Luiza Helena (@balaiodebabados) 17/09/2020Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/Eis então que cheguei no livro de Wulfric Bedwyn, o duque de Bewcastle. Eu não sabia muito bem o que esperar dessa história, o que foi bom porque Ligeiramente Perigosos acabou me surpreendendo bastante.
Wulfric é uma presença garantida na história desde Ligeiramente Casados. Com a fama mais que comprovada de pessoa fria, nariz empinado e sem coração, o duque de Bewcastle incita, ao mesmo tempo, um certo temor e curiosidade na sociedade londrina. Já Christine é uma mulher alegre e alto astral. Sempre sendo o centro das atenções, mesmo involuntariamente, a viúva é um poço de simpatia e conquista a todos, mas isso nem sempre é bem visto ao olhos de outras pessoas.
Wulfric e Christine são completamente opostos e você pensa que nada poderia dar certo entre os dois. Ligeiramente Perigosos tem um quê de Orgulho e Preconceito já que ambos ficam naquelas primeiras impressões um do outro, julgando atitudes e comportamentos. Inclusive, várias pessoas que leram os dois livros confirmaram essa minha impressão, fora que achei Wulf com um quê de Mr. Darcy. Ambos vivem repetindo um para o outro o quanto passam bem longe da pessoa ideal que eles gostariam de se casar, mas acabam se apaixonando um pelo outro justamente por esses detalhes que o fazem opostos ao "par perfeito" que gostariam.
Um ponto que gostei bastante aqui foi o fato de Mary não ter mudado a personalidade de Wulfric. Geralmente com personagens do tipo do duque, quando ganham suas histórias, ao se apaixonar viram praticamente outra pessoa super gado da sua consagrada. Mas não Wulfric; ele se manteve a mesma pessoa arrogante e austera do início ao fim, o que de certa forma é o charme do personagem.
O detalhe aqui é o fato de Wulfric ser dado a gestos e não palavras. Durante toda a série, exceto em Ligeiramente Pecaminosos, mesmo contrariado ou não aceitando a relação, Wulfric sempre estava lá para ajudar seus irmãos e/ou (futuros) cônjuges. E mesmo durante todo o livro, você percebe isso nele e no modo como ele se porta na presença de Christine e a trata. Mesmo ele comentando as atitudes da viúva, são nos gestos discretos em relação a ela que demonstram seus sentimentos. A mulher demora um pouco a perceber como funciona o coração do duque, mesmo já estando apaixonada e tentando se convencer do contrário.
Outro ponto interessante na história foi como a Mary trabalhou as relações anteriores tanto de Christine quanto de Wulfric. Por mais que a viúva se ressentisse pelo fato do marido acreditar em fofocas envolvendo seu nome, ela realmente o amou e de certa forma, mesmo depois de três anos da sua morte, ela ainda guarda um carinho especial por ele. E também temos Wulfric, um tanto abalado e triste com a morte de sua amante de DEZ ANOS! Por mais que ele dissesse que era somente um acordo entre os dois, você não mantem uma amante de DEZ ANOS sem criar alguma espécie de vínculo.
Nesse último livro contamos com a presença de todos do clã Bedwyn e foi bem divertido vê-los dar uma de cupido entre Wulfric e Christine. Afinal, eles também só querem a felicidade do irmão velho que desde novo assumiu toda a responsabilidade pela família.
No geral, a série me surpreendeu bastante visto que as histórias da Mary fogem um pouco das minhas autoras de época favoritas e ainda assim conseguiu conquistar um espaço no meu coração. Já terminei Ligeiramente Perigosos emendando uma leitura coletiva de O Clube dos Sobreviventes e sinto que essa série também não vai me decepcionar. No mais, novamente fico órfã de mais uma família aristocrata.
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