TGN 14/08/2020
Resenha escrita por Ana
Uma das paixões que eu tinha quando era mais nova era a Disney, Era simplesmente louca para ir lá e conhecer as princesas e o Mickey. Apesar de hoje esse não ser mais o sonho de minha vida eu ainda gosto muito dos filmes de princesa, por isso fiquei bastante animada em ver um romance de época baseado num conto de fadas. E que livro mais encantador, com personagens irreverentes e lindas lições.
“Linnet era o tipo de garota que podia levar um cavalariço a feitos heroicos, ou um príncipe a atos menos intrépidos, como vencer uma trilha cheia de espinhos apenas para lhe dar um beijo.
Linnet Thrynne sempre soube que era incrivelmente bela e possui o charme encantador das mulheres da família de sua mãe, por isso apenas com um mero sorriso já conseguia conquistar todos a sua volta inclusive o príncipe August, afinal nada mais normal do que o casal mais encantador de Londres ficar junto, porém o príncipe vai embora e deixa Linnet arruinada mesmo sem ela ter feito nada de tão errado, e de repente ela passa de amada por todos para pária social. Com isso, em decorrência de um plano formado por seu pai, sua tia e seu futuro sogro, ela se vê obrigada a ir sozinha para o país de Gales, para se casar om Piers Yelverton, Conde de Marchant, mais conhecido como Fera, para assim tentar recuperar sua reputação. Apesar da fama do Conde ela tem certeza que conseguirá ganhar o coração de seu noivo em menos de duas semana. Porém essa não será uma tarefa tão fácil quanto a mesma imaginava, já que o Conde é um homem extremamente inteligente e totalmente contra a ideia de se casar. Mas com o passar dos dias ambos vão entendendo que muitas vezes as aparências podem enganar.
“– Então, os empregados realmente o obedecem com relação àquela placa?
– Eles morrem de medo de mim.
– Sério?
– Você também deveria. - Ela deu um sorriso.
– Talvez você devesse se esforçar mais.
–Talvez você devesse se casar comigo - disse ele.
Ela riu alto.
Que livro mais encantador!!!
Apesar de ser uma releitura de 'A Bela e a Fera', a obra nos trás a essência do desenho animado e não os fatos que ocorrem no filme, estando tudo isso em forma de romance de época. Eu me encantei pelos personagens. Linnet é uma jovem extremamente bela, porém ela é muito mais do que um rostinho bonito, ela adora ler, ajudar os outros, é inteligente e sarcástica, e está cansada de todos a olharem apenas pela superfície de sempre a compararem a sua mãe.
“– Você é sempre sarcástica assim?
– Não. Sou uma dama bastante doce. Mas você faz despertar o pior em mim.
E o que falar de Piers?! Ele com certeza é diferente dos demais mocinhos de romances de época que costumamos ler. Ao contrário de muitos, ele não é um libertino, nunca se importou com o seu título, apesar de ser um Conde, e trabalha como médico, possuindo uma língua super afiada. Mas por trás dos modos rudes, poucos cortês e das palavras extremamente sinceras, ele é muito bondosos, se importa com seus pacientes (embora não demostre), é gentil e possui uma inteligência e um humor sagaz. Assim que comecei a ler este livro, logo me lembrei do 'Dr. House', pois além da língua afiada e de ser irônico ele também possui uma lesão na perna que o obriga a utilizar uma bengala.
“Piers não enfiou a língua onde não devia, do jeito que Augustus fazia. Em vez disso, ele contornou a junção dos lábios dela, um toque tão doce que ela abriu a boca, pedindo-o para entrar. Ele não aceitou o convite. Sua língua vadiava, saboreava-a, provocava seus lábios. O coração dela estava batendo cada vez mais rápido e ela queria... Ela queria... Sua língua encontrou a dele, brincou por um instante, saboreou a essência de Piers. Então, finalmente - finalmente -, a mão que segurava a cabeça dela a puxou para perto, contra as linhas duras de seu corpo. Ele inclinou a cabeça, apenas um centímetro, mas Linnet, com todos os instintos enlouquecidamente alertas, sentiu o movimento, a mudança, a intenção dele. O beijo dele não era uma adoração gentil. Era um beijo selvagem, um beijo loucamente apaixonado, tumultuado, roubado. Instintivamente, os braços dela se enrolaram no pescoço dele. Ele tinha o gosto do chá defumado que tinha tomado no café da manhã e de uma substância mais selvagem: desejo. Era o tipo de beijo que um cavalheiro nunca, jamais, daria em uma dama. Linnet estava adorando.
O livro é narrado em terceira pessoa e não fica preso apenas a história de amor de Linnet e Piers, mas também nos mostra a trama romântica entre os pais de Piers, seu elegantíssimo primo Sebastian e seu nem um pouco convencional mordomo. O livro nos faz repensar sobre vários valores, e remete constantemente a mensagem de que o mais importante é a beleza interior e não a exterior. Os dois formam um casal lindíssimo juntos, mostrando que o amor é capaz de superar tudo.
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