Luan.NietzsChe 24/03/2024
[...] Depois da morte seremos o que éramos antes de nascer.
A Cura de Schopenhauer... Só agora, no fim da leitura, entendo o seu título. Julius, um baita psiquiatra, curou Schopenhauer, ou melhor, Philip. De antemão, digo que não tenho muitas boas palavras, infelizmente, para tal resenha de tal esplendoroso livro. Posso apenas, para demonstrar tanto o meu fascínio por este livro, elogiá-lo e falar um pouco, A Quo, sobre ele:
Este livro é de uma genialidade sem fim, é de uma perfeição sem igual! A escrita de Irvin é tão, mas tão cativante! A morte e a vida são tratadas de várias formas, tendo em vista que o livro possui personagens únicos, também cativantes, com personalidades e problemas não tão diferentes mas completamente distintos. Cada sessão descrita neste livro, fazia-me sentir que eu estava lá, sentado numa das cadeiras do grupo de terapia, escutando-os, sendo tratado com eles... É mágico.
De um lado, Julius, lidando com sua premeditada e inexorável morte; do outro, Philip, considerado seu maior fracasso profissional que, durante três anos de terapia, não se curou de seus problemas com os métodos terapêuticos de Julius, mas sim com os métodos de Schopenhauer, lidando com a vida como ela é: um sofrimento sem cessar.
Ao mesmo tempo em que o livro é um romance, é também uma biografia do nosso filósofo-gênio Schopenhauer. É-nos mostrada sua trágica e fascinante vida, suas ideias, sua conturbada relação com a família e muito mais. Ao conhecermos mais a sua vida, conhecemos também a vida de Philip, que é tão parecida com a do filósofo. Assim como o pai de Schopenhauer se suicidou por ter problemas psicológicos, suicidou-se o pai de Philip, assim como Schopenhauer ficou sem ver sua mãe por um bom tempo, ficou sem ver a mãe, também, Philip. Philip, depois de se aprofundar na vida e filosofia de Schopenhauer, passou a ter hábitos iguais e parecidos aos do filósofo: almoçando sozinho, nada de relações sexuais, sem amizades, por fim, usando os métodos que Schopenhauer usava. Philip, sem opção (entenderá o porquê ao ler), entra na terapia de grupo e, a partir daí, Julius tem o desafio, agora, não de curar o Philip com o mesmo problema do passado, mas sim Schopenhauer.