O leitor

O leitor Bernhard Schlink




Resenhas - O Leitor


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Natalie Lagedo 14/10/2016

No Entre Guerras um rapaz de 15 anos se apaixona por uma mulher mais velha. Os dois entabulam um relacionamento discreto, que se desenvolve basicamente entre os lençóis e livros lidos para ela em voz alta. O moço estende a situação até perceber que já não se sente tão atraído. A companheira vai embora sem dar explicação. Os anos passam e eles finalmente se encontram quando ela é ré no Tribunal de Nuremberg e ele um estagiário de Direito. É só isso? Sim, é só isso.

Trata-se de um casal ordinário. Michael é um adolescente comum, no qual o amor e o desejo físico insaciável são uma única coisa, e Hanna é uma mulher madura um pouco enigmática, que não está aberta para falar de sua vida e é justamente essa personalidade difícil de decifrar que dá continuidade aos capítulos.

Em certo ponto o enredo torna-se repetitivo. As visitas e a descrição do sexo entre eles são cansativas, mas o maior problema é que a protagonista não é capaz de causar empatia, apesar de percebermos que é esta a intenção do autor ao descrever minúcias do horror do holocausto. Bem, tentativa frustrada.

Existem alguns temas que a história trouxe, como o analfabetismo, liberdade, dignidade da pessoa humana e individualismo, que seriam interessantes de abordar, mas foram vistos com pressa, ficaram em segundo plano. Portanto, para quem gosta de amores sofridos e não consumados, acredito ser um bom livro; já para quem prefere um contexto mais bem elaborado, com assuntos interligados, deixa a desejar.
Vitor Silos @vitus_livrus 14/10/2016minha estante
Ixi, desculpa, fiz tanta propaganda e você não gostou...haha


Natalie Lagedo 14/10/2016minha estante
Que nada, Vitor! Todo mundo gosta, não vi nenhum comentário negativo. Acho que a perspectiva da narrativa não foi boa pra mim. Muito foco no relacionamento, não gosto.


Aline164 14/10/2016minha estante
Gostei do filme e estou com esse livro para ler. Pela sua resenha, quando for ler, não vou esperar tanto.




Tatynha - @cantinho_datati 30/09/2016

Citação do Livro
"Como o prisioneiro do campo de concentração que sobrevivia mês após mês acostumando-se,registrando com indiferença o horror dos recém-chegados.Registrando com o mesmo entorpecimento com que ele percebe o ato de matar e de morrer.Toda a literatura relata esse entorpecimento,sob o qual as funções vitais são reduzidas,as atitudes tornam-se apáticas e egoístas,a câmara de gás e a cremação viram coisas cotidianas.Mesmo nas declarações escassas dos carrascos,encontra-se a câmara de gás e o forno de cremação como ambiente cotidiano,os próprios carrascos reduzidos a poucas funções,e sua desconsideração e apatia,sua estupidez como que anestesiadas ou embriagadas."

"Naquela época a imaginação era quase inerte;o que a poderia mover estava além do abalo que o mundo dos campos de concentração causou.As poucas imagens,que nos chegaram através das tropas aliadas e dos relatos dos prisioneiros,impregnaram a fantasia das pessoas em demasia,até se estagnarem como clichês."

"-O senhor tem razão,não havia nenhuma guerra e nenhum motivo para o ódio.Mas o carrasco também não odeia aquele a quem executa,e o executa assim mesmo.Seguindo ordens?O senhor acha que ele faz a execução porque mandaram?E o senhor acha que estou falando agora sobre ordens e obediência,falando que as tropas nos campos de concentração recebiam ordens e tinham que obedecer?-Ele deu um sorriso de desprezo-Não,não estou falando sobre mando e obediência.O carrasco não segue nenhuma ordem.Ele faz o seu trabalho,não odeia os que executa,não se vinga deles,não os assassina porque estão no seu caminho,ou o ameaçam ou o atacam.É indiferente a eles.Tão indiferente que pode tanto matá-los quanto não matá-los."

"Só que fugir mão é só correr de um lugar,mas também chegar a outro."
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Jonhny 02/09/2016

Marcou minha adolescência
Tenho um imenso interesse em livros que retratam a segunda guerra mundial, e este me marcou profundamente por tocar em assuntos delicados que muitos não gostam de mencionar. A escrita é gostosa e o livro é muito tocante, adorei!
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Nena 07/07/2016

Um caso de amor q atravessa o tempo. Um segredo. Um crime. Um julgamento. Um final surpreendente. Perdão, amor, vergonha, segredos, superação, tempo ou a falta dele. Até onde alguém é capaz de mudar sua vida por um segredo? Tanto Hanna como Michael escondem segredos q a vergonha e as aparências os impedem de revelar e de viver. Uma belíssima história. O filme tbém é ótimo.
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Márcio_MX 26/10/2015

Sentimento entrelinhas
Eis um livro do qual agradeço não ter desistido (e olha que pensei nisso algumas vezes).
Sobre os personagens, retiro do próprio livro trechos reunidos que descrevem bem minhas impressões:
“Lê-se o livro com especial profundidade e, no entanto, não é possível apropriar-se dele. [...] O livro (meu grifo) não convida à identificação e não torna ninguém simpático [...] Os personagens não (meu grifo novamente) ganham figura e rosto suficientemente distintos para que o leitor possa relacionar-se com eles, achá-los melhores ou piores.”
Outra coisa, o livro é extremamente óbvio, tanto o segredo de Hanna quanto os acontecimentos principais.
Mas o que vale minha recomendação para lê-lo?
Primeiro as palavras não ditas, um entendimento que fica nas entrelinhas.
Segundo o lindo final, que fica te martelando na cabeça questões como culpa, amor, mágoa, saudade e nostalgia. Destino!

P.S: Se você não conseguir descobrir o segredo e nem imaginar o que vai acontecer, o livro deverá ser ainda melhor!
@fabio_entre.livros 23/11/2015minha estante
Este é um dos meus livros favoritos, e o primeiro de Schlink que li. Gostei tanto que fui atrás de outras obras dele, e todas elas me satisfizeram com a sua simplicidade narrativa e, simultaneamente, sua densidade psicológica.


Manuella_3 24/08/2016minha estante
Ainda não li, mas vi o filme, que achei bem interessante e com a Kate Winslet em excelente atuação.




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Gabs 05/10/2015

Sutil e surpreendente
Quando ouvi falar sobre "O Leitor" de cara imaginei uma história chata e penosa, porém resolvi dar o benefício da dúvida ao livro e o comprei. Fui surpreendido pela narração simples de Schlink e pelos rumos ao longo da trama. Um livro curto, li em 3 dias sempre antes de dormir, mas muito charmoso e envolvente!
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Erica 20/08/2015

Sobre a sinopse, ou eu interpretei mal ou o livro não cumpriu com o "prometido". O verdadeiro segredo de Hanna não é algo que eu pudesse imaginar, mas trouxe emoção à narrativa. A relação entre os protagonistas depois do reencontro também me surpreendeu, os conflitos que imaginei não existiram.
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Cecília 30/07/2015

Leia para mim.
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O Leitor foi o primeiro livro que li depois de já ter assistido ao filme. Agradeço a minha ex professora de Redação por não ter preparado a aula do dia, e ter decidido preencher o tempo com ele. Isso ocorreu no inicio do ano passado. Amei o filme e decidi procurar pelo livro. Achei. Era caro demais para uma estudante e para o meu azar, era inexistente nas bibliotecas públicas.

Eu tenho muita preguiça de assistir filmes, encarar uma tela por longos minutos não me atrai nem um pouco. E a facilidade que tenho para me distrair, também não ajuda para me manter concentrada na história que está sendo exibida, ou seja, eu sou uma péssima acompanhante para um cinema.

Mas curiosamente, O Leitor me prendeu em todos os minutos. Talvez o fato de está assistindo em uma sala de aula, em plena matéria de redação e sem pipoca, fez meu cérebro entrar no modo "ATENÇÃO: isso pode cair na prova!". Agradeço por isso também, caso contrário, teria perdido o romance mais lindo que já vi/li. O Leitor não caiu na prova. Caiu no meu caderno de livros-que-preciso-ler-antes-de-morrer. E mais de um ano depois... estou viva e com O Leitor lido! Agradeço a Biblioteca Thales de Azevedo, que mal conheço, mas já considero pacas.

Ai ai O Leitor. É extremamente difícil explicar os sentimentos que essa história, tão simples, despertou em mim. Ou melhor, é difícil dizer qual sentimento foi o mais forte: amor, dor, esperança, piedade, ódio, medo, paixão, tristeza... Eu senti todas elas, as vezes, várias delas ao mesmo tempo. O que resultou em gordas lágrimas e orações para o autor não fazer o que eu achava que ele iria fazer. Mas o autor nunca escuta, né?

Eu lembro de também ter chorado durante o filme, mas foi quase nada, pois correria o risco de ser zoada pelos meus colegas. O que observei de mais diferente entre as emoções que senti assistindo ao filme e lendo o livro, foi a forma como os fatos me foram apresentados. Devo confessar que o filme é bem fiel ao livro, a cada capitulo eu já previa o que iria acontecer e acontecia mesmo. Mas há um detalhe: O narrador-personagem é muito mais presente. E junto com ele, temos uma visão clara de todos os seus pensamentos mais felizes e tristes. Michael se apresenta, te puxa pela mão e te leva para conhecer a sua casa, a sua escola e a sua amada Hanna. Hanna, a melhor personagem inspiradora que já conheci. Normalmente, eu sempre acho as mulheres de romances idiotas, mas Hanna é exceção. Ela foge daquele esteriótipo princesinha disney. É trabalhada em uma sensualidade, ingenuidade e força, que fica presente em cada linha, até mesmo quando não está em cena: nos pensamentos fugitivos de Michael e em suas ações ou a falta delas (muito frustrante). Apesar dos seus defeitos, Michael também foi o amante mais sincero que já conheci. Gostaria de abraçar os dois.

E como se não bastasse os belos personagens, a história entre eles é marcada por leituras e cartas. Um contato por escritas e vozes. Algo mais forte que um beijo ou qualquer outro toque. Leitura é realmente mágica, escrever é uma ação que exige coragem e aprender seus símbolos permite conhecer o mundo e as pessoas. E quando um livro não-didático fala sobre leitura da maneira mais suave e emocionante... É puro amor na certa! Pelo menos para mim, que ainda acho bilhetes e romances duradouros as coisas mais fofa do universo.

Se eu fosse resumir O Leitor em uma única palavra, "triste" seria a melhor definição, até o Michael pensa assim. O Leitor é uma história triste, mas verdadeira. Valeu todas as lágrimas derramadas, vou sentir muitas saudades e sim, é melhor que o filme.
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Iohana 20/04/2015

Ótimo!
Um dos meus favoritos! Quando li, já havia assistido o filme, mas mesmo assim amei.
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SakuraUchiha 07/04/2015

Um romance poderoso e instigante.
O romance centra-se nos acontecimentos da Alemanha pós-guerra através dos olhos de Michael Berg, que não experimentou a primeira mão holocausto, mas tem que lidar com as conseqüências das ações da Hanna. Este é um romance convincente de que todos devem ler para entender como era crescer durante o período de tempo após a Segunda Guerra Mundial e aprender a lidar com o conhecimento das atrocidades da guerra.


site: https://bookzinga.wordpress.com/2008/12/23/bernhard-schlink-o-leitor/
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Anna Laitano 08/01/2015

Um clássico caso de beleza trágica
Este foi um dos raros casos em que fiz o processo inverso: vi o filme para depois ler o livro. Na verdade, não tive muita escolha; vi o filme no primeiro ano de faculdade, durante uma aula, para uma atividade. Depois, como amei o filme, acabei lendo o livro também, no mesmo ano.

O livro é dividido em três partes: a primeira acompanha as memórias da adolescência de Michael e seu romance com Hanna. A segunda, sete anos mais tarde, narra o julgamento no qual eles se re-encontram. Por fim, a terceira parte traz os acontecimentos que sucederam o veredicto.

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos um Micahel maduro lembrando de sua vida. Em geral, a narrativa é linear, mas por vezes ele faz interferências com comparações entre passado e futuro, como o que aconteceu com determinado prédio que costumava ficar em tal lugar, ou o que ele não sabia em determinada época e agora sabe, etc.

Acredito que são, justamente, algumas das observações e pensamentos do narrador que enriquecem a história e a elevam a outro nível. As perguntas que ele vai levantando em sua mente deixam de incomodar apenas o protagonista para fazer morada também na mente do leitor, que é colocado de frente com situações complexas e delicadas da história mundial

Michael começa como um garoto comum, relativamente ingênuo, que acredita se apaixonar por Hanna. A verdade é que na primeira parte ele está fascinado com a descoberta do mundo sexual, e se deixa levar por isso, acreditando que seja amor. Mais tarde, ele já começa a se tornar um homem mais centrado, conforme estudava e crescia. Ainda assim, ele muda novamente após o julgamento, preso a um relacionamento que por um motivo ou por outro (por ter sido seu primeiro "amor" ou por ter resultado em algo tão trágico) acaba o arrastando de volta e interferindo em seu presente e continuando a marcar e determinar sua vida.

Hanna, por sua vez, se mantém a mesma durante a maior parte da história. E ela é uma personagem complicada. Complicada, porque não importa o que seja dito, ela sempre será a mulher que trabalhou para a SS. Porém, ela é uma pessoa alienada, que não consegue entender o certo e o errado por si só. Ela acredita que o certo é cumprir ordens, então é isso o que faz. Sua visão humilde e simplista não consegue entender a calamidade de tudo aquilo. Afinal, para ela, um trabalho é um trabalho — que outra opção ela tinha senão fazer o que lhe era ordenado?

'O leitor' é um livro incrivelmente intenso. Há emoção e complexidade, em níveis éticos, psicológicos e emocionais. Com seus personagens, ele consegue abordar questões da Segunda Guerra e fazer críticas e questionamentos oportunos e diretos, de forma que é impossível o leitor não sentir uma conexão profunda com a história.

O romance entre Michael e Hanna é absurdo, a diferença de idade me incomodou bastante, especialmente na primeira parte, mas nunca foi exatamente um romance. Há diversos níveis no relacionamento de ambos, razões para estarem juntos nas três partes, e em cada uma delas, são um emaranhado de diferentes coisas que os prendem um ao outro.

A terceira parte, especialmente no final é impactante. Não posso discorrer plenamente a respeito sem dar spoilers, mas peço que prestem atenção e tentem analisar todos os ângulos das situações quando chegarem lá (ou que repensem, caso já tenham lido). Há questões de liberdade, culpa, medos, e muito mais que merecem todo o destaque e são, de fato, motivos que tornam o livro tão importante e aclamado mundialmente.

A edição é simples, de páginas amareladas e fonte confortável. A com imagens do filme é preta e abre um padrão para todas as outras obras do autor, o que me agrada bastante.

A tradução é boa, sem erros que eu possa me recordar. Porém – e aqui devo ressaltar que não sei quanto tem a ver com o fato de o idioma original do livro ser o alemão –, a construção de frases às vezes parecia curta e um pouco truncada. Ainda assim, são em raros momentos e, novamente, enfatizo que não sei se é uma característica própria das construções de frases no idioma original. De qualquer forma, o resultado final é totalmente compreensivo e bastante satisfatório.

Você precisa ler este livro. O filme, de fato, é maravilhoso. Mas você ainda precisa ler este livro. Há algo bastante diferente no tom do livro, e algumas pequenas divergências que também acabam por apoiar os motivos para dar uma chance aos dois. Perfeito para quem gosta de dramas intensos, complexidade ética e psicológica, história mundial, e leituras que geram questionamentos e tópicos para debate. Totalmente recomendado!

site: www.tecendopalavras.com.br
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Clóvis Marcelo 25/07/2014

ENREDO

Michael Berg, um adolescente nos anos 60, é iniciado no amor por Hanna Schmitz, uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Ele tem 15 anos, ela 36. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece de repente da vida de Michael.

“O prazer com que tinha chegado ia-se embora com a leitura. Ler uma peça assim, de modo que os diferentes personagens se tornem reconhecíveis, únicos e vivos, exige certa concentração. Embaixo do chuveiro, o prazer voltava a crescer. Ler em voz alta, tomar uma chuveirada, amar e ficar um pouco mais juntos – este tornou-se o ritual dos nossos encontros.” Pág. 50

Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazistas. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.

Traduzido em 39 línguas, o romance foi contemplado em 1997 com os prêmios Grinzane Cavour, Hans Fallada e Laure Bataillon. Em 1999 venceu o Prêmio de Literatura do Die Welt.

COMENTÁRIOS

Bernhard Schlink possui uma linguagem lírica. Fala do cotidiano expressando o amor que Michael sente por Hanna em forma de metáforas, analogias e aforismos.

Os capítulos são curtos, a história é fluida, porém, ao mesmo tempo nos faz parar em muitos momentos para refletir. O livro ainda é dividido em três partes, e conta com uma leitura objetiva e verdadeira.

Mostra o dilema de um homem que briga consigo mesmo entre a ideia que tem da mulher que ama (aquilo que viveu), com aquilo que a mesma mulher está sendo acusada e, consequentemente, possa ter feito.

É engraçado notar como quando, mesmo que você siga com sua vida, lembranças do passado – quer você goste delas ou não – ainda podem ter efeito em você.

Com certeza eu ficaria chateado com a rebeldia e mau comportamento de Hanna para com Michael se já não soubesse qual o grande mistério do livro. Em contrapartida, já saber desse segredo – pois assisti primeiro ao filme, anos atrás – fez-me ver a história por outra perspectiva, mais minuciosa, focada, sem devaneios, apreciando-a melhor.

Em suma, "O Leitor" trata de uma história de amor entre um jovem e uma mulher madura que, entretanto, conhece pouco do mundo das letras. O rapaz a ensina a pensar, imaginar e ver as coisas sob um novo olhar. É ainda uma reflexão sobre a vida, o comportamento de uma nação e o limite da culpa que nos autoatribuimos pelos erros de nossos antepassados.

QUOTE / CITAÇÃO

“Que história triste, pensei durante muito tempo. Não que eu pense agora que ela é feliz. Mas penso que é verdadeira e, diante disso, perguntar se é triste ou feliz é algo que não faz sentido.” Pág. 238


site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2014/07/o-leitor-bernhard-schlink-livro-e-filme.html
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Sarah 04/05/2014

Resenha no blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Penso, chego a um resultado, mantenho o resultado preso a uma decisão e faço a experiência de que a ação é uma coisa por si mesma, que pode mas não tem de seguir a decisão. Com bastante frequência no decorrer da minha vida fiz o que não tinha decidido e deixei de fazer o que tinha decidido”

Michael Berg, um adolescente alemão, passa mal no caminho da escola para casa, e é ajudado por uma mulher vinte anos mais velha. Doente por meses, quando se cura vai à sua casa agradecê-la, e acaba ficando com sua imagem marcada na cabeça. Começam então a ter um caso escondido, intercalando as relações com leitura de livros clássicos. Depois de um desentendimento, ela desaparece, deixando uma marca de grande culpa nele.

Anos depois, estudante de Direito, Michael participa de um seminário especial, que estuda o julgamento de guardas da SS em uma tragédia específica, quando em uma noite muitas mulheres judias morreram queimadas em uma igreja, que não foi aberta pelas guardas para que elas saíssem quando começou o fogo. Uma das guardas era Hanna Schmitz, a mulher que ele amara na juventude.

Assisti ao filme de mesmo nome à algum tempo, ano passado se não me engano, e lembro que fiquei acordada até mais tarde do que deveria para poder acompanhar o final. Esse ano, olhando a biblioteca comunitária da minha faculdade, encontrei algumas cópias do livro e resolvi dar uma chance de novo à história que me chamou atenção. Não tinha visto o filme desde o começo mas sabia mais ou menos como começava.

Confesso que não consigo decidir qual dos dois me interessou mais. O livro é muito bem escrito e muito profundo, cheio de reflexões que devem ser feitas quanto ao tema. O filme é muito bem interpretado e fiel ao livro. O tema Holocausto sempre me chamou atenção desde o colégio, talvez por ser tão difícil de ser entendido, se é que alguém pode realmente dizer que o entende. E é difícil ler sobre ele, por tamanha crueldade envolvida.

Ao mesmo tempo que de certa forma sinto uma rejeição geral ao se falar nisso, sinto que devemos estudar e falar. As coisas hoje em dia tem se tornado de certa forma muito cruéis também. A violência tem se mostrado cada vez maior nos noticiários, e isso me preocupa muito. Temos visto mais casos de assaltos seguidos de bárbaras mortes, estupros, e outras maldades enormes, e me pergunto o porque disso.

Da mesma forma que não entendemos o que houve na época, não consigo entender o que acontece hoje em dia. Será que nossos descendentes, no futuro, lerão sobre nossa época e se indignarão e não entenderão o que houve conosco tanto quanto não entendemos o que aconteceu no passado?

No livro vemos claramente essa questão de culpa, quando Michael se sente mal por amar uma criminosa, por não entender como pôde amá-la, mas ao mesmo tempo não consegue esquecê-la, e com isso vive uma vida perturbada, se fechando para o mundo, não conseguindo viver normalmente. E se questiona sobre o Nazismo do mesmo modo que nós, praticamente 68 anos depois, também fazemos. Sua geração não consegue entender o que houve, e não consegue lidar com isso.

Hanna vive um segredo que modifica todas suas escolhas durante sua vida, e de forma alguma justifica o que fez de errado. Quantas vezes fazemos escolhas erradas com medo de fazer as certas ou para não ferir o orgulho? Ao ser colocada de frente às consequências de suas escolhas, Hanna não consegue lidar com elas.

O livro faz questionamentos quanto moral, escolhas, ação, pensamento, culpa, questionamentos estes que as pessoas deveriam se fazer antes de agir, e que muitas vezes não o fazem. Um questionamento em particular que o Holocausto e a atualidade nos forçam a fazer é: até que ponto a sociedade e as ordens são significativas frente à escolha pessoal? Realmente somos obrigados a alguma coisa nessa vida, ou nos deixamos ser para termos a ilusão de que não temos escolha e assim não precisarmos encarar as consequências como nossa culpa no futuro?

"Eu tinha sempre a sensação de que, sem dúvida, ninguém me entendia, de que ninguém sabia quem eu era e o que me levava até aquele ponto da minha vida. E você sabe, quando ninguém entende, ninguém pode exigir que você preste contas. Mas os mortos podem. Eles entendem. Para isso não precisam ter estado por perto; mas se estiveram, entendem especialmente bem."

site: http://www.sincerando.com/2013/06/o-leitor.html
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