Vasto mundo

Vasto mundo Maria Valéria Rezende




Resenhas - Vasto Mundo


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Alê | @alexandrejjr 13/04/2020

O vasto mundo de Maria Valéria Rezende

Contar histórias. Tarefa primária de quem faz ficção. Há quem faça porcamente esse trabalho e há quem faça ele com devoção. E existe quem o faça com certa magia. O último caso se aplica a Maria Valéria Rezende e seu "Vasto mundo".

Em 21 narrativas (contos?), Maria Valéria Rezende transporta os leitores para o universo da fictícia cidade de Farinhada, espécie de Macondo à brasileira localizada em nosso Nordeste. Mas não se engane: a força, aqui, diferente de Gabo, não está no realismo mágico e sim na realidade em si. São textos cuidadosamente lapidados como "Não se vende jumento velho", "Olhares" e "O tempo em que dona Eulália foi feliz", para citar apenas alguns, que a autora mostra uma sensibilidade única para aliar elementos culturais do trato brasileiro, como nossa oralidade, à crua realidade que nos cerca, tudo de maneira muito poética.

"Vasto mundo" é um livro gostoso de ler, é um livro gostoso de indicar, mas é mais do que tudo isso: é um livro gostoso de imaginar.
Na 16/07/2022minha estante
até marquei pra ler depois dessa resenha!


Eliza 16/07/2022minha estante
Sua resenha me deu vontade de ter o livro aqui e começar a ler já! Ele vai pra lista de desejos com uma vontade imensa de mergulhar nestas histórias.


Alê | @alexandrejjr 16/07/2022minha estante
Nataly e Eliza: tenho certeza que vocês vão gostar muito! E obrigado pela confiança e pelos comentários.


Jan 17/07/2022minha estante
Quero!???


Jéssica Maria 21/07/2022minha estante
Que resenha incrível! Me deu muita vontade de ler


Alê | @alexandrejjr 21/07/2022minha estante
Vale a pena, Jan!

Agradeço o comentário carinhoso, Jéssica. É um livro muito gostoso de ler!


Nâna 31/07/2022minha estante
Aaaa esse é meu livro favorito, que bom que gostou ?


Daniel1841 03/02/2023minha estante
Alê, que livro viu! Terminei com vontade de já revisitá-lo!




Yasmin V. 18/01/2024

Um primor!
Amo livros que me proporcionam aquela sensação boa de ouvir "causos" da vida de alguém. Daqueles que prendem nossa atenção, e que passaríamos o dia ouvindo acompanhados de um cafezinho e um bolo. Este livro é assim. Eu ficaria lendo por dias e dias as histórias de Farinhada.

"Vasto Mundo" marcou a estreia literária de Maria Valéria Rezende em 2001, aos 60 anos. O romance narra as vidas dos habitantes da fictícia Farinhada, uma pequena cidade no sertão da Paraíba. Embora as narrativas sejam independentes, todas estão conectadas por um fio condutor: o chão da cidade. Esse chão arenoso e quente é o palco onde todas as histórias se desenrolam, uma testemunha fiel de tudo que acontece e de todos que por ali passam.

Apesar dos capítulos breves e independentes, as personagens não passam superficialmente diante de nossos olhos; ao contrário, são profundas e conseguem nos tocar em poucas páginas, despertando em nós empatia, raiva, tristeza e diversos outros sentimentos, graças à escrita primorosa de Maria Valéria.

É tocante, bonito, comovente. Não queria que o livro terminasse, mas pelo menos ainda tenho um vasto mundo de Maria Valéria Rezende para conhecer e espero que acompanhada de um cafezinho e um bolo também. :)
Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Como são incríveis livros dessas histórias que se interligam! Confesso que não conhecia a autora (?), mas sua resenha desperta bastante a vontade de conhecer!


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
São mesmo, Flávia!! ? Eu a conheci recentemente e mal posso esperar pra ler mais livros dela!


Cleber 18/01/2024minha estante
Linda resenha, Yasmin! Não conhecia essa autora, fiquei curioso para ler tbm, obrigado pela dica.


Vania.Cristina 18/01/2024minha estante
Que interessante!!, vou colocar no meu radar. Obrigada, Yasmin!


CPF1964 18/01/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Yasmin. De extrema sensibilidade. ??


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
Cleber e Vania, fico feliz que ficaram interessados na história! ?


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
Cassius, obrigada!! ?


Débora 19/01/2024minha estante
Que delicadeza de resenha, Yasmin!??


Yasmin V. 19/01/2024minha estante
Obrigada, Débora!! ??




Lincoln 26/04/2020

Neste livro quem narra é a voz do chão
O livro, dividido em três partes: voz do chão I, II e III, conta a história de Farinhada, município fictício do Nordeste brasileiro. Cada pequeno conto traz uma figura local como protagonista. Algumas personagens são recorrentes, como o padre Franz e o coronel Assis Tenório. Alguns contos são mais cativantes que outros. Entretanto, todos eles têm final óbvio, que incomoda por parecer que as histórias precisavam ser encerradas às pressas. Outro ponto negativo é o tom panfletário recorrente na narrativa. Não vejo problema algum em o autor se posicionar politicamente em sua obra, mas, quando o faz de forma tão explícita, dissolve a qualidade literária do texto. É importante ressaltar que este foi o primeiro livro de ficção publicado pela autora. Esses aspectos podem ter sido amadurecidos nas obras posteriores. Apesar dos pontos negativos, ainda é uma leitura válida. A voz do chão é linda. Os personagens, brasileiríssimos. Recomendo!
zoni 30/04/2020minha estante
Lincoln, outro dia você elogiou o jeito que me comunico com os leitores em minhas resenhas, mas cara, eu estou encantando com a forma assertiva como você escreve uma resenha. Estou de olho em tudo que você escreve agora, parabéns.


Lincoln 02/05/2020minha estante
Ei, Zoni! Cara, que felicidade ler isso! Eu comecei a resenhar esse ano, por causa do desafio do Skoob. Então, estava um bocado inseguro. Fico lisonjeado, principalmente porque sei que escreve ótimas resenhas. Obrigado!


Alê | @alexandrejjr 11/05/2020minha estante
Cara, é muito pessoal essa questão do conto, mas acho que o interessante justamente não são os finais dos contos e sim o que acontece até lá. Outra: não te sentiu "familiarizado" com a maior parte dos contos, por isso essa sensação de obviedade? Eu tive isso, por exemplo, mas não me incomodou.


Lincoln 16/05/2020minha estante
Fala, Alê! Eu penso um pouquinho diferente... O conto, por ser uma narrativa breve, deve ser arrebatador. Como disse Cortázar, ?O romance vence sempre por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute?. Já a sensação de obviedade, acredito que tenha sido por causa do lugar comum dos finais, que distoam da criatividade da narrativa.




Max 27/04/2023

Farinhada...
Os contos alinhavados pelo mesmo tema, a cidade de Farinhada, vão se discorrendo sobre a simplicidade de posses e da riqueza de histórias de seus habitantes. A delicada, sutil e bem humorada maneira com que aborda temas espinhosos como feminismo, politica, religião, dentre outros é impar.
A autora foi uma grata surpresa!
Vou já procurar outras obras dela!
Recomendo!
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Michele 07/02/2023

Vida longa à Maria Valéria Rezende
"Eu queria fazer um romance em que o protagonista não fosse o indivíduo, mas o coletivo", disse a autora numa entrevista. O pouco que conheço de sua história já deixa nítido que o coletivo sempre foi o seu propósito, e em Vasto Mundo toda essa ideia se reafirma: Farinhada não é um vilarejo situado num ponto específico do Brasil, mas sim todos os lugares. Tanto que vários causos ativam a nossa memória afetiva, pra quem vive no interior, qualquer que seja, a descrição dos cenários, das personagens, das situações, reconhecemos muito de tudo isso porque todos nós crescemos nesse mesmo chão.

Maria Valéria representa muito o Brasil que somos!
July 08/02/2023minha estante
Esse livro é maravilhoso ???


Alê | @alexandrejjr 03/03/2023minha estante
Faço minhas as palavras da July! Esse livro é maravilhoso! Uma delícia de ler.




isabelle. 28/07/2021

sofria o tormento das palavras invasoras, às vezes por muitos dias, até que conseguisse um momento de solidão para escrevê-las em segredo.
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Nat 25/06/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
Vasto Mundo é um livro de pequenas histórias que se interligam por meio de Farinhada, uma pequena cidade fictícia no interior da Paraíba. Maria Valéria Rezende consegue passar como uma cidade tão pequena e tão esquecida é. Um regionalismo delicioso de se ler, e uma escrita próxima a poesia. Adorei!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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jota 05/10/2023

Vou-me embora pra Farinhada, lá sou amigo do padre Franz
Mesmo que algumas das histórias de Vasto Mundo terminem com final infeliz, digamos assim, sempre fica o encantamento que a autora nos proporcionou antes ao apresentar uma narrativa cativante, um personagem singular, qualquer coisa assim que nos transporta para o interior nordestino ou melhor, da Paraíba, muito além daquele lugar que está na nossa cabeça, que é também um sítio imaginário povoado por prosa poética.

Poesia essa que o título já remete para Carlos Drummond de Andrade, para seu Poema de Sete Faces: ”Mundo mundo vasto mundo, / se eu me chamasse Raimundo / seria uma rima, não seria uma solução. / Mundo mundo vasto mundo, / mais vasto é meu coração.” Vasta é a imaginação de Maria Valéria Rezende, que no campo da poesia ainda se faz acompanhar da evocação de Manuel Bandeira e seu Vou-me Embora Pra Pasárgada, como quer um de seus personagens.

Falando neles, o mais cativante de todos é certamente o padre Franz, que tem um conto próprio em que nos é apresentado e também aparece nos demais, assim como outros personagens porque as histórias todas estão interligadas, em grande parte são circulares. E elas, os acontecimentos que encerram, parece que se dão num tempo um tanto indistinto, em que tanto alguém aparece usando computador quanto um outro ainda vive com luz de lamparinas à noite. E Farinhada, mesmo existindo num tempo e num lugar imaginários, indistintos, nesse vasto mundo que é a imaginação, diz muito aos nossos sentimentos, mente e coração, como a boa literatura é capaz de fazer.

Lido entre 29 de setembro e 04 de outubro de 2023.
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afarialima 17/04/2022

Mais um livro que entrou pra lista dos favoritos da vida.
Com uma escrita fluida, o livro te leva pro interior da Paraíba e te faz viver a vida com aquelas personagens. Tem luta de classes, tem amor, tem religião, tem comunidade, tem violência...um puro suco de Brasil.
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Anienne 08/10/2020

Vasto Mundo
Esse livro de Contos é maravilhoso! É o primeiro que li da autora Maria Valéria Rezende, não a conhecia e foi uma grata surpresa para mim.

Os Contos giram em torno da vida em Farinhada, um lugarejo fictício no interiorzão do nordeste brasileiro.

Cada Conto traz um ou mais personagens diferentes e retrata algum momento interessante em suas vidas. Na verdade não há uma continuidade, como num romance, mas aquelas histórias se intercalam e tem algo em comum, por serem cidadãos de um mesmo local.

Dessa forma, ela vai revelando a cultura e os costumes locais. Uma delícia! Alguns poucos personagens se repetem em mais de um Conto, como o padre Franz, alemão com uma veia esquerdista que caiu de paraquedas em Farinhada e o Coronel, dono de todas as terras e representante da direita e do capital.

Sim, sutilmente, os Contos trazem uma pegada sócio-política, mas nada muito gritante. E outra coisa é que se a autora quisesse, poderia costurar um romance a partir dos Contos, mas enfim... Uma delícia esse livro. Eu amei! E o indico fortemente.
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July 05/10/2021

Vasto mundo
Histórias sobre o Nordeste sempre me encantam, e não podia ser diferente, sou Nordestina e "quanto mais sou Nordestina, mais tenho orgulho de ser" (Braúlio Bessa).

Vasto mundo conta história individuais e ao mesmo tempo coletiva do povo de Farinhada, local fictício no Nordeste brasileiro. Tem de tudo um pouco, histórias com personagens dramáticos, alegres, misteriosos, mentirosos, religiosos, esperançosos...
Vale a pena conferir, super indico.
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Thiago Barbosa Santos 03/01/2018

Uma imensidão de romance
Ultimamente, tenho lido muito a obra de Maria Valéria Rezende. Identifiquei-me bastante com o texto da escritora paulista radicada na Paraíba. Tanto que foi dela o meu segundo livro lido em 2018.

Vasto Mundo é um livro de escrita leve, envolvente e traz gostosas histórias, muitas delas puxando para o realismo fantástico sobre um povoado fictício do Nordeste brasileiro, de nome Farinhada.

Cada capítulo é a história de um morador do lugarejo, e as histórias se cruzam em determinados pontos, uma estrutura bastante interessante. É como se cada capítulo fosse um conto sobre Farinhada e sua gente. Nas histórias temos muitos elementos cômicos, trágicos, absurdos e que trazem críticas também sobre a hipocrisia geralmente encontrada em cidadezinhas como Farinhada. É uma leitura extremamente agradável.
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bela 17/04/2023

Queria ter gostado mais
Os contos se passam em Farinhada, um lugar pequeno e fictício no interior da Paraíba. Os personagens são os moradores dessa terra, e são figurinhas já conhecidas por quem conhece ou vive em regiões assim, como eu. Por exemplo, tem o padre, o capataz do "dono" da região, a moça que espera o casamento perfeito, etc. Muitas pessoas humildes, com pouco ou nenhum letramento, mas a maioria com o coração enorme. O narrador é o chão do lugar, e ele fala das lutas, amores e desventuras dessas pessoas. Em alguns momentos, senti um aconchego na leitura por ver retratadas tantas coisas que eu já vivi, mas em outros momentos, senti o desgosto de uma narrativa crua, seca e pesada, tão real também.
Gostei muito mais de "40 dias", que é um dos meus livros favoritos, pensei que gostaria mais desse. Enfim, apesar da identificação pessoal com as histórias, não me apaixonei.
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Fabiana.Amorim 21/03/2019

É para ler numa rede...
Maria Valéria é uma escrevinhadora de mão cheia. Comecei a ler meio ressacada do último livro lido, mas o povo pitoresco de Farinhada foi conquistando o meu coração.
O padre beberrão, as moçoilas casadoiras, os figurões da cidade, os figurinhas.... São contos independentes mas que se interligam posto que se passam no mesmo fim de mundo. .
Alguns personagens vão e voltam na malemolência da vida que se passa numa cidadezinha do interior. São tipos prosaicos que se tornam engraçados em sua vidinha simples e pacata. .
O povo de Farinhada é que sabe viver. A gente só precisa do simples para ser feliz. Um prato quente de comida na hora que a fome aperta, uma cachacinha à mão e um amor pra chamar de seu.

A freira tem mesmo uma prosa gostosa de se ler, e quando me deparo com algo do tipo "os peitinhos da Gorete" é tão surpreendente vindo de uma religiosa que até parece que minha alma comete um sacrilégio só por ler. Que delícia de pecado.
Gostoso como um café com bolo ao pé de uma janela.
Deus abençoe a freirinha da mão santa!
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Morgana Gomes 04/02/2020

Sobre o vasto mundo
Terminei de ler Vasto Mundo e só lembrava do clássico Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Uma leitura que fluida e familiar, afinal, ela acontece na minha terra, minha Paraíba!

De tantos, eis um trecho marcante da obra quando relata a guerra de Maria Raimunda:

"Quando chegou à esquina da praça, onde fica o xadrez, já tinha para mais de trinta mulheres atrás dela, querendo saber o que é que Maria Raimunda inventara de fazer. Pois ela plantou-se bem em frente à cadeia e puxou um bendito, com a voz mais forte que tinha, lá do fundo da garganta, nada daquele canto maneirinho que padre Franz queria ensinar. A cantoria cresceu na mesma hora, mais trinta vozes, mais cinquenta, mais duzentas, ecoou nos terreiros, na fila do chafariz e do posto de saúde, nos tanques de lavar roupa e nas cozinhas, subiu para a casa-grande da fazenda e acabou com a sesta de Assis Tenório, meteu-se pela estrada de Itapagi, rebateu na torre da matriz e enfiou-se no gabinete do prefeito, seguiu para Guarabira, atravessou a casa do bispo, que nem estava lá, já estava na estação de rádio dizendo que não era certo ninguém oprimir os pobres, que Deus estava ouvindo aquela cantoria, enquanto a cantoria mesma seguiu para Mari e Sapé, dobrou no Café do Vento e estrondou em João Pessoa, bem na praça principal, acordou os deputados que cochilavam no plenário, cobriu as sentenças dos juízes no fórum, feriu o ouvido do governador, espalhou-se por toda parte crescendo sempre com as vozes de todas as mulheres que já sentiram uma injustiça nessa vida, não se calou quando a noite chegou nem quando o dia clareou e por aí continuou por mais de uma semana."
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