Tatá 02/03/2020
Rico em muita informação!
Leonardo Boff começa esse livro trazendo informações riquíssimas principalmente no que concerne o mundo das religiões com relação ao gênero. Dá pra perceber que é uma análise que perpassa muito pelo campo da Teologia, enquanto Rose Muraro vai pelo caminho da psicologia, criticando de forma contundente o conservadorismo freudiano acerca de determinismos biológicos com relação a gênero. Com muita perspicácia a autora passa por questões gerais, mesmo o foco dessa discussão sendo gênero: ela fala da bissexualidade, da transexualidade, cita brevemente como o patriarcalismo precisa do racismo e do machismo para sobreviver e entra até na questão da androginia: se as pessoas fossem mais andróginas em termos de vivências cotidianas, o mundo seria melhor.
Ao meu ver, por mais que ambos tenham citado que gênero não se refere à questão do sexo biológico, senti falta de mais dedicação dentro dessa problemática. Também percebi que Muraro traz uma solução que pra mim não é a real: defende um Estado Novo, com princípios distintos do patriarcalismo e voltado na ancestralidade feminina no poder. Ela também crê que isso se dará de forma pacífica. Ambas as coisas são coisas que não fazem parte daquilo que acredito: Estado e justiça são coisas ao meu ver, antagônicas. E revolução pacífica soa extremamente impossível diante de nossa realidade.
No mais, livro riquíssimo em informações, vale a leitura.