Lurdes 17/05/2022
É um livro curtinho, em forma de carta, endereçada a uma amiga nigeriana que acabou de ganhar uma menina e que se aconselha com Chimamanda.
Mesmo não tendo a intenção de ser um manual, mas um apanhado de atitudes que a autora foi achando importantes e que busca utilizar na educação da própria filha, sua carta é um guia e um lembrete de ações muito simples, que visam reforçar o empoderamento feminino.
São 15 "conselhos", que incluem o exemplo dado pela própria mãe, como um ser autônomo e independente, a liberdade de escolha dos brinquedos, sem restrição de gênero, o posicionamento firme em defesa da valorização das mulheres, não só no mercado de trabalho, mas dentro de sua própria casa/familia.
Como sempre, Chimamanda é cirúrgica. Apesar de muitos dos conselhos usarem exemplos da cultura nigeriana, onde as mulheres são ainda mais reprimidas, todos podem se aplicar a qualquer situação e sempre é bom lembrá-los.
"Nossa premissa feminista é: eu tenho valor. Eu tenho igualmente valor. Não ?se?. Não ?enquanto?. Eu tenho igualmente valor. E ponto final.
"A linguagem é o repositório de nossos preconceitos, de nossas crenças, de nossos pressupostos. Mas, para lhe ensinar isso, você terá de questionar sua própria linguagem. Uma amiga minha diz que nunca chamará a filha de ?Princesa?. Quando as pessoas dizem isso, a intenção é boa, mas ?princesa? vem carregado de pressupostos sobre sua fragilidade, sobre o príncipe que virá salvá-la."
Na última semana ela esteve no Brasil para participar do LER (Salão Carioca do Livro). No sábado, dia 14/05, conversou com a escritora @djamilaribeiro sobre como contar histórias empoderadoras, em um encontro disputadíssimo.
Você já leu alguma obra de Chimamanda?
Recomendo!