Três Mocinhas Elegantes

Três Mocinhas Elegantes Cristina Villaça




Resenhas - Três Mocinhas Elegantes


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Inês Carreira 21/09/2017

Crítica: ‘Três Mocinhas Elegantes’, de Cristina Villaça e Rafa Anton
Sou da opinião que escrever e ilustrar um livro infantil é desafio para poucos. Poucos como Cristina Villaça e Rafa Anton, que em apenas trinta páginas de puro talento e uma sutileza extraordinária conseguiram um pequeno gesto de revolução. Três Mocinhas Elegantes (Zit Editora) é uma história sobre o complicado mundo dos adultos, escrita para crianças, sob o ponto de vista de uma criança, Cuca, uma menina que tem duas mães.

Quando eu tinha a idade de Cuca, não sabia que crianças podiam ter dois pais ou duas mães. Em verdade, não podiam. Essas famílias andavam escondidas, por debaixo do manto da vergonha, num canto qualquer de uma esquina entre tantas ruas de preconceito, descriminação, intolerância e hipocrisia. Felizmente, se eu vier a ter filhos, eles poderão ler um livro como este, num mundo que caminha lentamente para um lugar melhor, com alguns heróis que insistem em puxá-lo para fora do buraco negro em que muitos vilões querem enfiá-lo. Os autores e personagens desta grande obra pertencem a esse grupo de heróis.

Mas o/a leitor/a não pense que o tema se restringe ao universo de uma família homoafetiva. Na verdade, este é um livro sobre o cliché do Amor e da Solidariedade, revestido de uma forma inovadora e necessária. Além de Cuca e suas duas mães, Ana e Lia, são também personagens de alta importância o casal de idosos seu Chiquinho e dona Sinhá, vizinhos das três mocinhas elegantes, com quem a criança passa grande parte do seu tempo livre e único lugar da vizinhança onde não se sente descriminada por ter duas mães. Aspecto curioso da história é o fato de um casal de idade avançada, talvez as pessoas de quem mais se poderia esperar uma atitude conservadora, olharem com tão bons olhos (e com tanto amor) as três vizinhas. A relação entre crianças e idosos sempre me comoveu pela pureza quase instintiva que une gerações tão afastadas no tempo, mas tão próximas na condição humana. Assim é a relação de Cuca com seu Chiquinho, que lhe ensina uma das maiores lições que ela levará para a vida, com juras de amizade eterna entre os dois.

Não conto mais do enredo, muito menos do final da história, para estimular uma leitura obrigatória, principalmente para todos os pais e mães que sonham com um mundo melhor para seus filhos.

Original escrito no site Boletim Leituras.

site: http://www.boletimleituras.com.br/critica-tres-mocinhas-elegantes-de-cristina-villaca-e-rafa-anton/
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