Adriana Scarpin 17/07/2017Apesar de ser simbolista, Gilka tem um pé no parnasianismo (céus, como desgosto dos parnasianos!), mas isso quer dizer que ela só perde uma estrelinha, já que o conteúdo de seus poemas são envoltos numa densidade física e emocional até então inéditos na voz de uma mulher. Tendo sido julgada por seu gênero, classe e cor, além de ter sido sufragista, penou nas mãos dos críticos da época por não fazer poesia digna de uma mulher, ou seja, que ia além da própria submissão e que ousou falar dos desejos e anseios pelos quais passavam uma mulher no início do século XX. Leia Gilka não apenas pela qualidade de sua poesia, mas também pela ousadia de sua existência.