Edson Lopes 02/03/2017
Resenha | Interator - Quando game e realidade se confundem, de Alexandre A. de Oliveira | Editora Jaguatirica
(Recomendo ler a Sinopse) Este é um livro que me deixou instigado em saber da história que o mesmo contava. Marcelo é um adolescente chegando na fase adulta, e que têm vários problemas em sua volta. Ele pode ser um ótimo expert em computação, mas os problemas que o rondam são maiores e o distraem da sua vida pessoal, e acadêmica. Financeiramente a sua família não é estável, mas mesmo assim ele estuda no colégio mais caro da região. Sofre bullying, e se sente deslocado, pois a condição das outras pessoas faz com que não seja fácil sua entrada num grupo de amizade, pois os assuntos são diferentes.
Marcelo tem um único bom amigo na escola, Carlos, com quem conversa bastante. Depois de Carlos contar sobre evento da Assertiva, empresa responsável pelo game de interatividade absoluta, Marcelo fica focado em conseguir passar por este teste, que seria entrar no sistema de segurança da empresa, e ganhar o prêmio de cento e vinte mil reais, podendo assim ajudar sua mãe, ou usar para pagar a experiência beta do game que está prestes a ser lançado.
O livro trás à tona várias questões sociais, como por exemplo o uso excessivo da tecnologia, podendo trazer vantagens e desvantagens para os seus consumidores. Mostrar isso no livro, nos deixa de olhos abertos para a época que vivemos, com tanta tecnologia em nossa volta. Os problemas pessoais de Marcelo como não ter a presença do pai, ser financeiramente instável, e sofrer bullying deixa o personagem profundo, com pensamentos extremamente reais, mas, em questão dos outros personagens, suas personalidades para mim foram rasas.
Acredito que a única coisa que me deixou dar uma nota de 3 de 5, foi que em algumas partes os personagens parecem esquecer os diálogos anteriores, e mudam repentinamente de opinião. E tento Marcelo, um personagem muito bem trabalhado no meio dos outros, deixa alguns diálogos flutuando entre as linhas. Porém eu adorei como o autor usou meios técnicos para demonstrar o Mentor. Penso que foi uma grande pesquisa que o fez criar o Mentor.
O livro é bom, o enredo também é, com alguns nuances, mas que não interferem tanto para a história final. Pessoas mais entusiasmadas com tecnologia e games, poderão gostar mais ainda deste livro, que mostra como é muito bem estudado. A leitura é rápida, as páginas do livro são de um tom amarelado, assim não cansa tanto a vista, e a fonte não deixou a desejar. Foi uma ótima experiência ler este livro, e ver um pouco mais da ficção brasileira que eu tinha pouco explorado.
site: http://www.totalmentejovem.com/2017/03/resenha-interator-quando-game-e.html