O nariz

O nariz Nikolai Gógol




Resenhas - O Nariz


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Alane.Sthefany 26/09/2022

O Nariz - Nikolai Gógol
Achei a leitura muito divertida, e bastante engraçada. Principalmente a forma que o autor narra e descreve os fatos, com a maior naturalidade do mundo, como se o que fosse descrito não se enquadrasse em um total absurdo.

Ao longo da leitura, você nem percebe que o que está acontecendo é de certa forma "anormal", devido a forma que a história é narrada de um jeito cômico e um tanto trágico, no entanto, em alguns momentos da narrativa, chega a ser hilário quando acontece algo MUITO inusitado, são nesses momentos que nos damos conta do absurdo do que está acontecendo durante toda a narrativa, e nesses momentos é que realmente o livro nos tira boas risadas, justamente pelo absurdo que é, que nos parece um tanto irreal os fatos descritos, e que no final, nem mesmo o narrador (não confiável e que não se atém a tudo o que aconteceu - não é um narrador que sabe todos os fatos e partes da história que nos é apresentada) entende e chega até mesmo a nos interrogar se de fato toda essa narrativa verdadeiramente aconteceu.

No entanto, "incidentes semelhantes acontecem no mundo; é raro, mas acontecem."

Achei muito interessante a forma que o autor fez sua crítica nessa obra, através de um enredo cheio de ironias, sátiras e fatos hilários.

Subvertendo de forma metonímica a ideia de um ser que se torna dois ? essa duplicidade se dá entre um homem e uma parte de um homem, o seu nariz. Em que a parte torna-se mais importante que o todo. Gógol não apenas destrona o protagonista do conto ao ridicularizar sua situação ?sem nariz? mas também carnavaliza uma situação grotesca, desesperadora e trágica do personagem.
Quando descreve que o nariz estava em maior e mais elevado cargo hierárquico do que o próprio personagem Kovaliov, Gógol está criticando e mostrando quão ridículo era isso na época, apenas devido aos cargos públicos, que aliás, o nariz na tabela de patentes do serviço público da Rússia imperial, era um cargo de quinto nível, portanto três níveis acima da patente do próprio Kovaliov.

As notas de rodapé nessa edição da Antofágica, é de fundamental importância para a compreensão da obra.

Foi o meu primeiro contato com o escritor russo Nikolai Gógol, e gostei bastante, por mais absurda que foi a leitura.

?????

"No mundo não há nada que dure muito, e, por isso, até mesmo a alegria, logo no minuto seguinte, já não é mais tão vívida;
no terceiro minuto, ela se torna ainda mais fraca e, por fim, dilui-se, de maneira imperceptível, num estado de espírito comum, como um círculo na água, gerado pela queda de uma pedrinha, que finalmente se dissolve na superfície plana."
Paulo Vitor 26/09/2022minha estante
É uma leitura bem divertida e como sempre Gogol da exemplos de servidores públicos russos da sua época em seus contos.


Alane.Sthefany 26/09/2022minha estante
Sim, mesmo sem entender o que ele estava criticando no início, me tirou várias risadas, depois com os comentários de rodapé, comentários extras e dando uma pesquisada sobre a obra e época que foi escrito, para saber o contexto histórico, que percebi a genialidade do Gógol na criação de "O Nariz". ?


Camila Mendes 28/09/2022minha estante
Um dos meus favoritos da vida ?


Alane.Sthefany 28/09/2022minha estante
Uma leitora de clássicos russos, amo !!!


Tiago.Boaventura 07/10/2022minha estante
O fato de ser um nariz o personagem principal desse livro não é a toa. Há toda uma simbologia por trás dessa pequena obra, que nos enche de reflexões. O tema do duplo também foi abordado por Dostoievski, R. L. Stevenson e Oscar Wilde e penso ser um tema importantíssimo para discussão.


Alane.Sthefany 10/10/2022minha estante
Tiago,

Sim, muito bem escrito o livro e cheio de significados por trás dos personagens.

Eu fiquei sabendo ao ler os comentários e a introdução sobre a obra de Dostoiévski, fiquei até interessada, por enquanto ele é meu escritor russo preferido ??




Rosangela Max 11/06/2022

Um clássico cômico.
É um conto divertido e com um enredo inverossímil, cujo objetivo, além do entretenimento, é o ridicularizar o pomposo personagem principal.
Gostei!
A escrita do autor é maravilhosa e as notas da edição são espetaculares.
Mais um trabalho incrível da Antofágica.
Recomendo a leitura.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 16/04/2021

O Riso Como Crítica Social
Nicholas Gógol (1809-1852) é um dos fundadores da literatura russa. Faz parte da chamada era de ouro, que abrange a primeira metade do século XIX, e sua obra distingue-se pela importância e influência que exerceu em proeminentes autores desse período, como Dostóievski, Tolstói, Turguêniev e Tchekhov.

Por sinal, a chave para compreendê-la está na complexa personalidade do escritor. Católico fervoroso, hipocondríaco e anoréxico, ele possivelmente morreu de inanição. Ao mesmo tempo, mantinha um difícil relacionamento com as mulheres, a ponto de jamais se casar, nem ter uma namorada (ou namorado), inclusive, o amor e a figura feminina aparecem relegados para segundo plano nos seus textos.

Se não bastasse, era sensível, uma critica valia mais do que mil elogios, e depressivo. Também tinha o péssimo hábito de incinerar seus manuscritos durante acessos raivosos. Salvos do fogo, estão a conhecida peça teatral "O Inspetor Geral", alguns romances e histórias curtas, entre as quais se sobressai "O Nariz".

Trata-se de um conto cômico-satírico que foi publicado originalmente em 1836, na revista Sovreménnik (O Contemporâneo), fundada e dirigida pelo escritor Aleksandr Pushkin. Tendo como cenário São Petersburgo, ele apresenta a história do ?major? Kovaliov, um certo assessor do colegiado, cujo Nariz resolveu abandonar seu rosto, para ter uma vida independente.

Essa é uma história na qual ?o invulgar torna-se estranhamente verosímil? e seu fulcro reside na maneira omissa de entender a realidade. Ao mesmo tempo, ela também traça uma severa crítica ao funcionalismo russo e remete a perda da identidade.

Em geral, é o nariz que dá identidade ao rosto de seu proprietário. Ainda mais se for proeminente e cheio de personalidade como o de Gógol, que costumava chamar a atenção de todos que o conheceram. Logo, é bem provável que essa particularidade seja a fonte de inspiração da narrativa.

Por outro lado, esse bizarro protagonista, que vai à igreja e desfila pela cidade com um uniforme oficial decorado com fios de ouro, deve ser entendido como um duplo bastante singular, pois a duplicidade se dá entre um homem e uma parte dele.

Esta inversão da lógica é uma teoria literária denominada ?carnavalização?, um conceito trabalhado pelo crítico e teórico de literatura soviético Mikhail Bakhtin cuja explicação está detalhada nos textos de Raquel de Toledo e Inty Anny Queiroz que fazem parte da Fortuna Crítica e, após a conclusão do conto, sugiro as leituras, pois redimensionam a compreensão de uma história que ?faz do riso uma crítica social?.

Finalizando, com apresentação de Tamy Ghannam, a Editora Antofágica mais uma vez entrega aos leitores uma impecável edição. A tradução de Lucas Simone é primorosa, por sinal, já conhecia seu trabalho, foi ele quem traduziu A Morte de Ivan Ilitch pela mesma editora. As ilustrações ? grotescas como a comicidade do conto mas amenizadas pela presença do rosa escuro ? são de Luciano Steinmetz e formam um belo e interessante conjunto cujas fotografias, postadas neste comentário, foram feitas no meu IPad com o aplicativo gratuito de leitura da Amazon.

Bom entretenimento!
Amanda 02/05/2021minha estante
Obrigada, Leila!


Leila de Carvalho e Gonçalves 02/05/2021minha estante
Grata, abraços!


Rosa Emilia Bulhões 06/01/2022minha estante
Obrigada por esse comentário tão rico e agregador!


Alexandre 25/01/2022minha estante
Resenha riquíssima, obrigado




MissMel 10/07/2023

O nariz fujão
Sempre fiquei tentada a ler literatura russa. Como queria um conto rápido, já tinha escutado falar do escritor Gógol e decidi arriscar em algum livro dele para entrar nesse novo mundo. O nome diferente e a história me deram uma surpresa boa, arrancou várias risadas e cara de choque dessa pessoa aqui.
O jeito em que narrava os fatos descritos me deixava incrédula não pelo o que acontecia, e sim pela naturalidade com eventos fora da realidade, e até fiquei rindo de mim mesma imaginando um nariz com pernas KKKkks
Mas sinto que não me envolveu completamente, me diverti? Claro que sim, só que às vezes sentia que faltava explicação para algumas partes que não foram resolvidas adequadamente.
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Regis 19/06/2023

Satírico e Insólito
O conto foi publicado em 1836 e já traz em sua essência todos os traços da escrita de Gógol; a crítica à burocracia, a sátira política, a comédia e uma preferência por histórias insólitas. A sinopse já mostra o absurdo da situação que só se torna mais insólita a medida que avança: em uma manhã como qualquer outra, um barbeiro, conhecido pela quantidade de sangue que faz jorrar do rosto de sua clientela, toma seu café da manhã. Ao afundar a faca sobre um pão recém-assado, encontra um ingrediente que não estava na receita: um nariz.

Gógol representa a sociedade petersburguense de forma satírica, retratando-a como absurda ao ponto de até mesmo um nariz poder ganhar respaldo desde que possua um título.

Ler os livros de Nikolai Gógol tem sido uma experiência e tanto. A forma estranha e divertida como ele retrata a sociedade russa e tece suas críticas; tornando toda a pompa e burocracia risível aos olhos de seus leitores, é maravilhosa!

Essa é mais uma de suas histórias que ficará marcada em minha memória junto com o Retrato e O Capote.

Adorei ler esse conto e recomendo a todos essa ótima história e esse grande autor.
Iluvitoria 19/06/2023minha estante
Louca pra ler esse


c a r o l 19/06/2023minha estante
Amiga, já li esse conto, porém não lembro desse fato do nariz na manteiga!! Estou chocada com a minha memória ruim kkkkrying. Bom que já serve como desculpa para uma releitura hahah
Ótima resenha ?


Regis 20/06/2023minha estante
É um ótimo livro, Lemairotiv. Espero que goste muito. ?


Regis 20/06/2023minha estante
Não é na manteiga, Carol, é no pão. O barbeiro vai cortar o pão, encontra o nariz e fica se perguntando de quem seria, já que no dia anterior ele estava muito bêbado e não se recorda bem. ?


elfojonas 21/06/2023minha estante
Interessante, deu vontade de ler, já coloquei na listinha haha


Regis 21/06/2023minha estante
Espero que goste, Jonas. ??


HenryClerval 28/06/2023minha estante
Perfeita sua resenha, Régis.???


Regis 28/06/2023minha estante
Valeu, Leandro. ?


Carolina.Gomes 05/07/2023minha estante
Gostei mais de O capote e o retrato. Me decepcionei um tanto com esse. Adorei a resenha.




felpspovoa 22/01/2022

Quando o skoob começar a dar os devidos créditos de resenha para os usuários eu faço uma resenha deste livro :)
Thalia 22/01/2022minha estante
ótima resenha! vou ler :)


bia jordem 22/01/2022minha estante
Vc tá famoso, mo!


felpspovoa 22/01/2022minha estante
Obrigado, Thalia! Espero que goste da leitura ^-^


felpspovoa 22/01/2022minha estante
Mozão, a fama veio enfim!




Michela Wakami 08/01/2024

Intrigante
São tantas as teorias para esse conto, sendo difícil escolher somente uma delas.
Mas eu resolvi arriscar e apostei em uma, na qual Gogol esteja fazendo uma crítica do quanto as pessoas se importam com a aparência, julgando-a necessária para alcançar o seu sucesso profissional ou amoroso.

É certo ou não se importarmos tanto com isso?
O nosso protagonista acredita que sim.

E você o que acha?
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Aline Oliveira 04/09/2022

Leitura rápida!
O nariz literalmente tem voz.
Esse conto tem umas partes engraçadas, e como assim o nariz foge e todo mundo trata na normalidade? Como é possível?
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Cinara... 28/02/2022

Que nariz enxerido!
"... saltou de lá de dentro um senhor de uniforme, que subiu correndo as escadas. Qual não foi o horror e, ao mesmo tempo, o assombro de Kovaliov ao perceber que era seu próprio nariz!"

Um conto totalmente fora da casinha. Amo Gógol um dos meus autores russos favoritos. Sempre ele coloca um tico de humor aqui e ali, conto rapidinho, improvável e peculiar.
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Pedróviz 20/06/2021

O Nariz
O Nariz é um texto muito divertido. Sinopse e resenhas falam que Gógol faz sátira no livro contra a burocracia. Estou certo que há sátira no livro, mas escrever sobre um nariz andando por aí e assumindo cargos públicos, ao meu ver, é mais algo para causar risos pelo inusitado, pelo non sense, do que para fazer pensar na burocracia. Sinceramente, creio que nem sempre os escritores escreviam para criticar; às vezes, como em O Nariz, escreviam para relaxar. Avaliação 4/5
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Alberto 27/07/2022

Um nariz doppelgänger
A primeira vez que eu vi o termo alemão doppelgänger foi na série How I Met Your Mother. Em episódios da 5ª e da 6ª temporadas, os personagens encontram versões quase idênticas a cada um deles, levando a cenas hilárias.

O termo é também usado na literatura e o conhecemos como o mito do duplo, ou simplesmente duplo. A ideia é o confronto de um personagem com a sua cópia, em situações inquietantes com questionamentos sobre a sua identidade.

Esse fenômeno também pode ser manifestado através da cisão de uma parte do corpo do personagem, que adquire personalidade própria e passa a ser a "cópia". É justamente o caso de O Nariz. É um conto inusitado, bizarro, reflexivo e cômico. Tudo ao mesmo tempo.

Nikolai Gógol utiliza o humor para criticar a burocracia da cidade de São Petesburgo. Ele satiriza políticos e servidores públicos típicos, demonstrando como são fúteis e alienados. O protagonista passa por diversos sufocos, mas é difícil ter pena dele, pois o sujeito não atrai muita simpatia, deixando o leitor livre para rir sem culpa do seu sofrimento.

O Nariz é um conto curto com sátiras leves e bom humor. A versão da Antofágica merece destaque. Além de capa dura, vem com ilustrações do artista Nicholas Steinmetz e textos de apoio de autores especializados em literatura russa.
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Rafa 03/08/2022

Aleijão Social
O nariz, nesse conto, representa (sobretudo) um embaraço social. O drama vivenciado pelo protagonista vai além do dano estético.
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Luuizafkr 23/09/2023

Primeiro livro do Gógol
Estou em uma vibe de escritores Russos, e gostei bastante desse conto do Gógol, achei divertido e bem escrito, além de ter uma crítica social da época.
iarakessia 23/09/2023minha estante
eu não entendi esse livro de jeito nenhum ?


Luuizafkr 23/09/2023minha estante
É uma sátira, uma crise da sociedade Russa na época, mas o estilo do Gógol, que eu entendi, é mais fazer o escritor rir do quê chocar com uma crítica séria.




Patty 02/07/2021

O riso como crítica social.
Gostei muito de conhecer o estilo de escrita de Gógol. O conto é curtinho e fácil de ler.

Os textos de apoio e as videoaulas dessa edição da Antofágica ajudam e muito no entendimento do período histórico e também no enredo como um todo.

Recomendo demais a leitura.
Caroline1432 05/07/2021minha estante
Quero ler este também!! ?




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