Hercilio 23/03/2017
Victoria e o patife é o primeiro romance histórico juvenil publicado pela autora Meg Cabot, e o segundo publicado utilizando esse nome, e não Patrícia Cabot (O primeiro foi Liberte meu Coração, spin-off da série O diário da princesa). Minhas expectativas realmente foram altas com esse livro, pois já esperava o lançamento há um tempo, e o livro não deixou muito a desejar!
Narrado em terceira pessoa, a obra conta a história de Victoria Arbuthnot, uma garota de 16 anos que está viajando da Índia, local no qual viveu a maior parte da sua vida, para Londres. Órfã de pai e mãe, Victoria se hospeda na casa de sua tia até que encontre um marido. Entretanto, antes mesmo de desembarcar em Londres, Victoria já fica noiva do Conde de Malfrey. Tudo vai bem na vida de Victoria, com exceção das intromissões e brigas com o capitão do navio, Jacob Carstairs, que leva a protagonista a loucura várias vezes, uma relação que é extremamente estranha, ao mesmo tempo em que faz com que os leitores dêem boas risadas.
Victoria é uma garota de atitude, que gosta de direcionar as pessoas e palpitar nas decisões dos outros, e confesso que em muitos pontos do livro me lembrei de uma personagem muito famosa da literatura inglesa: Emma Whoodhouse, protagonista da obra Emma, de Jane Austen. Inclusive, o fato de Victoria se intrometer na vida amorosa de sua prima, Rebeca, é muito parecido com as peripécias em que Emma se metia.
Apesar de ser um romance ambientado no ano de 1810, a escrita de Meg Cabot permanece extremamente contemporânea, mantendo o tom leve e o toque de humor característicos de seus livros. É claro que falta das referências a cultura pop que são muito presentes nas outras obras da autora, mas devido ao tempo escolhido para o desenrolar da história essa característica não era possível de ser encaixada.
De uma maneira geral, a obra é interessante e descontraída, entretanto, alguns pontos realmente foram negativos na obra, como por exemplo a previsibilidade: uma das coisas que mais de atraem nas obras da Meg Cabot era a capacidade de criar reviravoltas no decorrer dos livros, surpreendendo o leitor, porém Victoria e o patife é um tanto quanto previsível e clichê, mesmo que as coisas não aconteçam exatamente como nós esperamos. Ao mesmo tempo em que a autora trata o romance de uma maneira muito gostosa de ler. O livro acaba sendo, portanto, uma leitura muito gostosa, porém não é o melhor dos trabalhos da autora.
site: http://cafeterialiteraria.com.br/