Jardins da Lua

Jardins da Lua Steven Erikson




Resenhas - Os Jardins da Lua


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Paulo 11/06/2017

Admito ser um cara meio chato na hora de montar as resenhas para o blog. Mesmo com livros que o público gosta bastante, sempre tem algum elemento que acaba não passando. Isso não significa que eu gostei menos ou que eu detestei um livro. Significa apenas que eu procuro ao máximo respeitar os meus leitores, buscando ressaltar os pontos fortes e apontar algumas fraquezas na leitura. Ah, sim, antes de mais nada, o fato de eu ter me envolvido em um esforço coletivo para ajudar a divulgar o lançamento do livro não significa que a minha resenha foi alterada positivamente por conta disto. Outro ponto que eu gostaria de comentar é que eu não gosto de ler livros durante um momento de hype. Nunca é positivo. Expectativa é uma faca de dois gumes: tanto pode ser positiva como pode redundar em algo negativo.

Tendo feito todo este disclaimer, queria dizer que esta foi disparado a melhor leitura do ano. Okay, eu já havia dito isto sobre Atlas de Nuvens. E eu acredito que ainda vou dizer sobre outros livros porque eu me comprometi com um desafio de livros muito elogiados. Mas, aqui em Jardins da Lua eu poucas vezes vi algo tão redondinho e bem escrito. Eu estou até agora tentando encontrar algo para criticar. Um personagem mal trabalhado, uma ponta solta, um erro de escrita. Eu simplesmente não consigo encontrar. Me deparo aqui com um autor que é um mestre na estrutura e composição da narrativa. Nada do que aparece no livro é sem propósito; tudo lhe fornece alguma informação vital que vai ser explorada depois.

Uma das grandes reclamações dos leitores de Jardins da Lua é a dificuldade deste primeiro volume. E eu parti para a leitura sem conhecer quase nada do universo Malazan. Vocês vão me chamar de maluco já que fui eu quem traduziu o Guia para Malazan. Sim, fui eu mesmo. Porém, eu pouco me lembrava do que eu traduzi. O meu processo de tradução é meio insano. Geralmente eu não guardo informações quando estou na tradução; apenas depois quando eu leio o texto. Então minha mente era uma página em branco quando abri o livro pela primeira vez. E quão gratificante foi o fato de o autor me tratar como um adulto. Eu já usei a expressão Síndrome do Primeiro Volume uma série de vezes para comentar a respeito do problema que muitas séries de sci-fi ou de fantasia tem no começo. Existe uma forte necessidade do autor de situar quem está lendo no seu universo, apresentando personagens, características do mundo, sistema de magia (ou tecnologia) e até assentando o leitor em seu modo de escrita. E o Erikson não faz isso. Ele te joga no meio da narrativa e manda você se virar para entender a história. Nada de glossários, nada de excesso de informações, nada de diálogos expositivos. E aí, como é que entendemos o universo e o mundo? Bem, você vai pegando pequenos pedaços de informação que ele vai te jogando e montando um imenso quebra-cabeças. Estamos acostumados com autores que pegam na nossa mão, mandam a gente se sentar no banquinho e começam a explicar a história para a gente. Muito semelhante à famosa cena do Conselho de Elrond em O Senhor dos Anéis que muitos leitores detestam. Mas que este tipo de exposição de informações acabou sendo adaptada pelos autores nos livros contemporâneos. Claro que, este "info dump" é feito de uma maneira mais diluída, mas mesmo assim é responsável por aquela gordurinha a mais que vemos em algumas séries que tanto gostamos. Eu mesmo já comentei o quanto o primeiro volume de O Ciclo das Trevas, de Peter V. Brett, poderia ser um livro estupidamente melhor sem o info dump. Mas o autor precisou apresentar o mundo de acordo com o seu modo de escrita.

Minha dica nesse momento é: não se preocupem. Erikson vai explicar a vocês eventualmente o que ele está falando. Mesmo que isso aconteça quinhentas ou seiscentas páginas depois e seja em um parágrafo. Sério. Confiem. Eu não senti essa dificuldade que muitos leitores sentiram. Talvez por eu ter lido Atlas de Nuvens um mês antes, que é um livro com informações narrativas difusas, a principal dificuldade de Jardins da Lua não me afetou. Claro, o leitor demora para se acostumar com os personagens e com a narrativa, mas tão logo nos assentamos na história, é uma viagem maravilhosa. Da metade para a frente eu não queria parar de ler. Consegui terminar minha leitura em 9 dias e estamos falando de um livro volumoso e que não é tão simples assim de ler.

A escrita do Erikson é bem precisa. Não vemos muitos preciosismos ou firulas literárias ao longo de Jardins da Lua. Para quem procura algo ritmado e muito poético, este não é o seu cara. Nas linhas do livro o que eu pude sentir é que os capítulos transbordavam majestade. Tudo é muito grandioso e urgente. Não estou vendo uma jornada do Herói. Jardins da Lua não é a história de como Ganoes Paran realiza sua jornada, atravessando por dificuldades, treinando com um mestre e derrotando um vilão. Nada disso. Também não é a história de Piedade e de seu martírio. Nesse sentido, vou traçar uma comparação bem absurda, mas tentem imaginar comigo. Jardins da Lua se assemelha bastante à maneira como Asimov compôs o primeiro volume da série Fundação. Ali a história não é sobre Seldon ou Hardin, mas sobre a própria Fundação. Vemos como a Fundação começa como uma ideia na mente de Hari Seldon até o momento em que a Fundação se torna um mundo desenvolvido com um sistema monetário e até uma religião. Os personagens orbitam em torno da Fundação e vemos como as suas ações interferem na evolução do planeta. Aqui é o mesmo. A história é sobre o Império Malazano e sua ofensiva no continente de Genabackis. Por isso não temos necessariamente um protagonista. Vemos vários pontos de vista que vão nos mostrar acontecimentos diferentes da história. Todos possuem algum envolvimento: a conselheira Lorn, Ganoes Paran, Whiskeyjack e os Queimadores de Pontes, Kruppe e até mesmo o jovem Crokus. Sempre tem algum elemento importante da narrativa a ser contado por eles. E, no entanto, no centro da história sempre vai estar o Império Malazano.

Os personagens são muito bem concebidos. Não consigo encontrar um único personagem que não tenha tido alguma coisa a acrescentar à história. De nada adianta criar um personagem aleatório se os seus momentos são apenas supérfluos. Alguns de vocês vão argumentar que determinados personagens não são tão bem trabalhados. Então, o que eu senti foi que o autor deixou algumas coisas em aberto para trabalhar em livros futuros. Ele não abandona simplesmente os personagens; ele os envia a outras situações a serem trabalhadas posteriormente como com Tattersail. Não vou me alongar nessa explicação ou acabarei dando spoilers, mas o que me agradou muito foi esta noção do autor de que ele precisa de certos personagens para continuar linhas narrativas futuramente. Outro elemento que eu gostei bastante foi o fato de que não existe um maniqueísmo evidente na história. Não temos bons e maus. Temos pessoas com interessantes. Todos possuem algo a alcançar na história e nem sempre seus objetivos passam por meios considerados nobres. A enganação, a traição, o roubo e o assassinato estão evidentes ali. O mundo de Erikson é um mundo como o nosso: cruel em determinados momentos.

Como é bom ver quando um autor é capaz de traçar uma personagem feminina com tanta naturalidade. Todas elas são distintas entre si e temos duas personagens em posição de poder na história: Laseen e Lorn. Nenhuma delas é uma badass, chutadora de bundas a la Rambo. No caso, podemos falar mais de Lorn que possui uma aura carismática ao mesmo tempo em que possui suas fragilidades. Ela não é um robô que segue cegamente as ordens da imperatriz. Existem momentos de questionamentos, mas ela compreende que as necessidades do império estão acima das suas. E Tattersail que possui um caráter extremamente interessante. Busca redenção por alguns erros que ela cometeu no passado. Mas, nem por isso ela chora litros de lágrimas por causa disso. O que aconteceu, aconteceu. Temos mulheres poderosas, feiticeiras incríveis, nobres mulheres que usam sua sedução para conquistar seu espaço e sábias. Todas muito distintas entre si. Podemos dizer que elas estão empoderadas? Sim, podemos. Mas, o leitor sente que a construção delas foi muito natural na mente do autor. Ele não planejou uma cota de mulheres para a sua história. Elas estão ali porque sim.

Outra coisa que muito me agradou é que mesmo os personagens secundários possuem alguma trama paralela que se une à história central. E quando você lê o livro pela segunda vez percebe a teia de histórias que se entrelaçam criada pelo autor. Até mesmo a trama de Crokus e Challice estoura no final em algum momento de importância para o leitor. Ou a beberagem de Coll, ou as falas sem nexo de Kruppe. Posso imaginar a dificuldade que deve ter sido entrelaçar toda essa gama de personagens em uma história coerente e que não pesasse na mente do leitor. Aplausos para o autor.

Quanto aos temas, temos muita variedade dos mesmos. Por exemplo, a vingança é muito bem trabalhada pelo autor. Temos um personagem que busca vingança por algo que lhe acontece durante a narrativa. E isso o leva a tomar escolhas erradas e a se arrepender posteriormente. Mas, o que mais se destaca é o livre-arbítrio. A capacidade dos indivíduos de escolher aquilo que eles vão fazer de suas próprias vidas e como os deuses podem ou não interferir em nossas decisões. Em algumas ocasiões vemos que os personagens se sentem peões em um jogo maior. Vemos alguns personagens sendo influenciados de maneira direta enquanto outros tendo suas escolhas reduzidas e sendo "guiados" por aquilo que os deuses querem. Chega a ser interessante que no epílogo da história voltamos a esse tema.

Me recordo de que li em algum blog uma observação muito interessante sobre a narrativa: a magia não é um instrumento da história, mas sim uma parte essencial da mesma. E isso é totalmente verdade. Entender o funcionamento dos Labirintos e de como os personagens são capazes de utilizá-los a seu bel prazer também é essencial para o andamento da narrativa. Quando chegamos no confronto final lá nos capítulos finais, o autor pega aquilo que ele trabalhou ao longo da narrativa e dá o seu twist ao nos apresentar complicadores. Ao mesmo tempo o autor deixa transparecer que existem outros elementos mágicos espalhados pelo mundo. Ou seja, existe um lastro para desenvolver outras ideias em futuros volumes. Ao mesmo tempo que eu digo que entendi o elemento mágico da história, algumas coisas ainda me fogem. Novamente me parece que o autor planejou trabalhar isso em futuras histórias.

A cidade de Darujhistan é um grande coração pulsante da história. E o autor faz esta passagem muito bem. Apesar de nem toda a história se passar na cidade, mas uma boa parte dela acontece dentro de seus muros. E a própria cidade respira. Os personagens são bem detalhados e as localidades também. Você fica com vontade de ver mais eventos acontecendo ali dentro e parece que o passado da cidade também é muito interessante. Vale lembrar que as séries de Malazan acontecem em momentos diferentes da história do mundo. Noite das Facas, publicado por Ian C. Esslemont se passa muitos anos antes dos eventos de Jardins da Lua e não interferem de maneira direta com este último.

Enfim, considero o livro excepcional. O livro não é apenas hype; ele é realmente uma leitura muito boa. Porém, se trata de uma leitura desafiadora. Existe um momento de estranhamento natural porque o autor trata o seu leitor como um adulto. Ele quer que você, leitor, monte as informações a partir daquilo que ele te apresenta na narrativa. Os personagens são um elemento essencial também. Todos eles tem um propósito, uma razão para existirem. Mesmo os mais secundários contribuem de alguma maneira para a narrativa de Jardins da Lua. Ou seja, não existem personagens jogados apenas para cumprir espaço. As personagens femininas também são apresentadas de forma muito natural. Na minha opinião, eu estou diante de uma das melhores leituras de fantasia da minha vida. Então, corram e comprem o de vocês.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Taverneiro 12/06/2017

Livro divertido e épico, mais com alguns problemas de ritmo
O mundo está em guerra. Há muito tempo o império vem tomando cada parte do mundo uma a uma. A Imperatriz Laseen traiu o antigo Imperador e tomou o poder, conduzindo as conquistas do império de cidade em cidade no continente de Genabackis. No início desse livro restam apenas duas cidades livres, Darujhistan e Pale, essa última prestes a entrar em confronto com as forças do império.

Algumas forças se opõem ao domínio da Imperatriz e uma das mais poderosas está ao lado da cidade de Pale na batalha. A Cria da Lua, uma montanha voadora cheia de corvos gigantes, lar da raça do povo de pele escura, os Tiste Andii e do líder deles, o poderoso Anomander Rake.

Logo no início do livro vemos o ataque das forças do império a cidade de Pale, e o duelo cara a cara dos mais poderosos magos a serviço da imperatriz contra Anomander Rake e a Cria da Lua, em um combate destruidor e de proporções titânicas.

Mesmo com a ajuda da Cria da Lua, a cidade de Pale cai. Anomander Rake e a Cria da Lua recuam para Darujhistan. Agora só existe uma cidade no caminho da dominação do Império Malazano e é a trama para a derrubada dela que acompanhamos aqui.

Jardins da Lua é um livro de fantasia épica escrito pelo Steven Erikson e lançado aqui pela Editora Arqueiro.

Esse é o primeiro da série de dez livros O Livro Malazano dos Caídos (The Malazan Book of the Fallen). O universo desses livros foi criado por Steven Erikson e Ian C. Esslemont para uma campanha de RPG. Esslemont também tem uma série de seis livros nesse mesmo mundo e as duas tem histórias complementares. Império Malazan conta a história de como a imperatriz tomou o poder e o primeiro deles, A Noite das Facas, foi publicado pela Cavaleiro Negro Editora.

Pensem no Jardins da Lua como um jogo de xadrez. O confronto entre o Império e Darujhistan é o tabuleiro. E tem muuuuitas peças em movimento…

Sobre a Criação de Mundo…

O mundo criado pelo autor é de magia altíssima! Existe uma força ancestral conhecido como os Labirintos, que são dimensões paralelas que os conjuradores podem acessar para pegar o poder de lá, ou viajar grandes distâncias através deles. Existem vários labirintos e cada um tem suas particularidades. Alguns labirintos tem a essência mais selvagem, outros são melhores para curar feridas e assim por diante.

O nível de poder dos personagens-chave nessa guerra é imenso, e logo no primeiro combate em Pale envolvendo Anomander Rake e os magos da Imperatriz nós vemos que são quase deuses se enfrentando em meio a pessoas comuns. Eu particularmente acho isso incrível. Para você que joga D&D, é basicamente como se fossem personagens épicos lutando em uma guerra. A destruição causada por esses fluxos de força não tem limites.

E os deuses, aaaa os deuses…. Eles têm uma presença muito forte no mundo. Eles interferem diretamente em assuntos mortais, as vezes até mesmo com possessões. São peças muito poderosas e a maior parte das pessoas teme que eles entrem em jogo. Mas não se engane, alguns dos não-deuses aqui (como o próprio Anomander Rake) são fortes o suficiente para comprar briga com os deuses, e isso torna tudo um jogo de discretas influencias e (por enquanto) não de combate direto contra divindades.

Geograficamente falando, esse livro apresenta pouco do mundo de maneira sólida. Temos alguns nomes de outras cidades, algumas raças não humanas aparecem e ficamos sabendo de outras peças no tabuleiro da guerra que estão posicionadas em outras frentes (Como o lendário comandante Caladan Brood). Temos algumas cenas mostrando que esse mundo é imenso e cheio de detalhes que provavelmente serão explorados em sequências (Tipo cenas pós-créditos nos filmes da Marvel), mas nesse livro em específico apenas Darujhistan é bem explorada.

Fica claro que é um mundo muito rico em detalhes e isso provavelmente é um reflexo da criação dele associada ao RPG. Em um livro normal, o wordbuilding tem certo limite: você cria o que precisa para a história. Mas em um livro de RPG isso não tem fim, você pode ir de vila em vila criando lendas e personalidades sem parar e não precisa dar uma resolução para nada porque, afinal, são os jogadores que vão resolver aquilo. Eu senti muito esse ar RPGistico aqui nesse livro. Todos os personagens e locais tem vida e isso foge aos padrões do que estamos acostumados.

Sobre a escrita…

Ela é bem direta. A narrativa em geral é acelerada, o que dá a sensação de que você pegou um trem em movimento (ou foi atropelado por ele, não estou certo qual analogia é melhor XD) e todo o conhecimento têm que ser pego nos pedacinhos que o autor solta e montados para formar a grande história por trás de tudo (tipo o jogo Dark Souls XD). Sobre a gramática, não existe floreio ou embelezamento excessivo das cenas. Algumas cenas de batalha tem uma descrição mais trabalhada, mas de maneira geral é uma escrita simples e satisfatória. Ele também coloca trechos de poemas do mundo no início de cada capitulo e isso é bem bacana. Realmente não tem muito o que comentar sobre a maneira como ele escreve.

A Edição da Arqueiro conta com um esquema de rostos e nomes parte interna da capa. Além disso também tem um belo glossário que ajuda muito se você estiver perdido. ^^

Sobre os personagens…

Bem, então…. Sabe o que eu falei sobre ter muuuuitas peças nesse tabuleiro? Essa foi a característica do livro que mais me incomodou. A narrativa acelerada e pouco explicativa, somada a uma quantidade exorbitante de personagens com arcos próprios deixa esse livro complicado. Eu vou falar um pouquinho sobre ALGUNS dos personagens desse livro.

Imperatriz Laseen, Soberana do Império Malazano, traiu o antigo imperador e tomou o poder. Têm vários problemas com rebeliões e traidores, mas ainda assim continua conquistando territórios.

Conselheira Lorn, figura de confiança da Imperatriz. É enviada para Darujhistan para averiguar os Queimadores de Pontes ou qualquer outro movimento suspeito, mas sua missão principal é trazer uma peça antiga e extremamente poderosa para o tabuleiro, que pode tirar até o próprio Anomander Rake do jogo.

Sargento Whiskeyjack, Sargento dos Queimadores de Pontes, uma tropa Lendária que serviu ao antigo Imperador, mas que após o golpe está sendo lentamente descartada pela Imperatriz que teme qualquer um que fosse muito leal ao imperador. Whiskeyjack em especial era um comandante lendário com muito prestigio na época do Imperador, mas agora teme levar uma facada nas costas de qualquer um que não seja um dos Queimadores de Pontes.

Tattersail, uma das feiticeiras que compõem do Segundo exército. Logo no inicio participa da batalha cara a cara com a Cria da Lua e vê, horrorizada, o massacre acontecendo. Acaba se envolvendo na trama dos Queimadores de Ponte e o medo deles de estarem sendo descartados.

Hairlock, Também do segundo exército junto com Tattersail e acaba sendo mortalmente ferido na luta em Pale. É “salvo” pelos Queimadores de Pontes que transferem sua alma para um boneco e controlam ele momentaneamente.

Ben Ligeiro, Queimador de pontes, mago muito poderoso. Ele que transfere a essência de Hairlock para um boneco e tenta usá-lo, mas acaba tendo problemas para controlar o antigo.

Piedade, uma das mais novas recrutas dos Queimadores de Pontes, muito jovem, mais ainda assim uma assassina assustadoramente eficiente, quase como se houvesse algo mais por trás da sua habilidade…

Ganoes Stabro Paran, nobre de nascimento que abandonou sua vida na corte para se tornar um oficial do Império Malazano. Acaba conquistando a confiança da Imperatriz e é enviado para comandar os Queimadores de Pontes, e eliminar uma certa integrante que suspeitam estar sendo usada por um deus.

Dujek Umbraço, Alto Punho dos exércitos Malazanos. Serviu fielmente o Imperador e por isso a Imperatriz teme uma traição dele. Logo ela toma medidas para diminuir a influência do Alto Punho, o que acaba deixando ele insatisfeito e mais tentado a trair a Imperatriz.

Tayschrenn, Alto Mago da Imperatriz, lutou contra a Cria da Lua e se aproveitou para no meio da batalha resolver algumas divergências com alguns outros magos.

Kruppe, um morador de Darujhistan, tem um certo poder nos seus sonhos de entrar em contato com entidades antigas.

Crokus Jovemão, um jovem ladrão que praticamente caiu de paraquedas nas tramas do livro. Ele encontra logo no início uma moeda com o poder dos deuses da sorte e acaba tendo influencia em várias situações sem nem perceber a gravidade do que está acontecendo. Seu arco pessoal mesmo é uma paixonite por uma nobre local.

Rallick Nom, um membro da Sociedade de Assassinos de Darujhistan. Têm uma vingança pessoal a realizar com um dos conselheiros da cidade.

Baruk, um Alto Alquimista e um dos que tramam nas sombras para defender Darujhistan do Império.

Percebeu que muitos deles têm pelo menos uma organização relacionada no seu resuminho? Pois é, podem chamar Steven Erikson de muita coisa, menos de preguiçoso ao criar mundos. E esses são só alguns dos personagens. XD

“Mas me diz, ele faz esse montão de gente aí e fica tudo bagunçado né? Só pode! ” Não exatamente. Todas as tramas parecem jogadas e desconexas até que se encontram. O desenvolvimento pessoal de cada um é beeeeem diferente do que você está acostumado a ver em qualquer livro e, embora não chegue a ser um desastre total, fica muito raso na maioria dos casos. Eles são carismáticos, mas praticamente nenhum chega a mudar de verdade nessas 600 páginas.

Lembrando também que esse é só o primeiro de DEZ livros né. Muita coisa pode rolar ainda.

Sobra a Maior Inspiração desse Livro…

Quando um autor não consegue deixar a sua obra apreciável para novos leitores eu acho isso um defeito. Apesar disso eu curti bastante esse livro! Ele é muuuito inspirado pela Companhia Negra, tanto na narrativa que dá a sensação de que você pegou o bonde andando quanto nos personagens épicos lutando em meio a humanos “normais”. Os próprios Queimadores de Pontes têm um clima total da Companhia Negra, e eu acabei curtindo aqui todas as características que eu gostei no livro de Glen Cook, como vocês podem ver na resenha dele aqui.

Enfim…

Jardins da Lua é um livro muito divertido, intrincado, com ótimas tramas e personagens carismáticos, mas esses mesmos personagens não são bem explorados. O estilo acelerado é bem prazeroso para alguns (incluindo eu) mas é questão de gosto. Se o leitor não é acostumado com fantasia épica eu não recomendo começar por esse livro. Mas se você já está habituado com mundos fantásticos e curte entrar em um novo mundo eu recomendo que você se deixe levar pela leitura e tenha paciência, pois esse é um excelente livro de fantasia (mais que) épica!

site: https://tavernablog.com/2017/06/05/dica-da-taverna-jardins-da-lua-e-como-escrever-sem-se-importar/
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Fábio 16/07/2017

Épico
Se existe uma palavra que descreve bem este livro é simplesmente "épico", um mundo vasto, complexo e interessante, uma mitologia rica e personagens tão interessantes como poderosos.

Apesar de ser um livro de fantasia ele não segue os clichês do gênero, a ambientação tem características romanas (tanto no Império Malazano como no seus exercito), medieval e vitoriana, tudo em maior ou menor grau, também é digno de nota o perfeccionismo com as diferentes culturas e as diferentes raças deste mundo que por sinal são muito diferentes de outros mundos de fantasia, não espere achar elfos e anões por aqui, o sistema mágico é tão original quanto "esquisito" mas muito interessante.

Apesar de toda a qualidade deve-se alertar que Jardins da Lua não é uma leitura para principiantes, o mundo é complexo não só por si mesmo mas por que a todo momento o autor alude a épocas diferentes, são muitos personagens e nada é dado de graça ao leitor, você deve ler atentamente e juntar as peças para desvendar a historia.

Mas sem duvida é um livro que merece ser lido, faz por merecer todo sucesso que teve lá fora e tomara que faça por aqui para que possamos ler o resto da saga.
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Gramatura Alta 21/07/2017

JARDINS DA LUA é o primeiro de dez livros da série O LIVRO MALAZANO DOS CAÍDOS, de Steven Erikson. A história se ambienta nas terras de Malaz, logo após a Imperatriz Lassen assassinar o antigo imperador e tomar o poder do reino, o qual comanda com mãos de ferro. Aí também nos é apresentado o jovem Ganoes Paran, um jovem que abdicou de sua nobreza para se dedicar á vida no exército. Ganoes, de repente, se vê no comando de uma antigo grupo de guerreiros, chamados Queimadores de Pontes, famosos por suas violentas atividades e por matar seus superiores.

Em meio às constantes disputas de poder e território, clãs de guerreiros, magos, feiticeiros, assassinos e outras criaturas um tanto peculiares arrasam cidades inteiras pela disputa do poder de Malaz. Além de todas essas disputas, existe o inimigo mais antigo do Império Malazano, a Cria da Lua. Uma montanha que flutua 400 metros acima da cidade, uma espécie de fortaleza que nem mesmo um exército de mortos-vivos conseguiu romper.

Uma das minhas dificuldades com esse livro, foi assimilar a rapidez com que as coisas acontecem. De um parágrafo para o outro, a batalha já acabou, e os personagens já estão falando sobre outra coisa – como assim? Mas a maior de todas as dificuldades, foi, sem dúvida, os diálogos. Pensando bem, não foi uma dificuldade, eu só não gostei mesmo. Os personagens conversam entre si sobre a situação do império e todas as tramas envolvidas com ele, como se o leitor estivesse inteirado com o que está acontecendo. Em vários momentos, eu tive que retornar alguns parágrafos de leitura para poder compreender melhor o contexto, o que tornou a leitura excessivamente cansativa, me desanimando. Outro ponto que me incomodou, foram os personagens, não a qualidade, mas sim a quantidade. Geralmente, quando se tem mais de um personagem principal, os capítulos são concentrados em um ou outro, em JARDINS DA LUA temos um capítulo para uma média de quatro personagens.

Os personagens conversam entre si como se o leitor estivesse a par de tudo que aconteceu anteriormente. Mas muita coisa mencionada por eles não foi contada.

A premissa do livro é bastante interessante, mas a história é demasiada complexa e infelizmente não consegui acompanhar e nem me conectar com a leitura, e por isso a abandonei. No prefácio do livro, o autor deixa claro para o leitor que ou você vai amar a leitura ou vai odiar. Ele não mentiu.

RESENHA ESCRITA PELA KAMYLLA PARA O GETTUB!

site: http://www.gettub.com.br/2017/07/jardins-da-lua.html
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Douglas Brandão 22/07/2017

Jardins da Lua
Começo esta resenha falando da forma mais crua possível, aliás, usando as mesmas palavras do autor no prefácio da obra. Este livro não é um livro para qualquer um, não é para preguiçosos. Não e Não. Vocês precisam entender e deixar bem claro em suas mentes que o universo criado por Steven Erikson é algo mais surpreendente e único que vocês possam imaginar. Muitos comparam com a Terra Média, outros com a genialidade de George R. R. Martin. Posso dizer que é uma batalha que todos se igualam.

A estória já começa num ritmo frenético, se piscarmos os olhos perdemos detalhes importantes, então o leitor tem uma responsabilidade imensa quanto a isso. Nada de começar a ler e pensar se pagou tal boleto, ou se o dia de pagar a energia venceu semana passada. Esses pensamentos diversos que abalam qualquer leitor distraindo-nos por pequenos segundos podem atrapalhar numa leitura de um livro como este. Alias em qualquer tipo de leitura, mas Erikson requer atenção dobrada.

Somos inseridos na estória a partir do momento em que ocorre uma grande disputa por parte do Império Malazano em conquistar a última das cidades livres, nomeada de Darujhistan. As conquistas das cidades deu-se portanto da parte da imperatriz Lassen, que assassinou e deu um golpe de estado no imperador Kellanved. É a partir disso que entra nosso “protagonista” de verdade: Ganoes Paran. Logo explico o uso das aspas.

Ganoes Paran podia ter a vida que quisesse como um verdadeiro lorde, entretanto o gosto pela guerra e ser um soldado nunca saiu de sua mente. De repente se vê na cidade de Genabackis, uma das dominadas por Lassen, liderando os Queimadores de Pontes, um grupo que quer assumir Darujhistan. Até aqui tudo tranquilo, ok, mas conhecemos outros núcleos da trama. Voltamos um pouco ao passado, como flahsbacks, conhecemos toda a história até chegarmos ao Império Malazano atual, mas quando tudo parece estar se conectando o leitor se perde mais ainda no contexto. Pelo que li pode ser algo proposital do autor, pois certas coisas só iremos associar com a leitura de livros futuros. Então não quebre a cabeça com o porque disso ou daquilo.

A magia criada pelo o autor é algo espetacular, contudo faltou ser mais explorado e mais esclarecido. Tudo é muito solto, não é algo palpável. Esclareço pra você melhor.

“Paran o seguiu. O portal se fechou atrás deles e, em seu lugar, o caminho continuava. Itko Kan desaparecera, e com ela todos os sinais de vida. O mundo em que haviam entrado era árido, mortal. Os montes inclinados que delineavam a trilha provaram ser mais pilhas de cinzas. O ar era arenoso, com gosto metálico.”

Resenha completa NO LINK ABAIXO>

site: http://www.lerparadivertir.com/2017/06/jardins-da-lua-vol-01-serie-o-livro.html
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Bells - @brumbells 23/07/2017

Confuso e incrível na mesma medida! A meu ver, esta é a melhor descrição desta obra.
Uma narrativa de alta fantasia (que apresenta um mundo novo e diferente do nosso, com suas leis e regras, seres e raças próprios), o romance Jardins da lua, de Steven Erikson, que inicia a saga d’O livro Malazano dos Caídos, tem tudo (e mais um pouco) para conquistar os leitores amantes de histórias fantásticas recheadas de ação, aventura, magia, intrigas, conflitos de interesse, amizade e companheirismo, e mais outras tantas características que permeiam a trama. E se você gosta dos jogos de RPG, melhor ainda, pois como o autor afirma antes da história, o mundo de Malaz (local onde se passa a narrativa) nasceu num jogo de RPG, rendendo mais tarde não somente as histórias escritas pelo próprio como também outra saga, escrita por I. C. Esslemont, amigo de Erikson, que inicia com o romance Noite das facas (publicado no Brasil pela editora Cavaleiro Negro), dando também ideias para os novos jogadores (como eu, que comecei a jogar RPG de mesa com meus amigos este ano ^-^).
Com uma estrutura semelhante à de uma novela literária, onde diversas histórias de vários personagens - chamadas núcleos - entrelaçam-se, misturando-se e formando uma trama ainda mais grandiosa, a história de Erikson pode parecer bem caótica num primeiro momento (eu mesma fiquei bem perdida até meados do livro), mas no decorrer da leitura - e com bastante persistência - passamos a compreender melhor tudo o que está acontecendo ali, especialmente se recorrermos ao apêndice que vem após a história e à lista de personagens no começo do livro (só não recomendo fazer isso a todo momento para não comprometer o fluxo da leitura), além dos mapas dos locais presentes na história e das ilustrações dos personagens no interior da capa e da contracapa, que dão um charme ao livro como um todo.

Enfim, acredito que esse livro será apreciado pela maioria das pessoas que o ler, embora precise de foco e determinação para concluir a leitura, pois ao final sabemos que terá valido à pena.

"[...] O império de Lassen era uma sombra do Primeiro Império. A diferença era que os imass infligiam genocídio a outras espécies. Malaz matava a própria. A humanidade não evoluíra desde a era negra dos imass: rodopiara para baixo"
(Steven Erikson, p. 400)

site: http://attraverso-le-pagine.blogspot.com.br/2017/07/resenha-livro-jardins-da-lua-steven.html
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Gilvan L. 26/07/2017

Maravilhoso
Deuses, humanos poderosos capazes de enfrentá-los, dragões, ladrões, assassinos, magos... Um livro de proporções gigantescas.
O leitor é inserido no mundo e vai se ambientando aos poucos, na medida que vai conhecendo os personagens e suas características. Em alguns momentos, no primeiro terço do livro, vai ficar perdido sem saber do que os personagens estão falando e qual a importância disso, mas o mistério é um dos elementos desta narração e a descoberta uma de suas recompensas.
Todos os personagens são cativantes, violões ou heróis (esse é o tipo de história que não faz uma distinção entre eles). Espero ansioso pela continuação da série e faço um apelo aos leitores que pressionem a editora, o feedback do público é muito importante.
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bruno.rauber 25/02/2018

O texto é denso, a narrativa é truncada, o livro te joga no meio da ação e não se esforça em explicar demais. Mas é impossível de parar de ler Jardins da Lua, que livro delicioso. Algo tão complexo assim chega a ser difícil de acreditar que se trata do do primeiro livro do Steven Erikson. Há tempos que um livro não exigia tanto de mim assim.
Além disso ainda merece ser comentada o cuidado da edição nacional (com menção especial à tradução excelente da Carol Chiovatto). Que a Editora Arqueiro lance logo os próximos volumes dessa maravilha que é Malazan!
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João Vitor Gallo 09/08/2017

O intrincado mundo malazano de Erikson foi construído em partidas de RPG do autor junto com Ian C. Esslemont, co-criador desse universo que também escreveu alguns livros ambientados nesse cenário e que complementam a série principal. Isso por só já dá pra imaginar o quão rico, vasto e complexo é esse universo fantástico criado pelos dois autores em termos de história, atravessando eras e envolvendo toda uma miríade de personagens, onde na verdade o verdadeiro protagonista é o próprio mundo de Malaz. Mas, por ora, vamos nos ater a esse primeiro volume.

A trama de Jardins da Lua gira em torno da luta pelo controle do continente de Genabackis pelas forças invasoras do Império Malazano contra as forças mercenárias comandadas por Caladan Brood no norte do continente e pela resistência das últimas Cidades Livres, aliadas ao Senhor da Cria da Lua, Anomander Rake.

Após a queda da cidade de Pale, ainda que a custos altos para as forças malazanas, apenas Darujhistan se ergue como a última das Cidades Livres de Genabackis, local de vital importância para o Império não apenas pela riqueza e pelo valor estratégico, mas também por um antigo segredo que guarda. Obstinada a ter a cidade, a imperatriz Laseen envia o capitão Ganoes Paran para liderar os Queimadores de Pontes, antiga força de elite que decaíram de sua glória passada após as mudanças no comando militar promovidas por Laseen. Porém, não é só o Império que tem interesse na cidade, forças ancestrais e sombrias acabam envolvidas nesse jogo onde os próprios deuses fazem seus movimentos.

“– Preste atenção nesta lição, filho.
– Que lição?
– Toda decisão que você toma pode mudar o mundo. A melhor vida é aquela que os deuses não notam. Se quiser viver livre, garoto, viva sem fazer muito barulho.”

Antes de qualquer coisa é preciso dizer que esse não é um livro para qualquer um, e o próprio Steven Erikson deixa isso muito claro no prólogo. Você é meio que jogado nesse mundo e tem de se esforçar um pouco para acompanhar o que está acontecendo ali. O autor não se preocupa em situar o leitor e a confusão aumenta na medida em que vários personagens diferentes, em diversos locais, vão aparecendo na trama. É muita coisa acontecendo no mesmo tempo e você pode se perder se não prestar bem atenção, porém, apesar de toda essa bagunça inicial, os personagens e histórias que inicialmente parecem desconexos vão aos poucos convergindo para um mesmo ponto de maneira bem natural, e as tramas vão se mostrando bem amarradas. Mas sim, esse é um livro bem complicado, principalmente para os marinheiros de primeira viagem em livros de fantasia e creio que gerará alguma resistência a quem não está muito no clima ou quem não está acostumado com esse ritmo, não chamaria esses leitores de “preguiçosos”, mas Jardins da Lua exige sim alguma atenção a mais, nem que seja pra não se distrair e perder o fio da meada. Faço minhas as palavras do próprio autor “o primeiro romance começa no meio do que parece uma maratona: ou você entra correndo e consegue se manter em pé, ou então fica para trás.”.

Esse caos em que o leitor é atirado lembra bastante a Companhia Negra, uma das fontes que Erikson bebeu, por essa confusão inicial quanto pelo clima da obra, além de ser nítidas as semelhanças entre os Queimadores de Pontes e os personagens da série do Glen Cook, como pelas próprias companhias em si. Quem já leu algum livro das Crônicas da Companhia Negra vai inevitavelmente associar uma obra a outra.

Um ponto passível de críticas, ao meu ver, é o fato do Erikson por vezes ser muito prolixo. Muita coisa poderia ser cortada de algumas digressões que os personagens acabam tendo, não chega a necessariamente ser algo incômodo ou mesmo entediante, mas deixa a coisa toda mais lenta, apesar do ritmo que ele imprime na narrativa ser bem ágil.

O maior ponto positivo do livro certamente é o próprio mundo de Malaz. O universo criado pelo autor é verdadeiramente fantástico, ele se destaca logo de cara com apresentando várias raças, algumas já extintas há tempos, além de diversas etnias de povos humanos. Também é interessante o conceito de uma cidade que utiliza iluminação à gás, como o caso de Darujhistan, ou mesmo uma montanha flutuante como a Cria da Lua, lar dos Tiste Andii, que também funciona como uma fortaleza praticamente inexpugnável, mas o que principalmente se sobressai de todo o resto são os deuses e a magia, esta extraída de dimensões conhecidas como “Labirintos”, alguns deles apenas acessíveis a certas raças, além do Baralho de Dragões, uma espécie de oráculo, como o tarot, só que mutável dependendo de novos Ascendentes, e esse também é um ponto interessante, já que o panteão desse universo é bem vivo, com deuses agindo no mundo material, usando humanos como peões, mas que também podem ser derrotados no mesmo jogo pelos próprios mortais, ou seja, no universo de Erikson novos deuses ascendem ou podem ser derrotados, até mesmo por humanos.

“– Continue jogando, mortal. Todo deus cai pelas mãos de um mortal. Esse é o único fim para a imortalidade.”

Outro ponto interessante reside na parte política, com personagens com próprios interesses e maquinações, e esse clima caótico da narrativa incrivelmente funciona perfeitamente dentro desse quebra-cabeça que o leitor vai aos poucos montando, gradualmente delineando traições, alianças e acordos políticos.

Por outro lado, por se prender tanto nesse aspecto, já que o grande protagonista é o próprio universo, não há tanto espaço para desenvolver melhor os personagens, algo que se complica mais com a profusão de personagens principais ou secundários envolvidos em acontecimentos importantes da história. Falando nisso prepare-se para idas e vindas ao glossário para se situar, mas algo que achei interessante é o fato de haver ilustrações dos personagens na parte interna da capa e da contracapa, ajuda um pouco a lembrar de quem é quem na história.

Jardins da Lua é tudo isso, é épico, ambicioso e confuso. O livro é um desafio aos leitores, não recomendo a quem não está acostumado com alta fantasia e mesmo a quem tem certa familiaridade com o gênero eu recomendaria se preparar um pouco para acompanhar o ritmo frenético, intrincado e caótico do livro, mas para estes últimos o cenário pode fazer toda a diferença para superar esses percalços durante a leitura. Sendo sincero, apesar dos combates épicos, achei certas partes um pouco desinteressantes quanto ao clímax das batalhas, esperava um pouco mais e me decepcionei pelo desfecho meio morno que tiveram, porém, apesar dos pesares a história é interessante e há espaço para muita coisa acontecer ainda.

Certamente lerei os próximos volumes, acredito que só tem a melhorar, ainda mais não mais sendo um novato nesse universo e estando mais preparado para aproveitar o que a história pode oferecer de melhor e mitigar um pouco esses pequenos defeitos.


site: https://focoderesistencia.wordpress.com/2017/08/09/jardins-da-lua-o-livro-malazano-dos-caidos-vol-1-steven-erikson/
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Nim 02/09/2017

Único e um pouco falho
Considere como tendo sido dada uma avaliação 4,5 estrelas.
Foi uma leitura bem diferente. Eu nunca tinha lido algo assim antes. Bem, não li muita coisa, pra falar a verdade. Me lembrou de um gibi que li chamado Morning Glories (que, por sua vez, lembra a série Lost). Especialmente o storytelling. Você tem que juntar as informações da história, uma por uma, trabalhar para entender e, isso, para mim, foi divertido. Apesar de que acho que não deve ser divertido para muitas pessoas. O enredo é interessante, mas não tão interessante quanto os outros elementos (caracterização, storytelling, escrita). E já que mencionei os outros elementos, é incrível como mesmo em uma maneira tão complexa de confecção do livro, o Steven Erikson ainda conseguiu construir personagens estelares que parecem realmente pessoas, e não apenas personagens (apesar de um pouco passivos para o enredo). Eles tem muita personalidade. A escrita, por sua vez, também é excelente. Amei que não foi exageradamente descritivo como o outro livro épico que li, Game of Thrones. Mas o mundo de Malazan também é muito diferente do nosso, um dos mais diferentes que já vi em fantasia, com a possível exceção d'O Senhor dos Anéis. Por isso e pela maneira de contar a história ser tão complexa, às vezes a escrita não dá conta do recado e é impossível saber o que está acontecendo. Não ajuda o fato de que há uma falha na escrita às vezes, que consiste em descrições vagas nas cenas. As descrições faltam as vezes, são muito vagas, inespecíficas. Por exemplo, há várias raças diferentes nessas páginas, mas me lembro de pouquíssimas descrições de como elas se parecem, e as locações às vezes também parecem não-descritas, especialmente reinos mágicos líricos. É verdadeiramente bizarro, e achei que jamais escreveria isso, por que não sou adepto a grandes descrições, mas queria um pouco mais delas aqui, por que o livro pede por isso. Outra coisa que me incomodou um pouco é que às vezes os personagens falam sozinhos, consigo mesmos. E é muito estranho, por que nesses momentos o pensamento podia facilmente ser colocado nos parágrafos, ou em itálico, mas não, está ali como uma fala normal. Bizarro. Também, o livro tem um final, mas é mais ou menos aberto. Não me incomodou muito, mas eu queria mais explicações sobre as razões por trás das maquinações e manipulações dos deuses. Acho que elas virão nos livros subsequentes, mas foi um pouco aberto demais nesse livro para mim. Ainda sobre o final, o clímax teve um pouco do que pareceram deus-ex-machina, ou saídas fáceis, mas acho que é porque o Erikson planejou tanto esse mundo e este se tornou tão grande e interconectado que é impossível escapar de elementos de enredo sendo introduzidos tão tarde no livro. Dito isto, minha avaliação ainda é tão alta por que é um livro tão original, com uma maneira de contar a história interessante e personagens adoráveis.
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Leandro 26/09/2017

Diário de Seriador - Jardins da Lua
Uma campanha de RPG já é uma história gigantesca, com uma grande trama e aventuras sempre surpreendentes, então por que não transportar isso para um livro e criar uma saga igualmente épica? Essa foi a ideia de Steven Erikson, que se utilizou de diversos materiais de jogos antigos em que ele participava para construir um dos universos mais ricos da literatura fantástica.

Se você espera um livro que te pegue pela mão e te explique tudo o que é necessário saber para só então começar a história, esse não é o seu livro. Jardins da Lua apresenta uma trama complexa, controversa e por vezes de difícil compreensão, sobre um mundo que não tem nada a ver com o nosso, mas ao mesmo tempo parece conviver com problemas tão próximos.(...)

Para acompanhar o resto da resenha, acesse Diário de Seriador!

site: http://www.diariodeseriador.tv/2017/09/livros-resenha-jardins-da-lua.html
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Felipe 20/08/2023

Esquecível
O livro começa de forma difícil, mas ao passar dos capítulos você consegue se posicionar na trama. Infelizmente a resolução dela deixa a desejar, com varias de suas "promessas" sendo jogadas ao vento.
A muito tempo tenho este livro, da primeira vez que tentei lê-lo, abandonei antes com uns 20%.
Agora na segunda, quase fiz o mesmo. Mas me forcei a continuar, e não demorou muito para começar a investir na leitura. Diria que por volta da pagina 200, foi onde comecei a me posicionar na trama, quando as peças começam a ser melhor jogadas e os personagens serem mais trabalhados, assim como suas tramas. Eu realmente estava com expectativas para aonde as coisas podiam ir. O que esses personagens humanos fariam nesse jogo de deuses e entidades milenares poderosas?
Infelizmente, não se cumpriu.
Nada realmente importa, as tramas humanas são jogadas pela janela ou encerradas de forma sem importância. Decepcionante, seria a melhor forma de dizer.
Planejo dar continuidade, principalmente porque parece unanime que o segundo livro é muito melhor que o primeiro. Mas foi um inicio bem meia boca!
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cotonho72 28/12/2017

Ótimo!
Todos sabem que sou muito fã de livros de fantasia e quando a Editora Arqueiro anunciou o lançamento de Jardins da Lua já coloquei na minha lista de prioridades, com certeza é um dos melhores do gênero a qual muitos vão adorar, a leitura é bem complexa e é avisada previamente pelo autor no prólogo.


Nessa história vamos conhecer um universo incrível, o Império Malazano é o principal reino deste universo, ele é originado na ilha de Malaz, situada na costa do continente de Quon Tali e está em guerra, ele é comandado pela Imperatriz Laseen que traiu e assassinou o Imperador Kellanved e seu companheiro Dançarin. Em busca do poder de todo o Império Malazano, Laseen faz uma ofensiva ao continente de Genabackis, a qual tem total domínio de praticamente todas as Cidades Livres, que é um conjunto de cidades com ricos recursos a serem explorados, mas a maior e mais preciosa delas, Darujhistan a Cidade do Fogo Azul, resiste bravamente e entre muitos que lutam contra o poder de Laseen é Anomander Rake O Senhor da Cria da Lua, seres ancestrais Tiste andii, que com sua espada Dragnipur é capaz de enviar as almas de deuses e mortais para serem aprisionadas.

A Conselheira Lorn, pessoa de confiança da Imperatriz Laseen, é enviada para Darujhistan para averiguar os Queimadores de Pontes, mas seu principal objetivo é outro e de suma importância nessa busca pela conquista de Darujhistan, em meio a tudo isso temos Ganoes Stabro Paran, nobre de nascimento que abandonou sua vida na corte para se tornar um oficial do Império Malazano, que depois de conquistar a confiança de Lorn e é designado para comandar os Queimadores de Pontes, e lutará muito para sobreviver no meio de um jogo orquestrado por deuses e outras criaturas.

Muita coisa acontece no decorrer da história em um mundo fantástico, habitado por grandes reinos, magos e alto magos, deuses, feiticeiros, bruxas, grandes guerreiros, assassinos cruéis, dragões e algumas criaturas distintas; desta maneira não temos necessariamente um protagonista e sim vários personagens de suma importância para a trama e com seus vários pontos de vista que durante a história mostram acontecimentos diferentes.
Entre eles vou ressaltar alguns, pois são muitos e todos agregam muito no livro, assim além dos já apresentados temos Tattersail, uma das feiticeiras do Segundo exército e leitora do Baralho dos Dragões, Tayschrenn, Alto Mago da Imperatriz, Piedade, uma assassina mortífera com aparência de uma jovem e uma das mais novas recrutas dos Queimadores de Pontes, Ben Ligeiro é do Nono Pelotão dos Queimadores de pontes, mago muito poderoso das Sete Cidades, Hairlock é um mago do Segundo Exército e rival desagradável de Tayschrenn, Sargento Whiskeyjack é Sargento dos Queimadores de Pontes do Nono Pelotão e antigo comandante do Segundo Exército, Dujek Umbraço é o Alto Punho dos Exércitos Malazanos na campanha de Genabackis, Kruppe é um dos frequentadores habituais da Taberna da Fênix e morador de Darujhistan, é um homem de falsa modesta e tem certo poder nos seus sonhos onde entra em contato com entidades antigas, Crokus Jovemão, um jovem ladrão que encontra logo no início uma moeda com o poder dos deuses da sorte e acaba envolvido em várias situações sem nem perceber a gravidade do que está acontecendo, Baruk, um Alto Alquimista da Comspiração T’orrud, conspiração de Darujhistan, Rallick Nom, Jovem Toc, Violinista, Marreta, Bellurdan e muitos outros a qual tem igual importância na trama.

O autor Steven Erikson nos presenteia com uma história eletrizante e de tirar o fôlego, com personagens e cenários incríveis, grandes cidades, enormes florestas, muito mistério, magia com povos humanos e não humanos, feitiçaria, como os labirintos que são dimensões paralelas, existem vários labirintos e cada um tem suas particularidades, diversas intrigas, mistérios, artimanhas políticas, mentiras e reviravoltas, as cenas das batalhas são fantásticas e de tirar o fôlego vale ressaltar também o destaque das personagens femininas na trama, fortes e bem construídas e de igual poder com os homens.
A história é sobre o Império Malazano e não tem um personagem principal, como já mencionei são vários protagonistas e todos bem construídos, a leitura flui bem apesar de nas primeiras 150 páginas a gente se sentir meio perdido, pois a todo o momento são inseridos novos personagens e novos acontecimentos, o autor joga o leitor no meio da trama a qual tem que se virar se ambientar e entender a história e por esse motivo muitos vão odiar, mas confesso que vale muito a pena persistir nessa forma de escrita diferente do autor.

Só posso elogiar e recomendar a obra, a edição do livro que Editora Arqueiro produziu é excelente, com mapas, desenhos dos personagens na contracapa, glossário e tudo o mais, esse é o primeiro da série de dez livros e não vejo a hora de ler o segundo volume.

site: http://devoradordeletras.blogspot.com.br
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Amiga Leitora 15/04/2017

"Jardins da Lua", é o primeiro livro da série "O livro Malazano dos Caídos", nele vamos conhecer o Império Malazano ou melhor o que restou dele, bem como a luta da atual Imperatriz para conquistar a última das cidades livres, Darujhistan, que mesmo depois de várias investidas, ainda resite a ocupação.

A história é bem interessante e nos apresenta uma disputa por controle e poder, o nosso protagonista o comandante Ganoes Paran, luta para sobreviver em meio ao caos, Laseen a imperatriz tem uma sede de poder incontrolável e para conseguir a última cidade livre ela é capaz de tudo. Assim em meio a essa confusão Paran verá que o Império não é tão justo quanto ele pensava, e vai descobrir que nessa batalha existem Deuses e feiticeiros com poder que ele não poderia se quer imaginar existir.

Um jogo de xadrez definiria bem as estrategias que existem nessa batalha, tudo é pensado e meticulosamente articulado antes da próxima jogada, um banho de sangue, traições, segredos e mentiras envolvem os personagens, e algo que é necessário comentar é fato de que todos os personagens tem suas razões para agir como agem, nada é por acaso, o que deixa as vezes o leitor indeciso sobre qual lado apoiar.

A princípio devo dizer que a leitura não foi muito fácil, as primeiras 100 páginas fiquei um pouco perdida e fui lendo e relendo alguns trechos para me encontrar, mas no final deu tudo certo. Acredito que por trazer muita informação de uma vez o livro faz isso com o leitor. Os nomes dos personagens e das cidades são um pouco complexos, isso também dificultou um pouco minha memorização.

Depois que você se entregar a leitura, o livro simplesmente te prende e você entra no mundo criado pelo autor de uma forma que cada vez você quer mais. Posso dizer que me lembrou um pouco "As crônicas de gelo e fogo", não a história em si, mas os jogos pelo poder e grande quantidade de nomes para decorar dos personagens (rsrsrs). Mas vou dar uma dica: leiam com atenção o índice de personagens no início do livro, isso certamente vai facilitar a compreensão.

Eu com certeza indico 'Jardim da Lua' para todos os leitores que gostam de fantasia e amam uma aventura repleta de batalhas e estratégias.

* Escrito por Janaina Leal do BLOG AMIGA DA LEITORA.

site: http://www.amigadaleitora.com/2017/04/resenhajardins-da-lua-editoraarqueiro.html
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Diogo.Torvak 05/01/2018

livro é bom
livro é bom o mundo criado é sensacional mas Steven Erikson peca nas descrições das batalhas falta emoção por isso dei apenas 3 estrelas
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