Gramatura Alta 11/10/2017
SUICIDE CLUB, o mangá, foi produzido no Japão ao mesmo tempo que o filme de mesmo nome. Entretanto, Furuya desenvolveu a história de forma diferente de sua contraparte. Eu não assisti ao filme, mas pelo que pesquisei, o mangá ficou com a história e os personagens melhores desenvolvidos.
Após o suicídio coletivo das 54 garotas, o leitor acompanha o que acontece com a única sobrevivente, como passa a ser sua vida e em como ela acaba se tornando a incentivadora de mais suicídios. Também descobrimos, através de flashbacks, o que originou todas essas mortes.
A narrativa flutua entre o sobrenatural, o psicótico e o influenciável, não deixando claro qual desses estados é o verdadeiro, se são eles os responsáveis pela formação dos clubes de suicídio, ou se existe alguma forma de os parar.
Os desenhos são bem feitos e possuem um traço que deixa claro todos os acontecimentos, inclusive as diversas mortes e em como os corpos ficam após o ocorrido. O trecho que abre a história, inclusive, deixa bem claro o que será encontrado nas páginas seguintes.
Se abandonarmos a visão sobrenatural que chega a ser insinuada em uma determinada parte, podemos analisar em como muitos jovens são facilmente influenciáveis, desde que eles passem por alguma fase conturbada de suas vidas, ou tenham problemas em casa com familiares. O desejo, a necessidade de afirmação, de fazer parte de algo que reforce, ou imprima, uma mensagem, que o faça se sentir importante, é suficientemente forte para que eles ignorem o senso comum e cometam atos impensados, que podem, inclusive, colocar em risco, ou terminar, com suas vidas.
Essa análise comportamental de solidão e indiferença é impactante no mangá. E a maioria dos leitores conseguirá, facilmente, identificar um ou mais colegas nessa mesma situação. E quando você identificar algo assim, sendo amigo ou não da pessoa, busque por ajuda, ajude essa pessoa a ter com quem conversar, indique profissionais e organizações preparadas para auxiliar.
SUICIDE CLUB é uma obra impactante, que deixa o leitor incomodado, principalmente na sua parte final, quando demonstra que até mesmo os mais equilibrados podem ser corrompidos para sentirem algo que os derrube, que os leve para um lado de onde não se pode mais voltar.
RESENHA ESCRITA PELO CARL.
site: http://www.gettub.com.br/2017/10/suicide-club.html