Aline Moura 07/09/2021
Odiei, mas é muito bom
Pois é, essa contradição define.
Desde que li "Mil beijos de garoto" lá em 2017 eu não chorava tanto lendo um livro. Achei que nenhum mais esse ano fosse me afetar como "Vergonha", da Brittainy. Aí passou uma nuvem na minha cabeça dizendo que eu tinha que catar algo que saísse dos romances cheios de divertimento e finais felizes (voltando correndo pra eles agora). Esse livro me destruiu. Apesar da excelente construção de personagens e da autora bater na gente com luva de pelica com sua escrita melancólica e belíssima, não consegui aceitar algumas situações, como o modo como a relação entre Charlotte e David foi construída. Não dá pra mim. Mesmo que eles não tenham ultrapassado a linha, houve atitudes, olhares, intenções. E nada justifica isso, nem mesmo uma outra relação fadada ao fracasso. Honestidade e responsabilidade afetiva zero. E as atitudes da Charlotte são muito egoístas o tempo todo. Ficou muito parecendo pra mim a menina rica que quer tudo por capricho, sem contar que também não se valorizava, afinal, quanto vale a pena ficar com uma pessoa que traz outra para o relacionamento, mesmo sem ser fisicamente? O David affs... Fraco. É a única palavra que consigo definí-lo. A Ally foi quem mais perdeu nisso tudo, do começo ao fim. O Joe, ah então... O Joe, a melhor pessoa da história toda. Injustiçado, claro. Mas enfim... É sim um belo livro, bem escrito, emocionante, que nos causa muitos sentimentos conturbados. Acho que é a realidade. Coisas ruins também acontecem com pessoas boas e pessoas não tão boas muitas vezes se dão bem, infelizmente. Se eu leria de novo? Não. Recomendo? Sim. Pra poder conversar sobre.