Tarântula

Tarântula Bob Dylan




Resenhas - /////


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pitypooralfie 19/11/2023

aqui jaz bob dylan
assassinado
por trás
por trêmula carne
que após ser recusada por Lázaro
pulou nele
por solidão
mas ficou atônita ao descobrir
que ele já era
um bonde &
esse foi exatamente o fim
de bob dylan

agora ele jaz no salão
de beleza da Sra. Realmente
Deus receba sua alma
& sua grosseria

dois irmãos
& um filhinho da mamãe pelado
que parece Jesus Cristo
agora podem partilhar os restos
de sua doença
& seus números de telefone

não há força
para doar -
todo mundo agora
pode receber de volta

aqui jaz bob dylan
demolido pela polidez vienense -
que agora afirmará tê-lo inventado
os bacanas agora podem
escrever Fugas sobre ele
& Cupido agora pode chutar sua lâmpada de querosene -
garoto dylan - morto por um Édipo rejeitado
que se
virou
para investigar um fantasma
& descobriu que
também o fantasma
era mais de uma pessoa


que livro... diferente. ler tarântula é uma experiência um tanto estranha, psicodélica, talvez um pouco esotérica... curti um pouco as brisas, mas confesso que me senti meio confusa em alguns momentos. em todo caso, ler/escutar dylan é bom demais.
Vinícius Tyrone 21/11/2023minha estante
Como eu amo o Dylan, e como eu amo esse jeito dele de fazer o que quer, inclusive um livro que não faz sentido nenhum. O maior que a música já teve.


pitypooralfie 21/11/2023minha estante
eu fico completamente encantada. estou lendo as letras aos pouquinhos e me deliciando


Vinícius Tyrone 22/11/2023minha estante
Bob Dylan é poesia pura. Se delicie mesmo, porque nunca existiu e nunca mais irá existir um artista como ele. Pra mim, um dos maiores escritores que esse mundo já teve.




Higor 10/04/2017

Sobre uma literatura indiferente aos padrões (de um autor idem...)
Como se não bastasse a polêmica envolvendo a escolha de Dylan para o Nobel, o que suscitou novamente perguntas sobre o conceito de literatura, (sem falar do seu aparente desdém em recebê-lo), o leitor se viu obrigado a se contentar, além dos mais de 30 álbuns, com uma autobiografia incompleta e um livro que ninguém consegue definir com exatidão.

'Tarântula' foi definido pelo próprio autor como "tudo aquilo que não consigo cantar ou que é grande demais para ser um poema". 'Desolation Row', música incrível dele, tem 120 versos em 12 estrofes, o que contradiz um tanto a justificativa, mas tudo bem. O consolo é que, assim como frisado na capa, 'Tarântula' é de ficção, o único do Dylan; o frustrante é que a escrita é uma das mais complicadas de se encarar, o que certamente vai causar raiva em muito leitor – e a ira de quem não concorda com o seu Nobel.

Sendo assim, 'Tarântula' mais parece uma coletânea de microcontos com temas aleatórios; ou fragmentos de uma história com um contexto político com ares de uma monarquia em ruínas ou um socialismo ferrenho e opressor; e como complemento a cada término de capítulo, ainda há cartas endereçadas as mais bizarras pessoas possíveis e seus feitos igualmente desconcertantes. Sim, caro leitor, não há uma linearidade, um personagem principal ou um tema a ser apresentado em todo o livro. O fluxo é atemporal, esférico, estático, como se o ambiente fosse desprovido de qualquer aparência natural, e os personagens convivessem em uma bolha.

Mesmo com características que tracem 'Tarântula' como um livro ruim, ele não é. Quem escutou algumas músicas de Dylan, certamente vai perceber que alguns textos têm traços convincentes de simples composições descartadas, e que seriam boas canções em algum álbum.

Há ainda textos satíricos bem pontuados, com críticas fortes a tantos assuntos, desde ao socialismo, passando por temas atuais e corriqueiros (racismo, abuso de poder), que o leitor, embora não entenda o propósito do livro de maneira geral o ou encare com bons olhos, vai dar um sorriso de lado e entender alguns dos fragmentos, até porque, mesmo propositadamente confuso, o texto flui e não cansa o leitor de desafiar a escuridão da narrativa.

Embora psicodélico e atemporal, eu li antes 'Crônicas' e 'A balada de Bob Dylan', (uma ótima biografia), o que me ajudou a tentar entender a mente e contexto pessoal e histórico de Dylan dos anos 1965 e 66, período em que os textos foram escritos. O próprio Dylan afirma que o que produzira na época 'mais parecia vômito' e que 'estava cansado e cogitando parar de cantar'. Uma das mais célebres canções dele, 'Like a Rolling Stones', surgiu de 20 páginas de versos escritas no período. Seriam páginas do que hoje é 'Tarântula'?

Embora bom, o livro não é para todos, e leitores insatisfeitos com a Academia Sueca vão encontrar mais motivos para reclamar da escolha do cantor. De qualquer forma, Dylan foi laureado pelas composições, então, de qualquer, este livro não se torna, necessariamente, alvo de avaliação.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
Alexandre Silveira 10/04/2017minha estante
Hahhaahahha. Sua resenha me fez pensar duas vezes antes de comprar esse livro ^^.




douglaseralldo 02/04/2017

10 Considerações sobre Tarântula, de Bob Dylan ou cuide-se com artrópodes
1 - Emblemático talvez seja uma boa definição para este estranhíssimo Tarântula, de Bob Dylan. A obra publicada nos anos 70 só depois de se disseminar por cópias ilegais teve sua publicação oficial não pertence a nenhuma das caixas habituais que se tende a classificar as ficções e reúne em seu miolo uma prosa fragmentada e enigmática compartilhada com versos líricos que poderíamos aproximar da poesia modernista aqui do Brasil;

2 - Adormecido por décadas, agora após a escolha de Dylan como Nobel de Literatura, obviamente os olhos voltam-se a ele, especialmente às suas palavras, com isso Tarântula é republicado pela Tusquets e nos apresenta e nos joga a um tempo turbulento em que a ânsia de protestar, de falar e também de apontar as coisas estão presentes neste livro de Dylan;

3 - É, contudo, uma destas obras desafiadoras porque as estruturas caóticas e o fluxo livre das palavras exigem de seus leitores mais do que atenção, mas sim inúmeros retornos aos seu fragmentos que ao fim não deixam de ser um retrato de um espaço e de uma época que de certo modo refletem as angústias do autor;

*Resenha completa no blog

site: http://www.listasliterarias.com/2017/04/10-consideracoes-sobre-tarantula-de-bob.html
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Camila Faria 23/08/2017

Tarântula não é necessariamente um livro, é uma espécie de extensão do trabalho de Bob Dylan, um volume de difícil definição e que, provavelmente você vai: gostar, caso esteja tenha simpatia e admiração pelo universo artístico do autor/compositor – ou achar estranhíssimo, caso contrário. Com uma estrutura irregular, que alterna prosa poética e poemas em verso, a coleção de textos é pura vanguarda. Escrito na primeira metade dos anos 60 e editado pela primeira vez em 1971 (depois de muitas cópias piratas circularem nos EUA), o livro possui um teor profundamente crítico e subversivo, amarrado numa narrativa intrincada e, definitivamente, desafiadora. Recomendo dar uma folheada antes de comprar ~ para não se decepcionar e acabar engrossando o coro dos que não aprovaram o seu Prêmio Nobel de Literatura em 2016. ;)

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-17/
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Gabriel.Tesser 12/10/2019

Considere não ler esse livro. Sério; nada a acrescentar. Muitas ideias, da psicodelia de uma mente maravilhosa; um universo vastamente complexo, recheado de palavras e pensamentos aleatórios. Foi como ele escreveu esse livro: uma caralhada de coisas aleatórias sem um contexto; ou de vários contextos.
A leitura é insípida tal qual lamber sabão. Fica um gosto básico na boca, pouco agradável, talvez porque estivesse usando da forma errada. Não há enredo, trama ou moral da história aparente, apenas uma verborragia psicodélica, realmente muito drogada, ou genérica demais para ser repetida por outro autor. O lançamento dessa obra foi inovadora? Talvez na forma de como foi escrita, de um idealismo poético vindo de uma lenda viva (já era lenda em 1966).
Textos como:
?a farta pança cheia de dedos & Linda Lee / aparente beleza / transtornada, deu um abraço fulminante & na casa percebida, recebida de desprezo & sem ideia, doutor, sem ideia de um fluxo & o barulho ascendente & pega sem aviso & seu dia difícil quase incansável & etc etc.?

O trecho não é de Dylan; prepotência minha em escrever algo semelhante, no seu estilo de fluxo solto e sem compromisso com começo, meio e fim. Dificilmente algo para ser lembrado. Suspeito estar enganado, mas vá lá!
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Sailorluquinhas 18/10/2020

Entendi nada, mas ao mesmo tempo entendi. Não sei tô confuso.
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Praxedes 20/11/2020

Sentindo a falta de sentido
O que eu posso falar desta obra incrível? Eu amei e odiei ao mesmo tempo. Odiei pois muitas das situações eram indiferentes para mim. Mas amei pela experiência única que é, amei pelas críticas, pela subjetividade ou objetividade. Bob Dylan deixou um universo tão aberto e. ao mesmo. tempo tão fechado.

Ao desenvolver a leitura da obra, você fica se perguntando: "O quê ele quer dizer?", você não obtinha respostas aparentes, isso deveria ser uma busca anterior, ou poderíamos simplesmente ignorar tudo, todas as palavra e frase sem pé nem cabeça e seguir nossas vidas normalmente.

Provavelmente, quem conhecer as canções do Dylan saberão algumas dicas de certas letras, uma coisa que passou despercebida por mim, já que não sou ouvinte assíduo do artista. Indico esse livro para os que se sentem vazios, para os que querem passar o tempo, para os que querem saborear um mundo muito obscuro e irônico. Indico esse livro para as almas solitárias e sem esperanças.

site: https://www.instagram.com/let.tura/?hl=pt-br
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Werner 07/06/2021

Um leitura um tanto diferente
É de fato um amontoado de anotações sem muito nexo, textos sem muito sentido, talvez uma referência aqui ou outra ali a respeito de suas músicas. Não deveria ter um peso e nem ser comercializado um obra assim, mas aí estamos falando de Bob Dylan e emergir no seu processo de criação tem um brilho interessante, por mais que não entendemos muito bem o que esteja acontecendo.
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Germana 11/01/2022

"Seu amante aleijado Benjamin tartaruga"
Intenso

Ter medo de algo que vc não entende. Pra mim esse livro é sobre isso.
Com críticas a sociedade e a época em questão, Bob Dylan te provoca (acho q nem foi planejado) com a apresentação de coisas EXTREMAMENTE novas.
Não sei se vou encontrar qualquer coisa q se possa comparar a esse livro.

Confesso que fiquei angustiada em MUITOS momentos por não ser um texto claro ou compreensível até que ele aparecia novamente com a ideia da incerteza.

Sigo presa nas suas ideias.
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camyle 26/05/2022

"eu me recuso a ser parte de uma morte tão rasa."
esse livro é uma bela confusão. não vou mentir, me senti burra em boa parte da leitura por não conseguir entender grande parte do livro. mas durante a leitura cheguei à conclusão que nem toda arte é para fazer sentido. sinto que o que tornou tudo mais complicado para mim é a quantidade de referências que eu desconheço.

bob dylan é um artista completo. esse livro é puro caos. é a mente de bob dylan. não é para ser entendida 100%, é para ser sentida, refletida. é uma experiência.

mas justamente por isso se tornou uma leitura muito complicada e demorei muito tempo para finalizar. espero reler após alguns anos e tirar outras conclusões. talvez com mais conhecimentos e outras vivências eu consiga gostar mais.

meu texto favorito foi: "blues subterrâneo da saudade & a valsa loura". para finalizar, deixo aqui um trecho do texto "cílios postiços na transmissão de maria":

"se você for pensar, não pense em por que as pessoas não amam umas às outras - pense em por que não amam a si mesmas - talvez aí, você comece a amá-las."
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sohisolo 29/09/2022

A imaginação infindável de Dylan
Medir o quão longe pode chegar a mente de Robert Zimmermann, ou Bob Dylan, é uma tarefa das quase impossíveis. O compositor octagenário foi capaz em "Tarântula" de tornar palpável sua liberdade criativa que costumamos a absorver em tantas décadas com sua voz e violão.

Com uma dinâmica que lembra a canção "Subterranean Homesick Blues", e que inclusive foi inspiração para uma das prosas, o escritor construiu uma obra que dispensa a necessidade de uma ambientação e contextualização para o leitor, optando por focar no abstrato e deixando sob responsabilidade do leitor a compreensão e interpretação.

A estrutura linguística permite um trânsito entre personagens e ambientes de forma dinâmica, numa forma pouco comum, diria.
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joaoggur 18/01/2023

Prosa poética.
Em 2016, uma grande polêmica abateu-se sobre o meu mundo, e acredito que seja o mesmo de todos que leem essa resenha: o mundo da literatura dividiu-se. Ao ser revelado o novo vencedor do grandíssimo prêmio Nobel de Literatura, todos se chocaram com o fato de Bob Dylan, o compositor estadunidense, ter vencido o prêmio. Isso criou um alarde imenso pelo mundo. Canções são literatura?

Porém engana-se quem acha que Dylan nunca escrevera um livro: sendo publicado oficialmente em 1971, ?Tarântula? é uma obra enigmática, psicodélica e poética. Nesses escritos, o autor mescla cenas (muito!) confusas com pensamentos próprios, o que da toda uma magia a leitura.

Pode-se dizer que o livro é completamente poético. Mesmo sendo vendido como uma ?ficção?, eu julgaria que a melhor denominação (se isso realmente pode existir: é tão estilizada que é realmente difícil de descrever) seria uma ?prosa poética?. Sobre o conteúdo: o que Dylan quis dizer com tudo aquilo? Eu não faço a mínima ideia. Alguns trechos eu entendi (os mais astutos ouvintes do cantor conseguem fisgar elementos de suas composições nestes escritos), mas admito que na maioria dos casos não faço ideia sobre o que estava escrito.

A mente de Bob Dylan é bem complicada de entender. Para fãs do autor, eu recomendo bastante a leitura (e até a releitura! Eu provavelmente irei reler).
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souvIaki 27/04/2023

Nem um romance, nem letras de música, nem poesias, muito menos contos. tarântula é o que é; e a sua fama nos anos 1970 faz muito mais sentido se você parar pra pensar que quase todo mundo tava com droga enfiado em todo buraco do corpo nessa época. não chega a ser datado, você só precisa tá bem doidão pra entender a maioria do que tá escrito aqui.
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Eder 30/04/2023

Devaneios de Dylan
Bob Dylan registrou aqui textos tão inesperados quanto for possível; De certa forma, poéticos, e ao mesmo tempo bagunçados, devaneios que poucas pessoas podem interpretar, certamente influenciados pelo uso de drogas. Compreender tudo que está escrito aqui é quase impossível, todavia me diverti com esses pensamentos jogados no papel; É bom conhecer mais sobre este grande músico e poeta, pois sou um avido fã de seus trabalhos. Para minha pessoa foi uma leitura válida, contudo entendo que para boa parte das pessoas isso aqui seja apenas uma grande perda de tempo.
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Vinícius Tyrone 28/07/2023

Dylan e seus dilemas
Na minha opinião, Bob Dylan é um dos maiores escritores e poetas da história. Ninguém soube escrever música como Dylan. Mas e livro? E ficção? Provavelmente ninguém também escreveu como ele, mas será que alguém conseguiu entender o que ele quis escrever? Completamente nonsense e surreal, com uma pitada forte de realidade. Um livro fácil de ler mas de extrema dificuldade de entender.
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