cintia gomes 06/04/2023Crônicamente ansiosa, e crônicamente histórica.Esse livro, HQ, história, História, estória. Seja lá como preferirem colocar já que se encaixa em todos os âmbitos, me pegou de um jeito que não sei explicar.
É aquela frase clichê que uma imagem diz mais que mil palavras? E eu sou a pessoa mais indicada pra dizer isso, se tendo em vista que para mim, as imagens, os objetos, a abstração, é uma das formas mais ricas de dar vida aos pensamentos, uma das mais próximas, e nisto, acho que Richard foi muitissimo sagaz.
Aqui, é uma HQ que vai nos fazer pensar no passado, no presente e no futuro, como estamos acostumados a especular muito no momento. Eu, particularmente, como Historiadora, sinto que fico duplamente tocada, pois aqui, é possível colocar quase em palavras, no caso, em imagens, o meu fascínio primário sobre quem somos, e a minha ansiedade irremediável sobre o mesmo assunto, em sentidos complementares.
Aqui, talvez, consiga exprimir algo do qual estamos sendo atualmente dissociados e que, para mim, é o que nos torna humanos, que é de nossas Histórias. Individuais, coletivas, contraditórias, complementares. Nossas histórias são o ponto de partida e a vontade de chegar a reta final das observações das nossas vidas, são as únicas coisas que quiçá, possam transpor a matéria e a fugacidade da nossa existência (como tenta se levantar numa outra hq que li, a Castelo de Areia, mas que acho que não chega perto da genialidade dessa daqui).
Enfim, gostaria de tê-la para olha-lá muito mais vezes, é feita para contemplar, como a vida.
Somos "fósseis em transformação".