Os Maias

Os Maias Eça de Queiroz




Resenhas - Os Maias


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Antony.Trindade 01/06/2020

Eu simplesmente devorei essa obra!
Como estava com tempo livre, li em pouquíssimos dias. E entrou na minha lista de um dos melhores já lidos.
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Raquel 24/05/2020

Os Maias
Os Maias é um clássico da literatura portuguesa e conta a história de uma família abastada que se envolveu em alguns escândalos. A leitura não é fácil, nas mais de 800 páginas Eça de Queiroz retrata a burguesia da época que se divertia em clubes, jogos e fofocas. O sentimento que eu tive é que o autor desfaz o clímax. Você tem uma cena própria para que os personagens se exaltem e encarem sua trama, mas o personagem desvia, prolonga a situação, tentando não aceitá-la. Fica a sensação de trama desperdiçada. Uma pena, o clímax é digno de uma explosão de sentimentos.
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Aline 18/04/2020

Honestamente...
O que faltava pra esse povo era ocupação gente. Vai arrumar um emprego, eu hein?!
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arlete.augusto.1 11/02/2020

Grande clássico
Os Maias é por muitos considerado a obra-prima de Eça de Queirós, publicado em 1888. A escrita é primorosa, conseguindo nos transportar para a Lisboa da época com seus modismos à inglesa, seu nobre diletantismo.
Na minha humilde opinião, as páginas iniciais são fundamentais para dar as bases da estória, depois temos umas 200 páginas em que basicamente nada acontece, o autor se atem mais à crítica social e política do que à estória em si e temos que nos esforçar para seguir com a leitura, muitas vezes difícil pelos termos de época usados. O grande romance, o grande drama nos prende lá pelo meio do livro e aí, sim, Éça nos mostra o grande poder de tecer um drama realmente original, poderoso e surpreendente, onde as mãos do destino mostram-se cruéis. Poderia tranquilamente ter umas 400 páginas em vez das 750 da minha edição, mas vale a perseverança para ler até o final esse clássico da literatura portuguesa.
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Fabi 12/01/2020

Os Maias estão na "boca de Matilde".
"Sabe Deus porque escolheram justamente o nome Matilde para simbolizar as fofoqueiras. Coitadas das matildes que vivem neste mundo, que injustiça! Mas o certo é que, “cair em boca de matilde”, desde os tempos dos nossos tataravós é sinônimo de estar literalmente na boca do povo". Fonte: Mar de Histórias

Leitor: O livro é bom?
Fabi: É. Mas é preciso um pouco de paciência e força de vontade para a leitura.
Leitor: Por que?
Fabi: Porque estamos falando de um romance que trata de Portugal no fim de 1800s, cujas roupas, comportamentos, pensamentos e linguajar eram outros.
Leitor: Ai, você está dizendo que o Eça escreve difícil e que eu não vou entender? Tá me chamando de burro/a?
Fabi: Não estou te chamando de nada. E vamos parar com essa palhaçada, tá? Quantas vezes abandonamos obras porque a escrita do autor era muito arcaica ou muito moderna e não estávamos entendendo nada? Ah, fala sério.

E é verdade jovem, o Eça escreve refletindo a época dele. Então, aproveite a oportunidade (como eu) para expandir seu vocabulário. Essa edição da Zahar é bem boa e tem várias notas de rodapé super explicativas.
Mas, vamos ao livro?

Os Maias conta a história da família Maia durante 3 gerações: Afonso (avô), Pedro (pai) e Carlos (filho). Eu diria que o livro tem basicamente 2 partes: Afonso e Pedro e Afonso e Carlos.
Contextualizando a época, a história se passa em Portugal ao final de 1800s e tem como pano de fundo a sociedade aristocrática que foi abandonada pela família real e "odeia" com todas as forças o Brasil (e os Brasileiros).
Perae, mas cadê a emoçar desse livro? Bom jovem só nas primeiras 80 páginas já tem de tudo. TUDO MESMO. Tem sacanagem, tem adultério, tem bebedeira, tem rebeldia, tem fuga e tem morte. Isso mesmo, nas primeiras 80 páginas. Eça safadeeeeeeeenho. u.u

Depois disso, você automaticamente ganha um título de nobreza e passa a frequentar os saraus, bailes, jantares, corridas de cavalo e quaisquer outros eventos desta natureza, a qual a sociedade lusitana tanto amava. E você vai enchendo um pouco o saco daquilo. Eu que o diga, meus bailes e saraus eram salvos pelo João da Ega (que dizem ser o alter ego do Eça). Que personagem hilariante!
E, quando se tem tantas festividades e nada pra fazer além disso, era fato a fofoca correr solta. Era um tal de fulano/a ser amante de beltrano/a, que todo aquele véu de puritanismo que os antigos contavam foi por terra. E com as desconfianças/ descobertas, vinham as ameaças de duelo, bengaladas e xingamentos (eu aprendi váaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarios pra usar no dia a dia. Muito chique.).

Eis que aparece Maria Eduarda. Essa personagem faz revirar os olhinhos de Carlos de paixão (epa, isso é spoiler?). E aí gente, é ladeira abaixo. Eu virei testemunha ocular desses dois, além do Ega. Estávamos condenados por esta história. Eu fiquei torcendo os bordados (u.u) e me abanando com o leque de seda (u.u'') várias vezes tamanha empolgação. Até senti vontade de voltar aos bailes e as corridas de cavalo.

Mas tudo que é bom dura pouco e é bom que estejam preparados para o que vem nas últimas 100 páginas eu diria. Eu não vou dizer o que acontece (lógico), mas é que deixar o coração em frangalhos e o cérebro estupefacto. u.u
Só fiquei me perguntando como as pessoas receberam essa obra naquela época.

Enfim, jovens percam o medo e deem o braço para este belo passeio por Portugal e sua gente. Não irão se arrepender.


site: https://mardehistorias.wordpress.com/2009/03/21/nao-quero-meu-nome-em-boca-de-matilde/
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Cleuzita 28/12/2019

Que prazer ler essa grande obra.
"Nada desejar e nada recear...Não se abandonar a uma esperança - nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves. E, nesta placidez, deixar esse pedaço de matéria organizada, que se chama o EU, ir-se deteriorando e decompondo até reentrar e se perder no infinito Universo... Sobretudo não ter apetites. E, mais que tudo, não ter contrariedades."
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jota 15/12/2019

Décadence avec élégance e muito tédio

Imagino que Os Maias, considerada por muitos críticos lusitanos a obra-prima de Eça de Queirós (1845-1900), um dos marcos da cultura portuguesa, seja motivo de profundo interesse e de muito estudo por especialistas portugueses de literatura. E para os leitores comuns, como seria a relação deles com o livro?

Para aqueles que já haviam lido e apreciado bastante O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, A Relíquia etc., não deve ter sido lá muito fácil atravessar os enormes capítulos de Os Maias. Que são repletos de diálogos e discussões intermináveis, descrições infindáveis de ambientes, roupas, objetos, tantas coisas mais. Assim, acompanhar a tediosa vida de Carlos de Maia, sua turma e seus amores por quase seiscentas páginas me pareceu grande parte do tempo mais um fardo do que um legítimo prazer.

É que Eça se preocupou demais em retratar com profundidade a burguesia (decadente) de Portugal, da Lisboa de seu tempo, em seus vários aspectos e se os capítulos iniciais prometiam alguma ação ela parece completamente dissolvida nos capítulos seguintes, somente retornando com algum alvoroço lá pelos capítulos finais (que continuaram imensos), quando importantes revelações são feitas. Há um grande segredo envolvendo os personagens centrais e queremos saber como tudo terminará, certo?

Mas até lá temos de acompanhar os personagens da alta sociedade lisboeta, que mesmo usufruindo de grandes prazeres ali mesmo na cidade, desprezavam Portugal e tinham como referência de vida boa a capital francesa. Paris era a meta deles, que consideravam a melhor cidade do mundo então, a mais bela, culta e civilizada. Se não residiam lá, vários personagens viajavam constantemente para lá.

Disso tudo eu já sabia, porque esta é uma releitura: tinha achado o livro um tanto entediante da primeira vez, na adolescência, e queria desfazer essa impressão agora. Finda essa nova leitura devo confessar que continuo pensando que aquelas obras de Eça citadas acima tinham personagens e enredos mais interessantes do que Os Maias. E nem tomavam tanto tempo de leitura assim...

De um modo geral os personagens desta história repleta de adultérios parecem todos bastante fúteis e beberrões, pouco chegados ao trabalho e muito aos prazeres da cama e mesa, às bebidas, aos charutos... Certo, são personagens e eles podiam agir assim, mas talvez nem tudo o que foi narrado aqui sobre eles tenha sido simplesmente imaginado pelo autor; certamente vários deles apresentam traços de pessoas que Eça conheceu, com quem conviveu etc., daí a necessidade de retratá-los assim ou assado. Então, por diversas razões nem sempre se estabelece empatia entre personagens e leitores, a leitura fica difícil.

Bem, também parece verdade que se Eça fosse escrever sobre os pobres, os empregados dos Maias, vamos dizer, talvez pudesse faltar assunto para ele. Mas não para os leitores de hoje em dia. O que dizer de Carlos de Maia que, para esquecer seus (graves) problemas de relacionamento passa um ano e tanto viajando pelo mundo, visitando paisagens inesquecíveis, comendo e bebendo do bom e do melhor, se hospedando com luxo etc.? Como dizia Lobão, o cantor e compositor, “sua vida não tem muito sentido” e não faz muito sentido gastar tanto tempo lendo sobre gente assim.

Lido entre 28/11 e 14/12/2019. Minha avaliação da relação com a obra: 3,8.
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Mikhaella 27/11/2019

Retrato social
Nesta obra Eça de Queirós, passa por três gerações masculinas da família Maia. Mostra suas diferenças de personalidade e temperamento. Rico em detalhes, ele faz uso dessa estrutura para passear pela Lisboa do século 19. É possível perceber claramente que cada personagem é construída com um propósito, isto é, exemplificar as mais variadas figuras existentes na época.

Não se trata de uma leitura muito fácil, visto que o trabalho formal do livro é feito de forma muito peculiar, mas que vale imensamente a pena. É um mar de pensamentos e ideologias demonstradas por intermédio da configuração das personagens.
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Lucas 09/09/2019

Ficção rasa, contextualização inteligente: Quando o contexto da narrativa supera a sua ficção
José Maria de Eça de Queiroz (1845-1900) foi o grande precursor em Portugal da explosão do realismo europeu, iniciada a partir da década de 1850. Não só em função de idioma, mas principalmente por aspectos políticos e econômicos, toda a obra de Eça é muito popular no Brasil: durante boa parte da sua carreira, o Brasil estava sob o reino de Dom Pedro II, que durou de 1831 a 1889. Não raro é, inclusive, que se confunda, em meios menos eruditos e acadêmicos, a nacionalidade do autor devido a esta influência. Obras como O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878), A Relíquia (1887) e A Cidade e As Serras (póstumo, de 1901) são grandes símbolos disso.

Todavia, nenhuma obra de Eça de Queiroz se destaca mais em terras tupiniquins do que Os Maias (1888), representante máximo desse realismo mencionado, com um viés bem descritivo e com certos contornos romanceados. Em 2001, a obra foi inclusive adaptada pela Rede Globo, em uma minissérie estrelada por Fábio Assunção e Ana Paula Arósio (aliás, uma divagação pontual, mas aquele par de olhos azuis faz falta na mídia). Basicamente, Os Maias conta a história de três gerações de uma família da alta sociedade lisboeta da segunda metade do século XIX. Afonso da Maia é o patriarca, típico fidalgo com idade avançada, e a história se inicia com os preparativos na casa do Ramalhete, quase que um palácio da família que estava desocupado e que agora Afonso preparava para receber seu neto, Carlos Eduardo, então recém-formado médico.

É Carlos Eduardo quem toma as dores de protagonista da narrativa. Após esse prólogo com os preparativos para sua chegada, a história retrocede cronologicamente para contar a trajetória de Pedro, filho de Afonso e pai de Carlos. Sua jornada indica, logo de cara, a preocupação de Eça em ilustrar o distanciamento que existia entre classes superiores e inferiores da hierarquia social portuguesa. Não só entre classes diferentes, mas até mesmo dentro do que pode ser chamado "nobreza" havia muito preconceito com pessoas "de fora", cuja origem de suas riquezas poderia ser questionada (muito desse preconceito acaba se justificando antes mesmo do suceder dos fatos, todavia). Partindo dessa contextualização, a história se desenrola e, nesse desenrolar, percebem-se alguns fatores que trazem certo peso a leitura.

O peso nesse caso não é em termos explícitos: não há situações dramáticas, socos no estômago ou outras ocasiões perturbadoras, presentes em obras realistas. O que há é um marasmo, que cansa muito em vários momentos. Eça de Queiroz quis, de fato, representar as hipocrisias existentes na dita "alta sociedade" lisboeta e ele o faz, com louvor. Mas são tantos os saraus, festas, encontros entre amigos, entre outras futilidades que fazem com que o leitor menos paciente se questione sobre o que esses personagens principais faziam pra viver. Carlos Eduardo, por exemplo, era um médico, mas o seu ardor de ajudar os pobres e necessitados é bem raso, o que poderia trazer um pouco mais de grandeza a seu personagem. Aliás, é a ele que boa parte das ressalvas da narrativa está relacionada.

Carlos Eduardo da Maia é o protagonista, mas passa longe de ser um personagem vivo, com ideais superiores, que conduza a narrativa por meio de suas ações. Fica a impressão de que ele é um artefato incolor, alguém que mesmo quando exacerba suas paixões o faz com frieza... É raso e promíscuo em vários momentos. João da Ega, seu melhor amigo, é um personagem pintado com cores mais vivas, por exemplo, muito ativo, leal e que desempenha um papel essencial dentro da obra (especialmente em sua conclusão). Por outro lado, também passa essa impressão de "desocupado", mas que por ter essas características mais passionais, traz uma maior identificação ao leitor. É mais próximo de um perfil boêmio e um pouco caricato, ao passo que Carlos não passa a impressão nem de ser "malandro" (no sentido cômico), nem de ser um herói com coisas a ensinar. Maria Eduarda, a protagonista feminina, é desenvolvida de forma similar, como alguém "sem sal". É evidente que não é a quantidade personagens com algum viés bom ou mal que faz um livro ser ótimo, mas os seus componentes precisam ser desenvolvidos de uma forma que cative o leitor, seja criando elementos que ensinam ou até mesmo que causem repugnância a quem lê.

Contudo, nesses momentos de maior nulidade narrativa ocorrem algumas divagações bem pontuais e que precisam ser aqui assinaladas. A crítica, por exemplo, que muitos personagens secundários fazem à monarquia da época, a importância da literatura nesse contexto de "libertação", e, principalmente, a análise de Portugal como povo e país, geram debates interessantes. Considerando-se que a narrativa d'Os Maias se passa aproximadamente na época de sua publicação, onde ainda existia uma influência considerável de Portugal sobre o Brasil (mesmo com a Independência em 1822), torna-se interessante que o leitor brasileiro extraia dessas divagações muitas semelhanças entre o patriotismo português e o aqui existente até hoje, marcado por uma carga de pessimismo e pequenez.

Não só por isso, mas a narrativa traz pontos positivos por outros fatores. Um deles é uma inconstância, que faz com que o leitor pense que o grande cerne do livro é uma coisa no seu primeiro terço; depois (bem depois), surgem revelações que, aparentemente desconstroem o que se imaginava no início; por fim, a catarse da obra se revela em seu último quinto, similar ao que se acreditava lá no primeiro terço (pelo menos foi o que ocorreu ao autor da presente resenha). Estas voltas narrativas trazem uma sensação de expectativa, mas são incapazes de tornar Os Maias facilmente "devorável". Outro aspecto engrandecedor, este o principal, é o olhar narrativo sempre voltado para a hipocrisia, o adultério e as aparências. Nesse ponto, Eça de Queiroz já havia ilustrado sua capacidade de "cutucar" a alta sociedade no excelente O Primo Basílio (1878), que trata das diferenças de tratamento social dadas a um homem e a uma mulher envolvidas em traições. Aqui em Os Maias, a crítica é mais genérica, quando se expõe que adultério e cobiça são elementos normais dentro de uma sociedade que aparenta ser "superior", não somente em aspectos econômicos, como sociais e de formação.

A leitura de Os Maias vale, por isso, mais pelo seu aspecto de crítica, e não pela narrativa em si, que se revela problemática em entreter e cativar o leitor. Obviamente que trata-se de um clássico absoluto, de grande importância para a língua portuguesa e isso não pode ser questionado. Mas o que pode ser alertado é que se o futuro leitor espera um romance proibido, de intrigas da "corte", de escândalos e imprevisíveis reviravoltas, dificilmente ele encontrará isso na obra-prima de Eça de Queiroz. Ficará esse leitor, após a leitura, com a imagem de um livro eficiente em matéria de provocação social, mas com falhas bem latentes no que tange a ser uma opção dinâmica de entretenimento literário.
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bobbie 29/07/2019

Um clássico crítico.
Eça de Queirós buscou, em sua obra, não apenas retratar a sociedade portuguesa do século dezenove, onde nasceu, como também expor as mazelas, incongruências e hipocrisias dessa mesma sociedade de maneira realista. Em O Primo Basílio, por exemplo, vemos a questão do adultério. Aqui, em os Maias, Eça nos mostra as vicissitudes de uma sociedade que se apoia em seu próprio espólio a fim de levar a vida levianamente, numa sequência de jantares de alta sociedade, bebedeiras, encontros e adultérios. Outro assunto polêmico tratado neste romance é o incesto. E aqui abstenho-me de me aprofundar para evitar spoilers. A escrita do romance não foi rápida nem fácil, e isso se reflete na sua leitura, que não flui rapidamente. É necessário diligência e resiliência.
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pagina_liter 04/07/2019

Fora um dia de inverno suave e luminoso, as duas janelas estavam ainda abertas. Sobre o rio, no céu largo, a tarde morria, sem uma aragem, numa paz elísia, com nuvensinhas muito altas, paradas, tocadas de cor-de-rosa; as terras, os longes da outra banda já se iam afogando num vapor aveludado, do tom de violeta; a água jazia lisa e luzidia como uma bela chapa de aço novo; e aqui e além, pelo vasto ancoradouro, grossos navios de carga, longos paquetes estrangeiros (...)
Página 129

Dentre as dezenas de descrições que me deixaram deslumbrada, escolhi essa do Porto de Lisboa, por ser um dos locais descrito no livro que eu conheço.
.
A riqueza de detalhes que há nas descrições de Eça nesse livro são insuperáveis. Ao longo da história é bem citada com descrições muito poéticas uma cidade em Portugal conhecida como Sintra, que ao dar uma pesquisada no Google me encantei totalmente, e já está na minha lista de próximos locais a serem visitados
.
A obra de Eça de Queiroz foi capaz de pôr a contrapelo toda a imensa dor que acompanha a existência humana, toda ela mediada por fortes limitações sociais, morais, religiosas e políticas.
Era sobre a humanidade falhada que Eça de Queiroz escrevia, e era um leitor igualmente falho que ele pretendia atingir com a cortante lâmina de seu discurso.
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Gabriela Lisboa 17/05/2019

Extraordinário!
Incrível! Uma das obras de maior qualidade que eu já vi.
É incrível o talento desse Eça de Queiróz. Nunca tinha lido nada dele. Como pode!
Páginas e páginas de conversas (não diálogos ou comentários, mas conversas de verdade!) entre os personagens, todos eles (dezenas) com sua personalidade e características tão delineadas que você até pensa: "isso é tão o Ega!".
Escrito com humor! Nunca li um livro tão divertido.
O autor teve uma paciência tremenda para escrever tudo, a história das gerações que culminaram no romance entre C. e M.
Cada cena era descrita com uma precisão cinematográfica, mas sem ser exagerada.
E o romance que eu li aqui... Que romance! Como esse Carlos Eduardo de apaixona bem! Quase morro de ternura de novo e de novo.
Que mulher, Maria. Que amigo, João da Ega (o meu mais queridinho).
UMA OBRA PRIMA!
Karen 17/05/2019minha estante
Costumo dizer que, fora Jane Austen, o autor que mais admiro é Eça de Queirós, cujos textos provocam, em minha mente, uma sensação de completude indescritível. Embora seja trabalhosa, a leitura de um romance como Os Maias evidencia-se fascinante, pois permite ao leitor saborear toda uma complexidade de elementos dispostos na narrativa, tais quais longas descrições de cenários, muitas críticas sociopolítico-econômicas à sociedade portuguesa do século XIX e algumas instigantes relações amorosas. No caso destas, inclusive, concordo com você, Gabriela, quando destaca, em sua resenha, a história do casal Carlos Eduardo e Maria Eduarda da Maia, que, apesar do romance incestuoso, constitui um par romântico adorável, de forma que o fim de seu caso de amor faz doer a alma daquele que o acompanhou! Só mesmo Eça para devotar um desfecho tão previsível e, ao mesmo tempo, tão chocante ao incesto entre dois irmãos!




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