O último abraço

O último abraço Vitor Hugo Brandalise




Resenhas - O Último Abraço


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Luana Fuzzo 04/08/2023

Uma história real que traz reflexão sobre um tema ainda polêmico: eutanásia.

É um livro que, através de sua narrativa, traz momentos de reflexão sobre estar vivo e em sofrimento. Será que vale mesmo a pena?

A história de Nelson e Neusa é muito bonita!
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Thaís 23/04/2023

Leitura da Faculdade
Trás uma visão diferente principalmente das instituições de idosos, gostei também do fato de trazer conhecimentos sobre a eutanásia em outro país (como ser liberado a prática na Bélgica para crianças - sim crianças?)
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Leonardo 12/02/2023

Um assunto difícil em uma história envolvente
Acredito que a eutanásia, juntamente com os temas descriminalização de drogas e aborto, é um dos temas mais complexos e difíceis de serem debatidos na sociedade brasileira contemporânea.

Por situações pessoais sempre tive minha opinião sobre o tema e agora trabalhando em um projeto da faculdade de psicologia, um podcast sobre o luto e a morte, tenho criado novas convicções e novos questionamentos.

Uma das convicções que se firmaram é que a Ortotanásia é o processo mais humanizado quando se aproxima o momento do fim da existência material.

A eutanásia pode ser uma opção na abordagem de Ortotanásia? Acredito que sim. Mas é fundamental aumentar o debate sobre os cuidados paliativos e o respeito as vontades do paciente.

O livro é intenso e de leitura rápida e fluida. Apresenta de forma envolvente os protagonistas de forma real, como pessoas que cometeram erros e acertos na vida, pessoas que amaram e que tiveram atitudes que devem ser evitadas. Mas isso mostra a veracidade deles.

Um livro intenso e que vai com certeza te fazer refletir sobre a eutanásia e em qual momentos, e por quais razões, desistimos de nossas vidas.
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Melina.Ferrari 20/01/2023

É extremamente necessário - e importante - falar sobre eutanásia no Brasil. E, sobretudo, a liberdade de escolher quando morrer!
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deniferreira 17/04/2022

Uma saída no fim da vida
O que fazer quando parece não haver mais saída para as limitações do fim da vida? Nessa historia real surpreendente, conhecemos a trajetória que levou Nelson a uma atitude extrema pra colocar fim ao sofrimento da esposa.
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Lucas.Macedo 01/01/2022

Fundamental para quem se interessa pelo tema
A história de Nelson e Neuza joga os holofotes para importantes debates que a sociedade brasileira está postergando para enfrentar.

Os fatos descritos no livro são reais e são expostos de uma maneira super sensível, sem incorrer em melodramas irreais.

É a história de um amor real, concreto, construído e da finitude da vida.

Recomendo!
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thapark 20/10/2020

Este livro narra uma parte da real história de amor de 54 anos vividos entre Nelson Irineu Golla e Neusa Maria Golla. Com a descrição das circunstâncias que antecedem a decisão dele de matar sua esposa com uma bomba caseira, reconhecemos no homicídio um ato de puro amor e empatia e a necessidade de se discutir sobre a autonomia e liberdade de escolhermos a própria morte.

site: @livros_e_dicas
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Naty__ 04/11/2019

Você é contra ou a favor da eutanásia?
Esta resenha será mais um desabafo do que uma resenha propriamente dita, eu sei. Sei que não deveria ser assim. Sei também que vocês iriam chorar ou, no mínimo, com aquele que possui o mais pútrido coração, se emocionar.

Minhas palavras iniciais foram fortes, não é, caro leitor? Desculpe se ousei chamar algum de vocês de ter um coração pútrido, posso até ter me equivocado, mas o fato é que não quero mostrar que seu coração é ruim ou que o meu é imprestável. O fator principal é o seguinte: não há quem não se emocione com essa história. Não há quem não reflita. Não há quem não sinta nada, é impossível concluir essa leitura e achar que sua vida está absolutamente normal, que os nossos problemas são os maiores do mundo. Vamos diminuir as coisas porque não são, não.

Vocês já ouviram falar em eutanásia? Se já não ouviram, certamente já ouviram falar em pessoas que estão há dias, meses, anos, décadas em cima de uma cama... Sofrendo... Sofrendo... Morrendo. Aliás, que vida ela tem? Não se vive ali, não se respira com satisfação, apenas está agonizando e pensando o quanto de trabalho está causando para fulano, ciclano e beltrano. Não há vida, eles apenas vegetam. Aqueles que não conseguem andar, mas sentem dores; não conseguem falar, mas seu coração está gritando para acabarem com sua vida. Não porque eles são fracos, mas porque não conseguem mais lutar contra algo que não há solução.

Aquele doente abre os olhos e o outro limpa suas nádegas, trocam suas fraldas, dão-lhe banho, alimenta-o pela sonda e diversas outras coisas que apenas fazem a pessoa se sentir incomodada. Não ouse dizer que o incômodo é de quem está limpando, lavando, alimentando... Isso quem faz é por puro amor ou porque está sendo pago para fazê-lo. Mas a gente, muitas vezes, esquece de analisar a vida daquele doente. Como ele quer ser visto pela família? Como ele quer ser visto pela sociedade? Como aquele que viveu 5, 10, 15 anos sendo cuidado pela família, e sequer podia levantar da cama, quer ser lembrado? Ou será que ele queria ser visto como o herói, aquele que fez coisas boas, que ajudou pessoas, que trabalhou duro e colocou a comida na mesa para seus filhos?

Esse é um dos assuntos mais debatidos no país e um dos mais polêmicos. Voltando à minha pergunta inicial... Eutanásia é o ato de alguém tirar a vida de outra pessoa pelo fato de esta estar com uma doença incurável e sentir dores excessivas e intermitentes. E é aqui que o livro entra.

Nelson é o típico senhor que não suporta ir ao médico. E, se você acha que estou exagerando, certa vez ele sentiu uma dor de dente e pediu para que o dentista tirasse todos os seus dentes da boca para que nunca mais fosse preciso que ele retornasse ao consultório. Esse é só um dos fatores para mostrar que, quanto mais fugimos do problema, mais ele aparece para nós. Analisemos...

Se Nelson foge de médico como o diabo foge da cruz, o que você acredita que acontecerá a seguir? Neusa, sua esposa, sofrerá mais um AVC e precisará ficar internada. Aliás, a partir disso a sua vida será toda em cima da cama de um leito para idosos. Porém, não se engane. Após isso acontecer, ele não visita a esposa com desgosto ou qualquer outro sentimento repulsivo; ele deseja estar com ela em todos os momentos e, desde então, as visitas são diárias.

Acontece que Neusa já tem 72 anos, já está num estado deplorável. Ela não fala, mal se mexe, é alimentada e limpada pelos funcionários da clínica e não tem uma companhia diária, porque existem horários rigorosos de visita. Em contrapartida, Nelson tem 74 anos, não está exatamente como sua mulher, todavia, não é o mesmo de antigamente, seu braço não faz o mesmo movimento, seus passos já são cansados e seu corpo, assim como sua mente, não suportam mais ver a sua amada esposa implorando com os olhos para que seja morta.

Não estou contando uma história para boi dormir, quem dera estivesse. Esse fato realmente aconteceu e ficou conhecido na Justiça como “um Romeu e Julieta da terceira idade”. É difícil dizer essas palavras, preparar essa resenha sem ter lágrimas nos olhos. Talvez para você seja fácil lê-la, mas você já se perguntou se fosse você no lugar de Nelson? E se fosse no lugar de Neusa?

Talvez alguns até julguem o fato de Nelson preparar uma bomba de fabricação caseira para matar a sua esposa, mas será que esses mesmos julgadores já se perguntaram como estava o estado psíquico desse senhor ao notar a sua esposa tão debilitada e implorando, com o olhar, para que aquele seja seu último suspiro?

Esse livro não é somente uma história, ele é uma lição de como não devemos ser, de como não devemos agir, quais atitudes devemos fazer, assim como devemos ser para agradar as pessoas que estão ao nosso redor – essas que tanto amamos. Você já olhou nos olhos daquela pessoa querida e demonstrou o seu amor? Já disse o quanto ela é importante para você? E, o melhor de tudo, já agiu para mostrar que tudo isso o que você disse de fato está em consonância com as atitudes?

Quantos de nós não teremos uma segunda oportunidade, um segundo olhar, um segundo toque? Esse pode ter sido seu último abraço, seu último beijo. Você não tem o poder de saber o que acontecerá com você ou com a outra pessoa. Mas, de uma coisa eu tenho certeza, temos o poder de deixar sentimentos nelas. Qual sentimento você quer deixar hoje?

Não preciso nem indicar essa leitura, minhas lágrimas já indicam sozinha. E espero que ela tenha sido capaz disso.

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2018/01/resenha-o-ultimo-abraco.html
Luh 04/11/2019minha estante
Oi, Naty
É um tema muito delicado, penso que não tenho essa coragem para dar um fim em uma vida. Nunca passei por isso com algum parente e espero nunca passar, deve ser muito difícil você ver toda aquela situação e estar de mãos atadas.
Não sou contra e nem a favor.
Essa leitura causa uma explosão de sentimentos e muita reflexão sobre a vida.
Assim que tiver chance, lerei.
Beijos


Deise.Kiefer 05/03/2020minha estante
Oi Naty com certeza esse é um tema bem deliciado essa leitura com certeza deve ser um momento de reflexão
Espero nunca precisar lidar com essa situação
A morte em si já é difícil e quando se trata de suicídio é pior ainda
Beijo


Angela Cunha 12/04/2020minha estante
Um tema forte e triste, mas infelizmente, tão real...
Fiquei lendo a resenha e foi impossível não me emocionar em alguns trechos. Acredito que quando ele foi resenhado, eu ainda não ia ao blog, por isso, desconhecia o livro.
Mas claro que já preciso desse sofrer!
Beijo


Alê | @alexandrejjr 08/06/2023minha estante
Belo texto, Natalia. Parabéns! Ao ler sua resenha-depoimento, me lembrei muito do formidável "Amor", filme lançado em 2012 e dirigido pelo diretor de cinema austríaco Michael Haneke. Muito obrigado por compartilhar com os leitores aqui do Skoob teus sentimentos íntimos proporcionados por essa leitura.


Naty__ 13/06/2023minha estante
Obrigada, Alê. Fiquei curiosa para assistir




Jefferson Vianna 28/05/2018

Uma história real sobre eutanásia no Brasil...
O último abraço é um livro delicado que aborda um tema difícil de ser aceito e/ou discutido: a eutanásia. O livro é uma espécie de reportagem, retrata a história de amor entre Nelson (74) e Neusa (72), que após viverem longos anos juntos, sofrem as dificuldades acarretadas pelo surgimento das doenças. Sendo ele deficiente de um braço, e ela definhando num leito de asilo, após sofrer dois AVCs. Presenciando o sofrimento da esposa, Nelson decide que precisa fazer algo para amenizar a dor da amada, assim como a sua dor. Em setembro de 2014, opta por acender uma bomba caseira entre os dois, na intenção de por um fim em seu sofrimento e no sofrimento da esposa. O que mais chamou a minha atenção foi o fato de se tratar de uma história real, o autor nos apresenta a carta de despedida escrita por Nelson a família, encontrada pela polícia horas depois da explosão, expõe os depoimentos das testemunhas e as informações judiciais, que nos aproxima da narrativa e comprova a veracidade dos fatos elucidados, é uma leitura fluída e envolvente. Este é aquele tipo de livro que nos leva a inúmeras reflexões, sobre vida, velhice, depressão, suicídio/eutanásia e morte. Leitura recomendada!
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CassiaLessa 24/10/2017

Reflexão e mudança de conceitos
Vitor Hugo Brandalise, em o Último Abraço, aborda temas delicados que ninguém quer falar sobre: a velhice, o suicídio e a eutanásia. Acompanhamos a história de Nelson e Neusa, um casal que casou ainda jovem e foram companheiros uma vida toda, a velhice não chega da melhor forma para eles.


Nelson não aceita a idade, é aquele tipo de pessoa que acha que "velho só incomoda", e para piorar a situação, Neusa adoece e é internada.


O livro trata de uma história verídica, o que torna tudo mais impactante e mexe ainda mais com o nosso emocional. Não foi uma leitura fácil, o autor consegue fazer com que o leitor se questione sobre os assuntos que citei antes. E pensar sobre suicídio, eutanásia e velhice lendo O Último Abraço não é uma tarefa fácil.


A narrativa de Brandalise faz com que você se sinta próximo dos personagens envolvidos no ocorrido, e no meio do livro foram anexadas algumas fotos do casal, o que torna o livro ainda mais humanizado.


Essa foi uma daquelas leituras que você termina e passa um bom tempo pensando sobre o assunto, é um livro para refletir e pode até mesmo mudar o seu olhar sobre muitos aspectos da vida.

site: www.estante450.blogspot.com.br
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Lê Golz 14/05/2017

Bom!
O último abraço, publicado pela Editora Record conta a história de um casal que ficou junto por décadas e foram "pegos de surpresa" pelos problemas da velhice. Nelson Irineu Golla, de 74 anos e Neusa, de 72 abraçaram-se pela última vez em setembro de 2014, após Nelson acender uma bomba caseira entre os dois para, enfim, acabar com o sofrimento da mulher e o seu. Depois de sofrer dois AVCs, Neusa definhava em uma clínica de recuperação para idosos, e para Nelson ela só estava ali para esperar a morte.

"Ou, por outro lado, seria possível que naquelas horas mortas da manhã, naqueles segundos de confusão e torpor, Neusa estivesse mesmo ali, novamente em casa, ao seu lado?" (p. 125)

O autor narra a história como uma grande reportagem sobre a vida do casal, desde os tempos da mocidade até um pouco depois da morte de Neusa. Desde o início do livro já nos encontramos diante de uma história de amor que foi resistindo ao tempo e as adversidades da vida. Brandalise narra os fatos somente, como em um jornal, mas sua narrativa traz sutilmente muitos sentimentos diante da história de Nelson e Neusa.

O que mais gostei no livro, além de ser uma história real, é o relato de companheirismo do casal. O namoro, o casamento, as conquistas e a chegada da idade. Mas o que mais me chamou a atenção foi ver todo o machismo de Nelson na vida a dois, e após a chegada da idade e o declínio da saúde da mulher, a culpa e o arrependimento atingindo-o em cheio. Em contrapartida, a submissão e firmeza de Neusa. Isso me fez lembrar muito meus avós, especialmente a dedicação de minha avó.

Ficamos também com a reflexão de como a chegada da idade pode nos atingir em cheio. Como para muitas pessoas é tão difícil aceitar que a saúde não pode mais ser a mesma quando se passa dos 50, 60, 70... Que a velhice chega para todos, e que de uma forma ou de outra sempre haverá algum sofrimento. Partindo disso, podemos acompanhar, mesmo que não de maneira aprofundada, um pouco da realidade das clínicas para idosos, e entender que não é fácil para ninguém aceitar terminar a vida dessa maneira. Particularmente não sou a favor do suicídio de maneira alguma, então cabe ao leitor concordar ou não com a decisão de Nelson.

Por todos esses motivos, O último abraço torna-se mais que uma reportagem e consegue tocar e levantar reflexões ao leitor. O livro é curto, com uma narrativa fluída e com um relato comovente. Portanto, afirmo que vale muito a pena a leitura, principalmente para quem gosta de histórias verídicas.

site: https://livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br/2017/04/resenha-o-ultimo-abraco.html
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Suka - Pensamentos & Opiniões 18/04/2017

Como diz a própria sinopse parece um romance, mas é uma reportagem.
Nesse livro o autor irá trazer a história de "Seu" Nelson e Dona Neusa, casado há 54 anos, tiveram uma vida feliz, ele a amava e ela também o amava, uma cumplicidade fantástica.
Construíram sua vida e sua família com bastante trabalho, até que um dia ele fica inválido de um braço e ela sofre seu primeiro AVC, passaram por dificuldades e ela é levada a uma casa de idosos, retorna para casa e é quando ela sofre seu segundo AVC. A situação tende a piorar e acaba chegando a um estado vegetativo.
Nelson vê a tristeza nos olhos de sua esposa e resolve tirar a dor dela e dele, cria uma bomba caseira e a abraça junto ao seu peito.
É uma história emocionante de se ler, que me fez chorar demais.
Não sei se eu teria coragem de um ato de amor desses, sim para mim foi um ato de amor, de não querer ver o outro sofrer e de não sofrer.
O caso foi levado a justiça e ficou conhecido como "Romeu e Julieta da terceira idade". O autor trás relatos dos filhos e cartas dos amigos do casal, além de informações da justiça, e um pouco sobre a Eutanásia no Brasil.
É uma história real que vale a pena se ler.

site: www.suka-p.blogspot.com
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daniel.queirozt 17/04/2017

Vida, morte e velhice...
Nem sempre há uma resposta satisfatória para todos os questionamentos que o incompreensível viver da vida traz... Ainda assim, acima de qualquer resposta, reconhecer e aceitar que somos temporais talvez ainda seja o nosso maior e mais difícil incompreensível.

Um casal, Nelson e Neusa, juntos, jovens e velhos, namorados e casados, com qualidades e defeitos, convivendo com problemas e conquistas, com saúde, doença e esperança, família, filhos, netos e anseios, até que repentinamente o vidro que nos separa entre a vida e a morte trinca e dá os primeiros sinais de se quebrar, e a efemeridade da nossa natureza os põe contra a parede.

Neusa está doente e gravemente debilitada. Nelson quer ir embora com a esposa. Estão cansados. Juntos e abraçados, cúmplices ali, como em toda a vida, abraçam-se à uma bomba e a explodem.

É motivado por esse ocorrido digno da mais alta literatura trágica/amorosa que Brandalise inicia o relato da história deste casal. Com uma escrita primorosa narrando em forma de romance um ocorrido verídico cercado de temas delicados (eutanásia, suicídio, morte), o autor nos aproxima dos acontecimentos como se ali estivéssemos e dos sentimentos dos personagens como se os conhecêssemos.

Em que pese a brilhante escrita, maior mérito ainda do autor é que ali não há o relato de duas pessoas perfeitas, mas de pessoas como nós, como nossos pais e avós, com defeitos, reais, palpáveis, que erram e acertam. É o que torna essa história real tão real e que evidencia a qualidade do autor como um excelente romancista.

A conexão entre leitor e “romance” faz com que esqueçamos que ali há um narrador/autor que nos conta uma história, mas sim um confidente que vai nos entregando os pequenos segredos e sentimentos pessoais dos personagens que anunciam e levarão a história ao fatídico ocorrido.

E é por este motivo, que mesmo o leitor sabendo o quê e como vai ocorrer, que ficamos revestidos de tensão e emoção quando o dia enfim chega.

Sorrimos lá no começo quando presenciamos Nelson e Neusa se conhecendo e formando uma família, os abraçamos e compreendemos quando estes falharam em algum momento de suas vidas, e no fim, quando decidem partir, sentimos, como na morte de um ente querido.

Eis a beleza do livro de Brandalise. Enquanto romance, nos faz sentir, mas acima de tudo, como também obra jornalística, nos joga de cara sobre a vida e a juventude, sobre a morte e a velhice, a felicidade e a tristeza, e também sobre o amor. É uma obra sobre o “ser” velho, “ser” frágil, e “ser” humano, abarcando todos os seus complexos e incompreensíveis “ser” e “sentir”.

Certamente nunca compreenderemos completamente o que Nelson e Neusa eram ou sentiam, até por que somos únicos em nossos oceanos, mas sou grato, como leitor, por poder conhecer e testemunhar a história deles, e grato, como pessoa, por refletir e amadurecer na percepção de que eu e os que amo também somos passageiros.

Essencial em toda e qualquer biblioteca pessoal e minha melhor leitura do ano de 2017, “O Último Abraço” de Vitor Hugo Brandalise não é uma obra que busca dar respostas definitivas aos temas ou ao ocorrido, muito menos julgar as ações dos personagens, mas está disposta a retratar ao leitor o profundo e vasto oceano de emoções que duas vidas compartilharam.
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Vitor.Leal 29/03/2017

Incrível, visceral e emocionante
Em O Ultimo Abraço, iremos conhecer a vida de Neuza Maria Golla (72) e Nelson Irineu Golla (74) — pais de Nilson, Nilma e Nelson Jr — residentes na Torquato Tasso, Vila Prudente (SP) que enfrentam os problemas acometidos pela chegada da idade.

Tendo como palco de uma tragédia a Vila Prudente (SP), Vitor Hugo Brandalise mostra-nos um dos casos mais curiosos acerca do amor, seu livro "O último abraço" narra a vida de Irineu e Neusa Golla e seu desejo incessante pela morte. Contando com uma narrativa simples e objetiva, porém, sem perder o foco e a credibilidade de Jornalista, Vitor nos apresenta um sequencial de fatos e lembranças dolorosos. O caso ficou conhecido como "Romeu e Julieta da terceira idade".

Em uma narrativa quase que poética, Brandalise nos apresenta sem percalços a história de vida e todo o drama acometido na família Golla. O livro gira em torno dos acontecimentos vividos por Irineu e Neusa Golla durante a terceira idade, visto que, ele encontrava-se com o lado direito imobilizado, enquanto ela, sofrera dois AVC'S e dia após dia após a internação, seus únicos pedidos eram voltar para a casa, e claro, morrer.

Narrado em primeira pessoa pelo jornalista, o livro trás-nos uma visão central e expansiva acerca de todos os acontecimentos, onde cada comentário e cada lembrança torna-se uma peça para o desenvolver do quebra cabeça que envolve a vida dos Golla.

Visceral e emocionante do início ao fim.

site: http://www.catracaseletiva.com.br/2017/03/resenha-o-ultimo-abraco-vitor-hugo.html
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