lie 13/04/2022
É inovador e revolucionário? Não.
Tempos depois de um acidente de carro, Elliot Drake passa a vivenciar experiências extra-corpóreas durante o sono. Ele percebe, finalmente, que não se tratam de sonhos, mas de fantasmas a tentar se comunicar. Promissor, não é?
A princípio, a história se estabelece em um ritmo gradual ? interessante, apesar de pensar que as informações do que acontecia ANTES do início poderiam ter sido explicação de uma forma menos jogada e mais condizente ?, e funciona até o tom da narrativa ser compreendido pelo leitor. Acontece que essa compreensão não é positiva; depois dela, se torna entediante ler sobre os mesmos acontecimentos e novos mal aprofundados. Muito embora uma escrita leve e simples seja um ponto positivo, não funciona aqui, quando a autora precisou incitar algum medo a nós. Não funcionava. Os plot-twists não funcionaram, não porque eram ruins (alguns eram clichês, sim, mas tinham potencial), mas porque não se deram ao trabalho de aprofundá-los o bastante para que se tornassem interessantes.
Algumas narrações, no entanto, compensaram parte do estresse; a fantasma que assombra a casa de Elliot, por exemplo, compôs minha parte favorita. Gosto de como a autora descreve as cenas que ela participa, e algumas delas me lembraram da Mulher do Pescoço Torto de A Residência Hill ? detalhe que me fez alimentar um pouco mais do interesse que tive pela história dela (que também rapidamente se foi). No fim, ?Não Durma? exige um alto nível de suspensão de descrença que não condiz com o tom da história; o que antes parecia ter sido feito para ser uma história de fantasmas se revela um livro de crime e um pouco de investigação onde os fantasmas em questão mal têm relevância.
Não é de todo um livro ruim: ele consegue ser razoável ao que se propõe; uma curta história de suspense com fantasmas. Simples, mas não ruim ao ponto de ser intragável. Pessoalmente, eu não o consideraria uma leitura prazerosa, mas vai de cada um.