz um certo peso à obra, mas confesso que não pesquisei sobre elas. É dividido em três partes: a primeira traz o desenvolvimento e estabelecimento da União Soviética e da Segunda Guerra Mundial. a parte dois contém um compêndio do pós-guerra, contando como se deu a negociação entre as nações, e a parte três que se dedica à Guerra Fria, falando do regime socialista em diversos países da Europa e Ásia.

Como curiosidade, o termo "Maldição" utilizado pelo autor se refere à sua análise sobre o pós guerra, quando Stalin aproveitou-se do contexto sócio-econômico para estender sua zona de atuação, juntamente com práticas de censura e repressão. O autor também explica que essa maldição significa a dificuldade que os países ligados ao conjunto soviético tiveram para tentar melhorar sua economia, tudo por culpa única e exclusiva de Stalin, o que não deixa de ser uma opinião tendenciosa, que desperta muitos questionamentos.

Na mesma linha de raciocínio, Gellately denomina Stalinização ao estilo repressor de expansão soviética ao mesmo tempo em que censura os EUA, que, na sua visão, ficaram inertes frente à expansão comunista, mas, em contrapartida, ovaciona a interferência americana na Coreia e aceita que todo o quadro histórico do pós guerra auxiliou as ações stalinistas, tendo em vista a pressão que o povo americano fez para o retorno dos soldados à sua nação, enquanto a Grã-Bretanha encontrava-se quebrada economicamente.

Outra problemática encontrada no livro é a opinião pessoal do autor quanto ao caráter de Stalin. Ele não admite a possibilidade de uma psicopatia ou qualquer transtorno de personalidade, mas acredita que toda violência cometida era fruto da própria ideologia comunista, ou seja, foi fruto de como Stalin absorveu e interpretou a doutrina Marxista, deixando subentendido que a doutrina marxista propaga a violência como forma de dominação. Essa percepção deixa de fazer sentido se utilizarmos a mesma premissa para a análise de todo o mal causado pelo nazismo de Hitler, um ditador nacionalista de extrema direita.

Eu julguei muito arriscada a leitura dele em diversos ângulos. Deixo aqui bem claro que não tenho qualquer apego, admiração, empatia, inclinação ou atração pela memória de Stalin, mas essa interpretação de Gellately sobre as responsabilidades prioritárias da URSS pela Guerra Fria me parece uma reprodução da historiografia conservadora dos anos 50, e sua posição claramente de direita compromete bastante confiabilidade da obra.


site: www.letrasextraordinarias.com.br
Riamma 08/11/2017minha estante
Hitler jamais foi de extrema-direita.


Luiz Gallas 25/11/2017minha estante
Hitler, de extrema direita?!!! Cruzes...!!!


Suelen FQ Silva 08/05/2018minha estante
Hitler, extrema direita??!!


Samuel Gallo 30/07/2018minha estante
Chris Oliveira. Durante o livro, e também em outras leituras, podemos ver que dentro do círculo governante soviético, a ideia principal, era que fosse necessário acabar com todos os inimigos, sejam externos ou internos. Internamente, o estado soviético fez várias ofensivas contra seu povo. Externamente, o próprio Stalin imaginava se aproveitar de uma guerra entre as potências ocidentais, para no fim, depois que todas estivessem destruídas, a URSS surgisse como uma ?salvadora? ? exatamente como ele fez no leste europeu. As alianças que faziam com os ocidentais eram meramente temporárias, e que na verdade, visava se aproveitar deles, para depois destruí lós.

Diante de tantas artimanhas e estratégias, não é difícil imaginar a alta cúpula do governo soviético; e da KGB, tramando um grande conflito global, seja ele como for, para aniquilar seus inimigos.

Os Russos eram capazes de agir por mais de uma linha lógica. Por exemplo, logo após a Revolução Russa, os bolcheviques ambicionavam espalhar a revolução na Europa e também na África. No entanto, o continente africano não possuía classe proletária, então decidiram adotar uma estratégia nacionalista; incentivando a revolta dos povos africanos contra as potências colonizadoras. Então, logo após que os europeus fossem expulsos, os russos abocanhariam tudo. Mas, enquanto isso, na Europa, incentivam o internacionalismo proletário.


Carlos 26/11/2018minha estante
Na sua resenha é sua opinião pessoal Hitler ser de extrema direita ou o autor fala literalmente que Hitler é de extrema direita?



Enzo50 25/02/2023minha estante
Hitler foi o fundador do partido nazi e seus ideais, diferentemente do stalin que seguia a doutrinação marxista-lenista só que mais autoritário




Marco 16/01/2020

Nada de novo
"A Maldição de Stalin" é um livro didático de história acerca do início do Regime Comunista na Rússia e da ascensão de Stalin ao poder, focando nas consequências de suas políticas na U.R.S.S. bem como em todo o Leste Europeu. Daí o termo "Maldição".
Ocorre que, para queles que já leram o suficiente sobre o assunto, o livro não agrega nada de novo. Seja pela ausência de análises do autor, seja pela repetição de fatos já tão conhecidos sobre o período e as políticas do ditador. Ou seja, tudo o que for descrito nas mais de 450 páginas da obra, poderá ser encontrado em outras obras referentes ao tema ou que abarcam o período. Sejam biografias do ditador, livros de Segunda Guerra Mundial, livros que tratam de genocídios, livros acerca do comunismo, etc.
A única exceção (e o motivo pelo qual recomendo a leitura do livro) se dá nos capítulos referentes ao pós-Guerra e o reassentamento/limpeza étnica de povos germânicos após a capitulação da Alemanha. Até agora foi o melhor e único livro que li à dedicar boas páginas (e um capítulo inteiro) sobre o assunto.
Portanto, a leitura é extremamente recomendada para aqueles que desejam iniciar os estudos no tema. É recomendada com precaução para aqueles já familiarizados com o assunto, tendo-se em vista a abordagem do capítulo já supracitado.
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