Larissagris 14/07/2023NOSSA MÚSICA (DANI ATKINS)[...] o estresse pode fazer coisas estranhas com uma pessoa quando alguém que ela ama está em perigo. (Pág. 33)
[...] mas ninguém morria por causa de uma doença que surgia do nada. As pessoas tinham tempo de se preparar para doenças fatais, não tinham? A morte não chegava assim, sem se anunciar, e carregava a gente num tsunami. Primeiro vinha um aviso. Não era? (Pág. 51)
Você pensa que tem o controle da sua vida, acredita que é você quem toma todas as decisões, e então algo assim acontece e você se dá conta de que é apenas uma minúscula peça em um jogo de xadrez, sendo movida de um lado para outro ao capricho de alguma coisa ou alguém muito maior. (Pág. 59)
Essa era a sensação causada pelo medo, misturado ao pânico total e desenfreado. A mesma da mãe olhando ansiosa o relógio enquanto o filho não chegasse em casa; do parente esperando durante a aterrissagem; ou de quando o terremoto sacudia a cidade ou o tornado chegava. Era o desamparo que se sentia quando a vida de alguém que se amava estava em outras mãos que não as suas. Era o que fazia uma pessoa negociar com Deus e prometer que nunca pediria nada, nunca mais. (Pág. 137)
Transformação. Era uma parte inevitável da vida. Não se podia impedir ou lutar contra isso. (Pág. 138)
Alguém me disse uma vez que os relacionamentos terminam de duas maneiras: ou pouco a pouco, como a água gradualmente erodindo e desintegrando uma rocha, ou em uma imensa explosão, como um vulcão em erupção. Para David e para mim, não foi uma ou outra - foram ambas. (Pág. 146)
Acreditamos que a audição é o último sentido que perdemos. [...] Ouvir sua voz pode ajudá-lo a encontrar o caminho de volta. (Pág. 172)
- [...] eu recordaria momentos especiais que vivemos juntos, as ocasiões importantes... nossas melhores lembranças. [...] Recorde-o desses momentos, porque, se eu estivesse perdida, tentando encontrar o caminho de volta para quem eu amo, seriam essas as palavras que eu gostaria de ouvir. (Pág. 172)
Talvez o passado não esteja tão apagado quanto você pensa. Talvez ainda haja segredos escondendo-se em cantos escuros. Talvez seja a hora de eles se revelarem. (Pág. 253)
Pareceu haver um motivo para que estivéssemos todos ali, naquela noite, naquele lugar. Pessoas precisavam ser curadas, e não por médicos e enfermeiros, mas por nós. E a cura estava acontecendo naquele instante. Eu me perguntei se Ally também a sentia. (Pág. 268)
- O mapa genético não torna uma pessoa pai ou mãe, isso é só um acaso biológico. (Pág. 291)
Eu deveria ter percebido quanto isso era inútil, não deveria? Parece que algo, como um arame farpado invisível, nos mantém amarrados todos juntos. Você acha que já passou, acha que está livre, mas, se correr muito na direção oposta... bem, ele corta você. (Pág. 292)
Entretanto, Ally e eu estávamos presas em um mundo diferente. Um mundo onde a normalidade agora continha desfibriladores, máscaras de oxigênio e equipamentos de suporte à vida. Um mundo onde maridos que deviam envelhecer ao nosso lado podiam de repente partir, da noite para o dia. Um mundo no qual os limites entre amigo e inimigo haviam se tornado indistintos. (Pág. 305)
Nós nos despedimos daqueles que amamos milhares de vezes durante a nossa vida: a cada vez que saem pela porta de casa, a cada vez que desligamos o telefone, a cada aceno de adeus. Só não sabemos qual dessas despedidas será a derradeira. (Pág. 349)
Quando se chega tão perto da beira de um precipício a ponto de sentir o vento açoitando o rosto, é preciso reconhecer que é hora de mudar. (Pág. 361)