Kennia Santos | @LendoDePijamas 04/07/2017"Vejo você quando o sol brilhar outra vez."Ally é uma universitária que cursa música, e quando é chamada para substituir a falta do trompetista de uma das mais renomadas equipes, ela aceita. É ali que tudo começa. Ela conhece David, eles passam a se conhecer melhor e depois começam a namorar.
"David foi o primeiro para mim. O primeiro em tudo. Meu primeiro namorado de verdade, meu primeiro amor, meu primeiro amante e meu primeiro -e único- coração partido. Não sei bem quando tudo começou a dar errado. Não. Mentira. Eu poderia assinalar os indícios como alfinetes em um mapa para um lugar aonde a pessoa não gostaria de ir."
Está tudo aparentemente bem -até ela aparecer. Charlotte. Sua aparição acaba colocando em evidência problemas que Ally e David estavam empurrando pra debaixo do tapete.
"Nosso relacionamento se transformara em um trem desgovernado prestes a descarrilar. E embora nós dois soubéssemos que seríamos as grandes vítimas desse acidente, não havia nada que pudéssemos fazer para impedí-lo." (p.225)
Ally vai embora, e David se casa com Charlotte, mas nunca consegue se esquecer completamente dela.
"Eu o abandonei, abandonei a nós dois. E ele me deixou partir." (p.226)
8 anos depois - Ally está em casa cuidando de Jake, seu filho; Charlotte está no salão, se preparando para uma comemoração. E é quando o telefone de ambas tocam trazendo notícias que vão mudar para sempre o rumo de suas vidas.
E então, depois de 8 anos, as duas se encontram a sala de espera de um hospital, aguardando informações sobre algo que tem o poder não só trazer fantasmas do passado de volta, mas revelar segredos que mudarão toda a estrutura que acreditavam ter formado até agora.
"Talvez o passado não esteja tão apagado quanto você pensa. Talvez ainda haja segredos escondendo-se em cantos escuros. Talvez seja a hora de eles se revelarem." (p.253)
Quando você acha que superou e esqueceu o passado, poderia o destino brincar com tudo e provar que nem tudo é como você pensa? Sim.
"Você pensa que tem o controle de sua vida, acredita que é você quem toma todas as decisões, e então algo assim acontece é você se dá conta de que é apenas uma minúscula peça em um jogo de xadrez, sendo movida de um lado para outro ao capricho de alguma coisa ou alguém muito maior." (p.59)
?Primeiro de tudo, esse livro só deve ser lido por pessoas que como eu, adoram uma sofrência literária e tenham psicológico pra aguentar QUALQUER COISA. Porque socorro, eu li há mais de uma semana e até hoje quando olho pra esse livro tenho vontade de rasgar a minha pele. De tanta frustração com a tamanha injustiça. Esse livro é um drama diferente, é um drama adulto, porque *jovens despreparados como eu* vão ficar muito, muito revoltados com o andar da história. Principalmente com algumas personagens e consequentemente suas atitudes.
*DESABAFO*
Puta que pariu Charlotte, porque você é assim, porra? Eu penso nessa personagem e só me vem uma coisa na cabeça: inveja. Uma personagem que é mimada, mal sabe o que é dificuldade na vida e quer fazer um dramalhão acima da média e fugir pra ganhar atenção. Invejosa de primeira, egoísta e não tem um pingo de amor próprio, porque aceitou ser segunda opção sem pestanejar. Sem contar o quão desgraçada ela é por achar que tem o direito de entrar na vida dos outros e delegar um posto diferente pra cada um, e sem se importar com os laços que já eram formados antes de sua chegada, desata todos eles. Entrou pro pódio de personagens femininas que mais odiei na literatura, só perdendo pra Tessa de After.
Ally, SUA MARAVILHOSA. Mulherão da porra. Nada define melhor, de verdade. Essa sim é madura, um exemplo de força e superação, do tipo que não quer se jogar de uma ponte por uma rejeição, nem se vingar por ter sido injustiçada. Acredito que seu mantra era: "e a vida segue". E seguiu mesmo pra ela. Até a noite do telefonema.
David. Eis um personagem que todas odiaram, mas sinceramente? Não vejo maldade nele, apenas falta de atitude. Em momento algum ele foi desrespeitoso com Ally ou Charlotte, e sempre sentiu culpa pelas situações -isso não o torna impune, mas é melhor que nada, certo?
Joe.
Joe. Joe. Joe.
Sabe aquele tipo que está em falta no mundo? Então, ele mesmo. O tanto que esse cara ajudou a Ally, minha nossa, não tem o que descrever. E nunca cobrava nada ou forçava nada.
Não sei nem o que falar, só sentir.
Existem outros personagens envolvidos sim, como Max (um amigo desses, hein? < 3 ) por exemplo, mas que não foram tão frequentes na trama a ponto de eu conseguir fazer uma descrição aqui.
O final? Diferente dos outros livros da Dani Atkins, que me passaram uma mensagem apesar de todo sofrimento, esse só me deixou revoltada pra cacete. PRA CACETE. Foi tudo injusto, surreal, que traz uma mensagem que ao meu ver não tem NADA de bom. Eu sei que nem sempre a vida é um mar de rosas, mas precisava disso? Ah não.
Não não não. Não aceito, não concordo. Tive vontade de tacar o livro na parede.
Claro que a escrita da Dani continua maravilhosa e fluida, mas só indico isso aqui pra quem se preparar MUITO BEM, ok? Depois não digam que não avisei.
"Às dez horas, dezessete minutos e vinte segundos, meu mundo mudou." (p.330)
"Vejo você quando o sol brilhar outra vez." (p.354)
Preparem o coraçãozinho.