cris.leal 07/10/2021
Faltou profundidade e clareza...
Castella Cresswell, ou simplesmente Castley, tem 16 anos e vive com os pais e mais cinco irmãos em uma casa decrépita no meio da floresta. A família não é bem vista pela comunidade porque vive sob regras bizarras ditadas pelo pai, um fanático religioso, que usa o nome de Deus para ter poder. Segundo o pai, Satanás está em toda parte e sua família não nasceu para estar neste mundo. Afirma que os filhos devem se casar entre si, porque são as únicas pessoas dignas e puras que restam na Terra. Segundo suas crenças fundamentalistas, o lugar da família é o céu e é para lá que eles irão em breve.
A obsessão religiosa e o comportamento agressivo do pai, exercem forte influência sobre os filhos, que o seguem devotadamente. A situação começa a mudar quando Castley, inconformada com a promessa de morte próxima para viver no céu, passa a explorar o mundo exterior e o que encontra desperta seu espírito crítico. Logo ficou claro para ela que o pai é um manipulador, mentalmente doente. Castley parte, então, para a árdua tarefa de convencer os irmãos de que o pai deles e Deus não são a mesma pessoa, que eles podem viver como indivíduos normais, sem castigos, sem miséria e, principalmente, sem culpa.
A proposta de abordar temas como saúde mental, fanatismo religioso, violência doméstica, incesto e bullying, é interessante, mas o enredo pecou pela falta de profundidade. Algumas circunstâncias importantes para melhor integrar os temas à trama, foram sugeridas mas não foram aprofundadas ou aproveitadas. Diante disso, a oportunidade de tornar a história mais envolvente e interessante, foi perdida. Também não me agradou o final meio aberto. Enfim, o livro não funcionou muito bem para mim, mas lembrem-se, amigos, isto é apenas uma opinião pessoal.