Gustavo Rafhael 21/12/2021Uma autobiografia de Takashi Morita, um dos sobreviventes do ataque com a bomba atômica em Hiroshima.
O livro é bem breve e, lógico, foca na vida de Takashi. Pra quem espera um história mais profunda sobre 2ª guerra mundial, esse não é o livro. Aqui podemos acompanhar toda a trajetória do autor, desde a sua infância, passando pela breve carreira militar e chegando a sua vinda e instalação no Brasil.
Algo que me chocou foi saber que nos EUA haviam campos de concentração para onde eram levados os japoneses que viviam em solo americano, é claro que não eram nos mesmos moldes dos campos nazista, mas não deixam de serem campos de concentração.
O relato do momento em que a bomba foi acionada e as cenas que o autor narra na sequência são horríveis, é até difícil de acreditar que algo assim aconteceu.
Foram aproximadamente 140 mil pessoas, 80 mil só no momento da detonação da bomba. E uma cidade inteira praticamente destruída. Tudo isso para que os EUA pudessem testar sua nova arma de guerra com a desculpa de que só assim colocariam fim no conflito.
Pelo relato do autor percebemos que foi tudo premeditado, que pouparam as cidades com o intuito de preserva-las para poderem medir os efeitos da bomba atômica.
Outro ponto importante é a devoção que o povo japonês tinha para com o imperador, que pra eles era um deus. E por isso tinham plena convicção de que sairiam vencedores da guerra.
Tanto que quando o imperador fez o pronunciamento dizendo que o Japão havia se rendido muitos ainda saiam as ruas dizendo que era mentira, que o Japão seria vencedor.
Além das histórias, o livro contem também algumas fotografias do arquivo pessoal do autor.