Unwind

Unwind Neal Shusterman




Resenhas - Unwind


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Clio0 27/01/2015

Escolhido pela capa.

Unwind é uma história que não apenas beira o macabro, ela também tira sarro de um monte de disputas ideológicas atuais que são puramente baseadas em convenções.

Imagine que A (pessoas acreditam que todos temos alma) e B (não sabemos de fato o que é morte ou vida, sabemos apenas que uma é a negação da outra) e que AB decidem que uma boa maneira de acabar com abortos e superpopulação e ao mesmo tempo bombar a economia, é usar adolescentes como peças de reposição. Essa é a proposta de Unwind.

Agora veja bem, esse primeiro livro não está aqui para discutir a moralidade da questão, está para mostrar o desespero dos adolescentes que são escolhidos pelo processo e como a sociedade se beneficia do sistema.

É mais que chocante, é assustador. Especialmente se você conhece um pouco de como funciona o processo de doação de órgãos no Brasil.

Obviamente, para o desenvolvimento desse tema são necessários personagens que não pisem na bola e é aí que somos brindados com um quadro que cumpre o papel, sendo funcionais o suficiente para serem cativantes, mas não tão carismáticos que minem a história.
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Pefico 18/08/2010

Psicótico (num bom sentido)
Unwind é muito, muito macabro.

Depois de uma grande guerra, as regras mudam e seus pais podem abortar você retroativamente na adolescência. Portanto, até você fazer 18 anos, seus pais podem se livrar de você assinando uma ordem para te enviar para campos de colheita, onde suas partes serão separadas e você passará a viver um estado de vida múltiplo, como eles chamam. Todas as partes do seu corpo precisam ser aproveitadas, então de certa forma você continua vivendo, ou assim afirmam aqueles que inventaram o processo.

A história tem três protagonistas, Connor que é um garoto problemático e que vive se metendo em brigas, Risa que é uma órfã cujo talento em tocar piano não foi o suficiente para salvá-la de ser unwinded pelo governo e Lev que é um tithe, um menino que nasceu com o propósito divino de ser unwinded.

Eu comecei achando o livro meio mal escrito e os personagens fraquinhos. Mas quando o plot vai desenrolando, a história fica incrivelmente rica. Se você entra na história e consegue esquecer os furos no enredo (como o fato de que o processo pra desmantelar (unwind) alguém seria algo que NUNCA aconteceria, principalmente como resultado de uma guerra entre pessoas a favor e contra o aborto, dentre muitos e muitos outros), você consegue curtir demais a história.

Muito bom, recomendo pra todo mundo que gosta de um cenário dark.
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aylapsb 04/03/2024

? Undwind, 2007

Comprei totalmente pela capa, não fazia ideia do que esperar, mas com certeza não era isso

Os personagens são ok, a construção de mundo achei bem rasa, e achei que ele poderia ter retratado de alguns assuntos de uma maneira um pouco melhor

É uma distopia muito diferente de qualquer outra que eu já tenha visto, ainda mais por retratar sobre uma realidade vinda por uma guerra entre pessoas a favor e contra ao aborto, e, para acabar com a guerra, eles chegaram a conclusão de que a melhor opção seria os ?unwind?, que basicamente os pais/responsáveis podem assinar um contrato para desviver seus filhos entre a idade de 13 e 18 anos e doarem os órgãos, tudo isso com a criança ainda consciente (confesso que achei essa premissa bem ???)

Mas enfim, não é ruim, só não é bom também
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ka mcd 27/11/2011

Unwind
Bom, hoje vou falar de outro livro que entrou na minha lista de favoritos. Não me culpo tanto por ainda não ter falado nada dele por que o li há pouco tempo, mas acho uma vergonha que o Neal Shusterman não seja conhecido por aqui. Por que, lá fora, ele é um autor altamente aclamado. E com muita razão.

Sombrio. Denso. Polêmico. Fantástico. Único. Essas são algumas das palavras que eu usaria para descrever esse livro. Neal é um verdadeiro gênio. E não só pela estória magnifica que criou, mas por tudo que aborda dentro dela.

Ele fala de assuntos polêmicos que não vemos sendo muito discutidos hoje em dia. E não pára por aí. Ele ainda pega a parte mais delicada do tópico e a explora, cutucando aquela pequena parte do seu cérebro e fazendo com que você passe horas pensando naquilo, debatendo consigo mesmo se o que você acreditava ser certo é realmente tão certo assim. E ele faz isso de uma forma tão sutil, mas tão chocante ao mesmo tempo. Não fala com todas as palavras necessárias para ser óbvio, mas cria uma situação que envolve a polêmica em questão, sem expor sua própria opinião. Ele deixa que nós decidamos se aquilo foi horrível ou correto.

Acho que esse foi o livro mais difícil que já li. Não pela linguagem ou por que a estória seja chata, mas por todas as coisas hediondas que ele trás dentro de si. Havia momentos em que eu precisava fechar o livro por alguns minutos para refletir sobre a crueldade humana. Era dolorosamente honesto, dolorosamente real. Por que, ah, o autor colocou sim fatos verídicos ali dentro. Como uma matéria de jornal real que me deixou com nojo da minha própria espécie, dos meus próprios "irmãos". Isso criou um caos em minha mente enquanto eu devorava o livro. E, quando o terminei, não havia mais caos nenhum. Apenas ideais concretos e inabaláveis.

Parece que vamos mudando com as personagens ao longo da leitura. Eu me senti muito próxima do Lev. E também me impressionei muito com ele. A transformação dele é, provavelmente, a mais complexa e bem-elaborada que já vi em toda a minha vida literária e cinematográfica. E não é só ele que  é bem trabalhado assim. O Connor também muda muito com o passar da estória, mas o Lev acaba se destacando por sofrer mudanças tão drásticas. Eu realmente duvido que algum dia vá encontrar uma personagem tão complexa e bem estruturada. A Risa é a única dos três principais que não muda tanto, por que, na verdade, não acho que ela precisasse mudar. Ela já era boa o suficiente no começo do livro. Ela já tinha passado pelas dificuldades necessárias. 

E a estória? Bom, só digo que ela vai deixar seu coração batendo como louco enquanto estiver com o livro nas mãos. Você teme pelas personagens, chora por suas desgraças, se emociona com os milagres e sente vontade de espancar alguém pelas injustiças que sofrem. Você fica viciado nela e na adrenalina que ela trás para suas veias.

Sei que é difícil acreditar que um livro sombrio assim possa ser tão bom, mas é. Inicialmente eu só queria um livro que me desse calafrios de medo (e ele deu), mas, depois de começá-lo, eu só queria que o Neal brincasse cada vez mais com as minhas morais, que ele discutisse mais sobre o valor da vida, religião, guerras, consciência e humanidade. Eu queria cada vez mais dessa estória ao mesmo tempo que queria saber exatamente como todas aquelas tramas terminariam. 

Eu fui surpreendida vezes sem fim e tenho certeza de que se lesse Unwind novamente, apesar de já saber tudo que acontece, me sentiria tão impressionada e chocada quanto da primeira vez. Sei que muita gente vai torcer o nariz para esse livro, mas digo: dêem uma chance a ele. Tenho certeza de que ninguém aqui irá se arrepender, não importa o quão desprezíveis algumas coisas sejam. Afinal, ele usa fatos reais para criar uma fantasia e nós não podemos simplesmente fechar o olhos para a nossa realidade, não importa o quão horrível ela seja.


http://lalalajustme.blogspot.com/2011/11/resenha-unwind.html
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Fabio 18/10/2010

Melhor livro do ano até agora.

Em um futuro distante, após a segunda guerra civil americana, travada pelos exércitos a favor da vida e a favor da escolha. Foi assinada uma carta de leis. A mais importe é a que protege a vida de um ser humano desde a concepção até os treze anos. O interessante é que se os pais decidirem que o adolescente não presta, então entre os treze e dezoito anos ele pode ser abortado ou ser UNWIND.

UNWIND é um estado muito peculiar onde o indivíduo será completamente dividido, sendo suas partes vendidas ou doadas.

O livro não é maniqueísta. Vi muitos tons de cinza, e o autor foi bem coerente na ambientação da sociedade futura. Seus problemas e soluções.

As personagens são muito fiéis as suas características e o enredo é de tirar o fôlego. Esse livro me causou as mesmas sensações que 1984.

Livro fantástico. Vou prestar mais atenção no Neal Shüsterman e suas obras!
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09/01/2011

Um livro questionador sobre o controle do Estado em relação as decisões pessoais e como a pressão do Estado e da sociedade podem banalizar a vida. Apesar de parecer tema de pesquisa sociológica, a história já inicia com ações rápidas e decisões inesperadas vindas do personagem principal, o adolescente Connor, que ao lutar pela sua sobrevivência já encontra, logo no começo do livro um caminhoneiro que recebeu uma mão transplantada de outro adolescente que foi entregue para os campos de colheita, lugar para onde pessoas como Connor, Unwind, devem ir. É um mundo pós guerra entre os grupos pró vida e pró escolha, a sociedade fica com a solução mais próxima do meio termo; os "unwinds", pessoas que são "abortadas" aos 13 anos. Uma realidade distópica tão chocante quanto 1984 e Admirável Mundo Novo, está na minha lista dos melhores livros lidos!!!

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Mariane 14/08/2012

WOW.

Resume esse livro todo. Eu nem vou tentar fazer uma resenha mais expressiva porque acho que não consigo colocar em palavras tudo que ele me fez sentir. É tudo intenso e sensacional, sem exageros: personagens, história, ambientação, narração. E achei o tema tão peculiar que fiquei ao mesmo tempo fascinada e perturbada. Só sei que todo mundo precisa ler, todo mundo!

E teve uma parte dele - quem leu provavelmente vai saber - que foi a cena que mais me deixou tensa e nervosa depois de ter lido de provavelmente todos os livros que já li. Eu simplesmente não conseguia parar de pensar e imaginar aquilo.

Faço reverências a você, Sr. Neal Shusterman!
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Michelle 04/03/2012

Unwind?????????
Perturbador e ao mesmo tempo Comovente. Ficcional e ao mesmo tempo Realista. Macabro e ao mesmo tempo Esperançoso.
...Confuso... Dualista... Único...

Unwind é uma daquelas histórias que ficam na sua cabeça muito depois de terem sido lidas, é um daqueles livros que realmente valem a pena.

Em um futuro alternativo nos Estados Unidos, após uma longa guerra, o método do unwind é criado como uma das soluções para o apaziguamento e fim do conflito entre dois lados adversários. Tal técnica se resume a utilização de partes do corpo de adolescentes "rejeitados" por seus pais para curar outras pessoas. Segundo o Estado e todos os envolvidos em tal processo, este deve não deve ser considerado o fim da vida, mas sim uma diferente(e dividida)continuidade desta. Mas será que viver com as partes do corpo divididas é realmente uma forma de vida?

Os protagonistas de Unwind acreditam que não, ou apenas não sabem a resposta para essa pergunta e não querem arriscar suas vidas e sua individualidade nas concepções e visões de mundo de um Estado autoritário. E nessa contestação de ideias pré-estabelecidas que começa a narrativa do livro, a fuga de ser unwind, a busca pela sobrevivência.Nessa jornada que Connor, um adolescente rebelde e a decepção de seus pais, Risa, uma órfã que o Estado não tem mais verba para criar,e Lev, um garoto de família religiosa que é destinado desde o nascimento para ser unwind, se encontram.

A personalidade dos personagens centrais é extremamente realista, eles são apenas adolescentes que em uma situação de extremo desespero(o risco de ser unwind) fazem o melhor para sobreviver, por esse motivo é possível facilmente relacionar-se e torcer por eles.Ao mesmo tempo você contesta muitas decisões que os protagonistas tomam, já que Unwind não se passa em um mundo justo ou pacífico, mas sim em uma realidade em que a cor predominante é o cinza e que ações consideradas repulsivas e irreais em nosso dia a dia fazem parte do cotidiano de Connor, Risa e Lev.

Unwind, em minha opinião, não é apenas um distópico, mas sim uma história que fala sobre a complexidade da natureza humana e do que o ser humano é capaz de fazer em situações desesperadoras.Apesar de apresentar, muitas vezes, uma visão de futuro e da natureza humana pessimista(pais que se livram dos filhos, sem remorso, vingança, assassinato, e acima de tudo o egoísmo), as atitudes de muitos personagens(principalmente os centrais) demonstram que ainda existe esperança para humanidade(espero que comece a acontecer no segundo livro).No entanto, acredito que o aspecto mais importante da leitura, e o motivo de ela ter me marcado tão profundamente, foi a minha noção de que a todo momento o unwind(descartar) estava próximo e que caso os personagens não fugissem e lutassem esse seria o seu destino final: a perda da sua essência e identidade.
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