Mariana Eleutério 09/08/2020
Preferido da autora (
E vamos de Eloisa James! Acho que esse é meu livro preferido da autora, e não sei se outro vai superar (imagino que não). Ela não tem a mão tão leve na narrativa como outras do gênero, mas esse aqui é daqueles que fisgam devido a fórmula beeem no início.
Linnet é bonita demais para seu próprio bem, e às custas disso, uma sucessão de equívocos destruíram sua reputação, logo em seu primeiro ano na sociedade. Em um arranjo, Linnet se vê deixando a Inglaterra e indo parar no País de Gales cercada de desconhecidos, prometida ao filho de um duque excêntrico e recluso que ela sequer conhece. O problema é que, além de sua beleza, a base para o noivado seria uma suposta gravidez, que não poderia estar mais longe de ser real.
No outro lado, somos apresentados ao Conde Piercy, um cirurgião brilhante, herdeiro de um ducado e com um temperamento horrível. Não é atoa que se referem a ele pelo apelido de Fera - tão grotesco chega a ser. Piercy não pensa ou quer se casar, apesar de ser o único herdeiro, mas um dia, após muita insistência de seu pai - a quem ele não conversa a quase trinta anos, escreve uma lista de requisitos para uma noiva, com características que julga impossíveis de se encontrar (mais bonita que a lua, já grávida de um filho com sangue azul, disposta a casar com ele e etc). A lista é feita por pura ironia, então é uma surpresa nada agradável quando o Duque bate nas portas do castelo trazendo Linnet consigo.
E vamos aos personagens, Linnet, a protagonista cuja beleza é uma faca de dois gumes, serviu bem. É aquela história? Não somente a sociedade, mas também sua família mal podiam esperar para que Linnet desse um passo em falso para aponta-la como promíscua, e é algo que ela carrega desde pequena. Só que Linnet não é aquela personagem que fica por aí sentindo pena de si mesma, ah não! Mesmo quando sofre tamanha injustiça e perde sua reputação, quando se dá conta que está sozinha no mundo ou quando tem o coração partido. Ela não busca provar algo? Vingança ou coisa que o valha, ela só quer ficar DE BOAS. Nesse sentido, deu um banho de maturidade no Piercy, que vai em direção completamente oposta.
Sobre o Piercy, particularmente, não gosto da glamurização de personagens rudes, que pegam as misérias da vida e colocam em um holorforde para moldar a personalidade. Mas meio que funcionou aqui. Eu não odiei o Piercy, porque Linnet era esperta o suficiente. Os personagens secundários são todos bem legais, especialmente a família de Piercy - pudera, porque a de Linnet, só serve de alívio cômico mesmo (horrível, mas bem cômico).
O final é bem fofo, eu preferia que fosse de outra forma, mas tenho de admitir ser lindo.