Sâmella Raissa 23/04/2020Cópia cedida para resenha pela editora no NetGalleyA primeira coisa a me chamar a atenção para esse livro foi a capa, verdade seja dita. Isso, unido ao fato de que constava como fantasia desde o lançamento logo me atraiu, uma vez que o gênero por si só também é um dos meus queridinhos, e, em meio a isso, eu certamente esperava gostar da leitura. Demorou até que eu pudesse enfim fazê-la, o que de certa forma foi bom, já que as expectativas de antes diminuíram e eu não teria como me decepcionar tanto dessa vez, se a leitura não fosse o que eu esperava. O saldo dela, porém, foi além da simples fantasia que eu imaginava que seria.
O Beijo Traiçoeiro entrega uma trama completamente imersa em elementos e background medieval com intensas situações e discussões políticas que acabam por, diferente do que eu esperava, ser o foco da história, mas isso não foi ruim, pelo contrário. Desde os primeiros capítulos eu já havia sido fisgada pela narrativa da autora que é um tanto quanto objetiva e envolvente, levando a leitura a fluir tão bem para mim que, mesmo que eu quisesse mais romance, não me vi irritada ou cansada das cenas mais políticas. Na verdade, muitas delas foram os grandes destaques para mim na história, o que mais me manteve imersa na história e ansiosa por saber mais e mais do que ia acontecer nela, principalmente conforme fui me apegando aos personagens, Sage, Ash, Quinn, Charlie, Casseck, Clare e Darnessa em especial.
Gostei de como a autora moldou e construiu cada um deles de modo a, mesmo o personagem que soaria o mais vago e desinteressante nos atrair em saber um pouco sobre ele e nos cativar. O holofote maior, ainda assim, é da Sage, que vai longe do padrão de mocinha esperado na época e dá um show de inteligência e perspicácia com suas fortes e minuciosas observações sobre tudo e todos ao seu redor. Mesmo nos momentos mais irritadiços da personagem, em que eu queria poder gritar com ela, também não deixava de torcer por sua jornada e missão, e o mesmo acontece com Ash, Quinn e Darnessa - essa última que, inclusive, quebrou com mérito o receio que eu tinha de que ela fosse mais atrapalhar e me irritar do que qualquer outro, como a grande casamenteira que fora apresentada no início, e gostei de ver a relação quase maternal criada entre ela e Sage ao ela se tornar sua aprendiz.
Como destaque maior, porém, apesar do que já ressaltei de bom na história, também cito o plot twist do final que tanto me deixou confusa quanto, após a ficha cair, me sentindo boba por não ter percebido antes! Só lendo para entender do que estou falando, mas, ainda assim, foi uma surpresa muito bem-vinda e certeira! Só não mais, talvez - de novo - do que o final em si, que reuniu uma gama de adrenalina, estratégia, ação e tensão tão grandes que eu não consegui pausar a leitura até chegar ao ponto final. Foram cenas mistas de esperança e dor, medo e confiança, de tal forma que quando tudo passou, mais parecia que eu tinha assistido a uma série à lá Game of Thrones, ou algo assim.
Só uma ressalva que ficou para mim, ainda que não tenha sido de todo ruim, é que o desfecho da forma como ele é, mesmo deixando um gancho no ar para as sequências, uma vez que o livro é o primeiro de uma trilogia, a história nesse volume ainda soa muito bem fechada, o que eu gostei por não me fazer querer devorar o segundo imediatamente sem poder, rs. As coisas se concluem de uma forma muito sólida, apesar do gostinho de quero mais em torno dos personagens que, claro, vai ser sanado nos próximos livros e, assim, pretendo lê-los depois também para voltar a encontrar Sage e cia no que promete ser mais uma nova e intensa aventura. Então fica aqui a minha recomendação de trilogia que acabei de começar, mas que já considero muitíssimo!