Wania Cris 13/08/2022Era melhor ter ido ver o filme do Pelé...Antes de mais nada e em minha defesa, alego que fui obrigada.
A fim de atender tema de desafio literário fiz a escolha por esse título, um dos preferidos de uma amiga (preciso conversar com ela...). O livro se propõe a ser uma obra erótica, porém, com conteúdo além. Eu cri e me fodi...
O livro conta a estória de Isabel, uma jovem filha de pastores de uma igreja tradicional (e não pentecostal como diz a autora) que, em virtude da rebeldia da irmã do meio é tratada à rédea curta pelos pais que agilizam seu casamento para os primeiros momentos de seus dezoito anos. Isabel se esforça para ser obediente e temente à Deus e seus pais, mas não consegue ignorar toda infelicidade que toma conta de sua vida. Daí aparece o clichê que, na obra, atende pelo nome de Enrico, mas, já foi chamado de Christian Grey, Gildean Cross e tantos outros, o cara bonito, bem sucedido e bom de cama. Obviamente ambos se envolve e tal...
É totalmente previsível a forma como a trama se desenrola, não há nem o que comentar nesse sentido. O livro me incomodou por diversos motivos em diversos ponto da leitura. Primeiro de tudo foi a falta de credibilidade dos diálogos em todos os núcleos, tanto os dos crentes, quanto o dos amigos do futebol, do local de trabalho... acho que o mais realista foi o travado entre Isabel e sua irmã Rebeca e os piores, certamente os do núcleo evangélico onde nem as citações bíblicas são retratadas com verossimilhança. De resto, dezenas de clichês, lugares comuns, contaminações estrangeiras (como na parte em que Isabel trata Enrico por Senhor Villa. Desde quando chamamos as pessoas no Brasil pelo sobrenome como é feito nos Estados Unidos?) palavras chulas sem motivo que as justifique e muita sexualização, inclusive numa fala infantil.
Isabel é cansativa, Enrico é imaturo, Isaque, assim como o núcleo evangélico, é mal construído.
Sobre a autora, é permitido dizer que tem talento para a escrita, porém, necessita de refino, de abandonar pequenos vícios e dar mais valor às pesquisas sobre os temas a serem retratados. Outra necessidade é a de inserir tramas paralelas nas obras. 384 páginas de isso é pecado, isso é bom, tô triste, tô feliz, quero, não quero, é muito maçante.
Sei que o fato de não gostar do gênero pode influenciar minha opinião, mas, não a determina. Fui pra leitura com a mente muito, muito aberta...deveria ter ido ver o filme do Pelé...