Carous 03/08/2020Pêra, uva, maçã, salada mista...(3,5: era a nota que eu ia dar até o capítulo 53 - de 55 no total.
4: era a nota que queria dar em consideração aos meus filhos Dorian, Ivy e Jasper, mas não tem como defender esse enredo)
Adiei a leitura deste livro até onde pude, cheguei até a retirá-lo da pilha de futuras leituras. Se a própria Seguinte desistiu desta trilogia, por que eu deveria continuar?
Voltei atrás na minha decisão porque, afinal de contas, já tinha pago pelo livro mesmo, né?
"A profecia do pássaro de fogo" nunca se destacou pela inovação. Da construção de personagens à história, passando pela ambientação e os casais que se formaram, tudo dava a sensação de que já tinha visto isso antes. Muitas vezes. Exaustivamente em todo livro de fantasia (curiosidade inútil: essa foi a segunda série de fantasia que li na vida e mesmo assim a achei simples demais. Alguns leitores fãs desse gênero reclamam do excesso de semelhança entre o primeiro livro e a série
Instrumentos Mortais da Cassandra Clare que eu não li & nem lerei).
Foi o primeiro trabalho de Melissa Grey, e, olha, percebe-se. Falta amadurecimento na escrita.
Naturalmente, eu tinha muitas reservas em ler o segundo volume.
Uma delas mora no fato de que não gosto da protagonista e menos ainda do seu par romântico.
Echo é a personagem adolescente useira e vezeira de livros de fantasia jovem adulto: rasa, mal construída, sem graça e sem carisma que o autor transforma no ser especial que salvará a humanidade. Nem o fato dela ser dura na queda, forasteira e sozinha no mundo me impressionou porque... é um clichê presente em muitos livros e filmes.
Toda vez que ela aparecia questionando seu papel na guerra entre os povos Avicen e Drahkrin (vamos fingir que é assim que se escreve porque estou sem paciência de conferir no livro), o fato de carregar o pássaro de fogo consigo, sua capacidade de lutar, eu só sentia... enfado.
Mais sem graça que ela só Caius. O personagem tem mais de 125 anos, vive jogando na cara de todo mundo que já viveu vários séculos só para se comportar como um adolescente o livro inteiro. Principalmente em relação ao romance chuchu aguado entre ele e Echo.
(Eu simplesmente não consigo superar a idade do personagem e seu comportamento. Erro feio da autora nesse caso).
Da lista de estereótipos de livros de fantasia para o público jovem, Melissa Grey tirou a carta do triângulo amoroso. Que eu deixaria de fora, mas não provocou nenhuma reação em mim. Rowan até que estava mais interessante do livro e os sentimentos divididos de Echo por ele e Caius até que fez sentido.
Eu sinto que Melissa Grey atirou para todos os lados e tomou vários caminhos com este enredo para chegar a lugar nenhum. Se alguém me pedisse para resumir esta história de 418 páginas, eu levaria 418 páginas para resumir a história.
Primeiro o grupo formado por Echo (Zz...), Caius (Zzz...), Dorian, Jasper e Ivy está foragido numa das casas de Jasper. Depois eles precisam buscar um curandeiro para a ferida de Jasper que não quer fechar, aí surge o kuçedra que ninguém sabe o que é, mas há livros e acadêmicos que os estudam, então parte do grupo vai atrás disso enquanto Ivy se infiltra na Fortaleza do Dragão sei lá por qual razão. Tem o ataque ao Ninho (lar dos Avicen) e a busca pela cura aos feridos no ataque.
Eu juro que se um carro de escola de samba surgisse no meio da história ou um coelho branco passasse correndo dizendo estar atrasado, eu não ia estranhar. O enredo é essa salada desordenada mesmo. Tudo e nada acontecem. É claro que o ritmo de "A ameaça sombria" é bem diferente do livro anterior. Mais parado, menos emocionante... Não é ruim, mas as (poucas) cenas de conflito deixaram a desejar. E, nossa [spoiler] eu nem me surpreendi com a morte ~heróica~do Altair. Ele estava marcado para morrer desde o começo do livro anterior. [ fim do spoiler]
Este livro foca mais no aprofundamento das relações pessoais entre Echo, Caius, Dorian, Jasper, Iy e Quinn. É bem legal, principalmente nos capítulos voltados para Dorian e Jasper, e Ivy - Echo e Caius, o que eu tenho a ver? (Mas, sabe, Quinn é um personagem que surgiu agora e ele nem é uma boa pessoa. E eu fiquei mais interessada nele do que na protagonista e no ex-Príncipe Dragão.)
Aliás, Tanith, irmã de Caius, é chatinha e parece perdida na história, completamente sem função, mas eu a entendo um pouco. Também ficaria (puta) chateada se meu irmão incompetente governasse.
Fiquei feliz do Dorian ter mais espaço, da evolução da personalidade dele. Fiquei feliz que ele e Jasper parecem ir par algum lugar FINALMENTE. Fiquei feliz que Ivy foi lembrada como algo mais do que estepe para Echo.
Não pretendo ler o último livro (porque não me odeio a esse ponto). O que vejo é que esta série é pouco conhecida, não entusiasmou muito. E merece o pouco reconhecimento; no geral, é bem fraca e há outros livros melhores por aí.