Jardim de histórias 31/10/2022
Bom, porém morno. Faltou um pouco de punch.
Uma história envolvente, bem contada, com um certo dinamismo diria eu. Ambientada na Alemanha durante a guerra e no pós-guerra, onde, conhecemos os personagens: Michael Berg e a Hanna Schmitz que protagonizam uma luxuriosa relação, regada a literatura, ousadia e muitos questionamentos, que inicia ainda enquanto o Michael é um jovem adolescente e Hanna uma mulher madura e misteriosa. A relação, traz uma intrigante construção sobre o olhar juvenil referente a transição para a puberdade, que inicialmente impacta na vida sexual e seu aspecto comportamental, que contrasta no contexto social. Por outro lado, a personagem, Srª. Schmitz, se apresenta e se desenvolve, em um comportamento, sério e de certa forma sedutora, fundamental para despertar uma certa obsessão em Michael. Com o avanço do tempo, entre encontros e desencontros, mudam-se às percepções, o conflito agora, era o quanto algumas decisões que tomamos, conseguem mudar a escolha dos outro, o quanto escolhas resiliêntes podem impactar no aspecto social.
Uma obra que traz a tona a importância da literatura ou a literatura como uma ferramenta de superação e resgate. Enfim, um romance experimental, escrito em um cenário histórico conhecido por muitos. Porém, o livro é dividido em três partes. A parte inicial, muito bem elaborada, com uma, sutil pitada filosófica e psicológica. A segunda parte, me deu a impressão de ter deixado a história arrastada e rasa, não acompanhando o início da obra, Faltando explorar mais o contexto histórico, que certamente auxiliaria em uma imersão. E por fim, na terceira e última parte, embora eu tenha gostado do desfecho, julguei que faltou, na condução da narrativa, um pouco de emoção. A história ou o desfecho, merecia uma transposição emotiva com a capacidade de nos envolver um pouco mais.
Não me emocionou.