Bia 12/09/2022
Resenha - Irmãos De Sangue
Minha experiência com Nora Roberts foi apenas com alguns poucos livros de romance dela. Alguns eu gostei e outros eu amei. Em consequência das boas experiências que tive com alguns títulos dela, eu imaginei (e tive altas expectativas) de que iria gostar de Irmãos De Sangue, um livro de fantasia da autora. Meu primeiro livro de FANTASIA DA AUTORA.
Porém muito antes da metade da leitura eu já tinha percebido/concluído que Nora Roberts se sai melhor em romances contemporâneos clichês do que em fantasia.
Para mim esse foi um livro, uma história, sem nenhuma lógica!
Totalmente incoerente, sem contexto, sem nexo, sem sentido e bagunçado. Uma história bem boba com personagens muito bobos.
Pra começar temos um romance extremamente rápido (coisa que já odeio em qualquer tipo de livro), sem um pingo de química. Sentimentos bobos e apressados, falas bobas e que me deixaram até com vergonha alheia. É uma relação tão desconexa a realidade, e por mais que seja uma fantasia, eu acredito que tudo precisa ter uma lógica, que no final ou no meio ou mesmo no inicio, as coisas precisam ter sentido. E a relação de Quinn e Caleb não tem lógica. O livro foca quase 100% no romance e meio que só fica nisso.
Outro fato é que no inicio (no primeiro capitulo) temos a entrada de três garotos de 09 anos prestes a fazerem 10 anos. Porém em nenhum momento desse capitulo eu os vi como crianças de nove/dez anos. A autora não conseguiu me passar a imagem de garotinhos, todo o momento de leitura nesse primeiro capitulo eu vi adolescentes de no mínimo 16 anos ou mais. Pelas atitudes, falas e formas de pensarem e agirem eu jamais teria criado na minha cabeça crianças de nove anos. Quase até pareciam adultos. Muito precoce, até demais.
Quinn é uma personagem muito energética. Demais. Fala sem parar, age de forma como se estivesse ligada no 220 e isso me deixou cansada. Uma personagem muito irritante. Pelo o que percebi a autora tentou criar uma personagem descontraída e durona, bem alegre e despreocupada, só que o resultado pra mim foi uma personagem muito, muito, muito boba e infantil. Tem uma cena que chega a ser até engraçado, porém me fez revirar os olhos umas mil vezes: Quando Quinn vê pela segunda vez o demônio a reação dela foi tão ridícula quanto da primeira vez que ela viu o demônio. O triste é que a cena tinha tudo pra ser assustador a partir do momento que a autora descreveu como e onde estava o demônio, estava indo bem até ali... Mas a reação ilógica e irreal de Quinn estragou o momento. Primeiro ela fica duas linhas em choque, e logo em seguida ela espanta o demônio como se espantasse um bicho qualquer: "xô" kkkkkkk. Quando vai embora, Quinn simplesmente senta no chão com seu laptop e começa a escrever seu artigo e as observações que colheu durante seu passeio pela cidade... Gente, é sério?!?? O momento se tornou engraçado de tão absurdo e aleatório que foi a reação da personagem!
Quando Layla é acrescentada na história ocorre um momento tão absurdo quanto esse que acabei de citar de Quinn. A reação tão banal quanto foi a de Quinn.
Caleb é um personagem tão aleatório quanto qualquer outro... E ele é um dos principais. Um cara certinho e todo bondoso e meigo, calmo, passivo e responsável.. Blá Blá Blá. O tranquilão do grupo. Um personagem que simplesmente não fez nada por mim com sua existência (assim como o livro todo)... Só estava ali pra ter um romance ao que parece, porque o livro basicamente só foca no romance 100% do tempo!
No geral os personagens e acontecimentos são banais. Ninguém reage como deveria reagir, é tudo tão fraco e raso que o livro se tornou muito bobo e... fraco. Basicamente isso: fraco. Fraco em todos os aspectos: narrativa, personagens, enredo, etc.
Não gostei do romance, não me apaixonei por nenhum personagem ou pelo casal. Achei que o peso de romance que a autora pôs na história contribuiu para o desandamento ruim do livro. Acho que ela focou tanto no romance e colocou tantas cenas melosas, e em muitas das vezes em momentos desnecessários que não deveriam fazer parte daquele cenário especifico. Os personagens simplesmente não conseguiam se desagarrar! A história que deveria ser de terror, ou pelo menos ter uma pegada do gênero, não cumpriu o propósito.
Achei que os personagens chegavam as lógicas dos "enigmas" sobre o demônio com muita facilidade. Num estalar de dedos eles a todo momento tinham o que chamamos de "eureca!", e fácil assim eles já tinham uma linha de raciocínio de um conhecimento antepassado, algumas resposta tiradas do vento, e pesquisas sobre tempos antigos que descobriram de uma noite para a outra sem muitos problemas ou empecilhos no caminho... Enfim, tudo muito fácil, tudo muito raso.
O final... Meu Deus, o final é tão... Tão, tão ridículo e sem sentido!! Eu não sei até agora se rio ou me corroo em frustração!
Não lerei os próximos livros. Sei que focam no restante do grupo e seus pares românticos e na luta contra esse demônio. Não tenho o menor interesse em saber como essa história termina, mesmo já sabendo como termina porque é simplesmente obvio.
Não cheguei a pesquisar as datas de publicação, porém notei que a escrita da autora nesse livro esta diferente da escrita dos livros que estou acostumada a ler dela (nenhum de fantasia até então). Continuarei lendo Nora Roberts, porém permanecerei no ramo de romances clichês dela, pois com fantasia não rolou comigo. Fico até com medo de dar uma chance para alguma fantasia publicada em um período mais atual da autora... Porque eu realmente morri e sangrei lentamente lendo Irmãos De Sangue e não sei se quero passar por uma tortura dessas de novo. Esse livro exauriu minha alma, a sorte é que não me deixou de ressaca.