Boa companhia

Boa companhia Rodolfo Gutilla




Resenhas - Boa companhia - Haicai


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J. Silva 04/08/2023

Haicai ou poemirim (ou "poema pequeno")
Cuida essa primorosa edição da editora Companhia das Letras de uma antologia de poetas brasileiros que se dedicaram a esse estilo de poema japonês, que remonta ao século VII.

Haicais são poemas curtos de três versos de dezessete sílabas métricas. Por isso que, em 1996 essa forma foi cunhada como poemirim, em razão do seu diminuto tamanho. No geral os textos trazem críticas, reflexões ou apenas a contemplação da vida e natureza.

Na edição temos contato com haicais traduzidos direto do japonês e aqueles outros concebidos em solo brasileiro, por poetas como Monteiro Lobato ( pioneiro nessa arte), Erico Veríssimo, Paulo Leminski, Millôr Fernandes, Drumond de Andrade e tantos outros.

"A vida tratou-me bem
tive como quando onde
e nunca faltou-me quem."

"sem saudades de você
sem saudades de mim
o passado passou enfim."

"Não tenho dinheiro no banco,
porém,
meu jardim está cheio de rosas."
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Vania.Cristina 21/02/2024

Deixando de lado o ego e buscando a essência das coisas
Trata-se de coletânea de poemas haicais, organizada por Rodolfo Witzig Guttilla, criados por poetas brasileiros, e alguns (poucos) traduzidos (e recriados) da poesia clássica japonesa.

A introdução do livro é rica em informações e é sobretudo a partir dela que escrevo minhas impressões.

Guttilla faz uma breve descrição do surgimento e do desenvolvimento dos haicais no Japão, a partir do século VII. Depois, fala de sua introdução no Brasil e de como, aos poucos, os haicais foram abrasileirados.

Tudo começou em 1906, com o jovem Monteiro Lobato traduzindo seis haicais e os publicando no jornal O Minarete, de Pindamonhangaba, interior paulista, junto com um texto que falava da cultura japonesa. Dois anos depois, a nau Kasato Maru chegava ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses, e ainda a bordo foi produzido o primeiro haicai em terras brasileiras.

A partir daí, vários de nossos poetas vivenciaram os haicais, passando pelos modernistas até o seu auge no país, nos anos 80.

Através do texto de Guttilla pude entender o que me motivou a comprar e ler Caprixos e Relaxos, de Paulo Leminski, ainda na década de 80. Eu era uma jovem leitora assídua do caderno de Cultura da Folha de SP, Ilustrada, que trazia notícias e reflexões sobre as grandes tendências da cultura da época. E havia a prestigiada Editora Brasiliense que começou a revolucionar, com sua ousadia, o nosso mercado editorial. Foram várias ações de vanguarda, uma delas foi a publicação dos haicais do Leminski. Até então, eles estavam restritos à cultura pop, de massa, e eram considerados gênero menor. A Brasiliense, respeitada pela intelectualidade, trouxe uma nova perspectiva e um novo status para os haicais, a partir da publicação de Caprichos e Relaxos.

Eu ainda me lembro do impacto dessa editora sobre os jovens estudantes como eu, que começaram a ter acesso, através de linguagem fluida, de pensamentos e reflexões, principalmente por causa dos seus livros de bolso (as coleções Primeiros Passos, Encanto Radical e Tudo é História). Na mesma época, a Brasiliense tirava os haicais de um estereótipo e lhes dava o prestígio de arte que mereciam.

O pensamento e a arte passavam a ser vistos e compartilhados de forma mais democrática. Não é a toa que os anos 80 são os anos de redemocratização do Brasil.

Foi muito legal ver um pouco disso tudo na introdução do livro e entender melhor a potência dos haicais no nosso país. Eu me senti como quem vivenciou essa história, fez parte dela.

De todos os poetas que a coletânea me apresentou fiquei querendo conhecer mais do trabalho de Millôr Fernandes. Não sabia da sua importância para a popularização dos haicais no Brasil, e ela foi enorme. Sem falar que ele foi o único, aqui em nossas terras, a reunir os haicais com ilustrações, já que dominava as duas artes.

Penso que o que poderia ter sido um caso de apropriação cultural é, na verdade, um processo legitimado de diálogo entre culturas, de troca. Nós brasileiros fomos feitos assim, frutos de várias misturas.

A poesia haicai não é simplesmente síntese, métrica, forma ou conteúdo. Ela é uma postura perante o mundo, um exercício filosófico de observação. Ela busca, através de conexões com a natureza e com o outro, interiorizar o externo. Essas conexões precisam colocar o ego em segundo plano, daí uma das maiores dificuldades. Você observa, sente e procura a essência, sem racionalizar, sem se colocar, expressando de forma objetiva, o que vê.

Poesia haicai é a busca pela essência das coisas e pela simplicidade. É viver o momento presente através da expressão artística. É exercício de conexão com o mundo natural. Exercício de desapego e de desprendimento.
Cleber 22/02/2024minha estante
Adorei sua resenha! Deu saudades do ler haikai tbm,


Cleber 22/02/2024minha estante
Gosto dos livros do Leminki e e do Millôr, acho que foram os primeiros que comecei a ler.


Vania.Cristina 22/02/2024minha estante
Obrigada Cleber. Poesia sempre me tira da zona de conforto, mas tenho tentado ler mais poesia. Sempre foram menos difíceis pra mim os haicais do Leminski ou os poetas da música brasileira. Agora quero me aventurar mais. Mas os haicais ainda são meus prediletos. Logo que der quero ler Millôr.




Vitoria 06/05/2023

Haicai
Poema de origem japonesa, o haicai descende de uma antiquíssima linhagem que remonta ao século VII depois de Cristo: nesse período surge o waka ( ou ?poema à moda do país de Wa?, como os chineses chamavam o Japão), com versos de cinco e sete fonemas ? o equivalente a sílabas métricas no Ocidente.
O haicai (como o termo será abrasileirado) estreará no Brasil em 1906, por obra de Monteiro Lobato.
Em 1922, o haicai era não somente praticado como também discutido por poetas que participaram da Semana de Arte Moderna.
Estão aqui reunidos alguns dos melhores exemplos desses poemetos escritos por artistas com Carlos Drummond de Andrade, Millôr Fernandes entre outros.
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Alexandre 24/11/2022

Haicais
Um bom conjunto de haicais, mas com as muitas adaptações dos haicais no Brasil, várias têm um aspecto mais de poemas livres do que os clássicos haicais....destaque para os excelentes haicais de Millôr Ferndandes.
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Larissa 03/01/2014

Muito bom pra conhecer um pouco de vários autores, vou até procurar livros de alguns deles.

Poeminha Fora da Estação II
Millôr Fernandes

"Eu sofro de mimfobia
Tenho medo de mim mesmo
Mas me enfrento todo dia."
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Analu 05/05/2020

BOA COMPANHIA: HAICAI, organizado por Rodolfo W. Gutilla (3.5/5) me tirou da zona de conforto e me apresentou à um gênero que nunca havia passado pela minha cabeça: o haicai. Esse tipo de poema japonês foi trazido ao Brasil e inspirou diversos autores brasileiros à se arriscarem. A coletânea que li traz os melhores haicais de autores do mais alto prestígio.
.
De fato, gostei do livro. É rápido e faz com que você não queira larga-lo, afinal, são poucas páginas que podem ser lidas facilmente em uma sentada. Entretanto, nem todos os poemas ali presentes me cativaram, enquanto outros eu marquei, li e reli. Acho que vale a chance de se descobrir um novo tipo de leitura e se aventurar vez ou outra com algo que seja fora do nosso comum. Tudo é válido.

site: https://www.instagram.com/analulendo/
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Miria80 19/05/2015

Muito leve, rápido, curto e gostoso de ler. Os Haicais são uma verdadeira graça e alguns nos dão lições incríveis com apenas três versinhos. Achei maravilhoso! Além disso, após cada capítulo de Haicais, tem uma breve biografia do autor daquela seção. Isso é bom, faz com que nos sejam apresentados autores incríveis e nos relembre e ensine mais sobre os escritores mais antigos e famosos. Recomendo este livro!
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Monique 13/05/2020

Haicai
Eu li esse livro em um dia, de tão gostosa que foi a leitura dele, preciso ler mais desses livrinhos.
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A tal da cria bookstan 21/02/2023

??Poema japonês abrasileirado??
As poesias são legais e depois tem a biografia de quem escreveu!! No total lê 24 de cada autor. Chegou uma hora que não descia mais não!
Essa obra é extremamente organizada, adorei as informações sobre o modernismo e o período histórico!

Meus favoritos foram: Afrânio Peixoto, Carlos Drummond de Andrade, Alice Ruiz, Cyro Armando, Guilherme de Almeida e Haroldo de Campos
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Estefani 25/05/2020

O livro de trata de vários poemas haicais. No início o autor faz uma introdução do é o haicai, que são poemas japoneses, quando surgiu, como é composto, quando chegou ao Brasil, um pouco da história desses poemas.

O restante do livro foi colocado poemas do escritores da época e um pequeno texto sobre cada um deles, como contribuiu para esse tipo de escrita. Os poemas são alguns traduzidos do japonês para o português e alguns outros são escritos por brasileiros, que são "haicais abrasileirados"

Eu gostei bastante de alguns poemas. Os traduzidos não gostei, não fazem sentido nenhum, e os brasileiros alguns também não, mas outros falam das coisas do dia a dia. Alguns deles tem rimas, o que eu gosto bastante, outros não. A todo modo, é um livro bem rapidinho de ler.

"Falamos tudo e ainda
há o que
silenciar"
Carlos Vogt, pag. 57

"Desolação
Fim de estrada. Só.
Sem espaço para os passos.
Adiante e atrás: pó"
Cyro Armando Catta Preta, pag. 63

"infância
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se 'Agora'."
Guilherme de Almeida, pag. 85

"Eu sofro de mimfobia
Tenho medo de mim mesmo
Mas me enfrento todo dia"
Millôr Fernandes, pag. 133
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Dafne.Allane 18/01/2023

Haicais
Após uma breve introdução sobre o tema, o livro nos apresenta uma coleção de Haicais escritos ou traduzidos por poetas brasileiras.

Foi muito interessante ver essa ligação entre as culturas japonesa e brasileira. No geral, uma ótima experiência de leitura!
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Jessy R. 07/11/2023

Finalmente entrei em contato com haicais dos poetas modernistas e outros. Divertido, fluido, muitos são poéticos, outros são bem humorados e críticos. Uma leitura muito gosta e rápida, foi uma excelente companhia no metrô e no ônibus pelas manhãs e fins de tarde.
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Dayane.Cristina 26/03/2020

Alguns bons...a maioria, ruins.
Talvez eu não esteja acostumada com haicais, mas não gostei da maioria deles. Li o livro em 10 minutos.
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laura.brunca 27/10/2021

caramba.
ler esse livro ,esperando meu amigo,sentada no mato,o vento ,e esses versos batendo na minha face junto ao meu coracao,que momento?
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