Quelé, A Voz da Cor

Quelé, A Voz da Cor Felipe Castro...




Resenhas -


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Si_Mone 28/04/2021

Achei que estava lendo um TCC
A prosa é ruim. O livro tem muita informação desnecessária, como sobre as mudanças na legislação trabalhista, o que poderia ser apenas uma nota de rodapé e acabou virando páginas e mais páginas. Os autores esqueceram de mudar a linguagem do TCC para uma biografia.
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Lucas Ed. 03/01/2020

Uma biografia radicalmente indigna dessa rainha do samba
Contar a história de Clementina de Jesus, esse monumento da música popular brasileira, é evidentemente muito importante - foi com essa expectativa que descobri a existência desse livro. A primeira vista, seu tamanho robusto dá a entender que saberemos tudo e um pouco mais sobre essa diva que foi Quelé, e à medida que vamos lendo, fica claro que os autores conseguiram reunir um volume considerável de fontes e referências mas... escrever vai um pouco além de apenas reunir material.
"Quelé, a voz da cor" é um livro confuso, cheio de idas e vindas no tempo, e no pior de suas qualidades, extremamente superficial (a sensação é de que estamos sempre "começando" o livro, até terminá-lo). Os jovens autores (e talvez seja isso um fruto de sua juventude) por exemplo, desconhecem completamente as condições de vida (e existência) do negro brasileiro no início do século XX, conhecimento fundamental para entender muitos aspectos da vida de Clementina (por exemplo, por que uma mulher que se declarava católica devota cantava pontos de religiões afrobrasileiras sem nenhum constrangimento?). O texto é acrítico, levanta questões sobre as quais não vai se posicionar ou sequer responder (por exemplo, à página 243 é dito que, após a morte de Pé Grande, Clementina e Hermínio Bello de Carvalho se distanciaram, que a relação entre os dois "esfriava, por conta, talvez, do protecionismo da família de Quelé." e sobre isso não haverá outros comentários. Que protecionismo é esse? Do que a família esperava proteger Clementina colocando-a aos cuidados do neto Bira, que nem a maioridade tinha alcançado?
Isso sem contar os descuidos. A título de exemplo, cabe citar três erros que me lembro mais imediatamente: à pág. 192 o AI-5 é chamado de "Ato INCONSTITUCIONAL nº5"; à página 231, uma citação de Paulo César Pinheiro sobre um leve entreveiro entre Clementina e Carlos Cachaça é referenciada como exemplo da "amizade do dois" músicos (mas o relato fala justamente de uma briga!); segundo a página 240, Albino Pé Grande morreu em 1967, o mesmo ano em que Clementina gravou seu depoimento no MIS (na verdade, ele morreu dez anos depois, em 1977).
Enfim, "Quelé, a voz da cor" tinha um potencial absurdo, por biografar uma verdadeira entidade do nosso samba. Infelizmente, esbarrou na inexperiência, excessiva falta de crítica e cuidado.
Quelé merece mais.
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