Dani do Book Galaxy 18/05/2021Um final mais ou menos para uma trilogia que foi... mais ou menos 😅Eu tive que me preparar e juntar um pouco de paciência antes de encarar o terceiro livro da série "Firebird".
Uma trilogia que prometia ser sci-fi mas é um romance adolescente, a aventura vivida por Marguerite por diversas dimensões poderia ser muito mais empolgante, mas perdeu a linha ao trazer o romance como o ponto principal da trama.
Não apenas o romance é o ponto principal da trilogia, como há um triângulo amoroso que se repete sem parar em vários universos criados sem muita imaginação. Esse foi um dos triângulos amorosos mais insuportáveis que já li em um livro YA, de longe.
Não apenas porque Paul - o amor de Marguerite - é extremamente sem personalidade e entediante, mas também porque a própria Marguerite é uma protagonista irritante. O jeito como ela narra a história é cheio de umas piadinhas que nem sempre aterrizam direito e, sua tentativa de passar uma impressão de ser sarcástica e inteligente faz com que ela soe como uma pré-adolescente se passando por adulta.
Fora sua insistência em chamar as personagens de “meu Paul” ou “meu Théo” quando se referia aos amigos do seu próprio universo, além de chamar a Marguerite da dimensão da Tráide de “a do mal”. É bastante infantil. Pode ser um problema da tradução brasileira? Talvez, mas duvido. Acho que Marguerite soaria insuportável em qualquer idioma.
Saindo um pouco do tópico "Marguerite", mas me mantendo no assunto sobre a escrita da autora, uma coisa achei bem legal. Como a história dessa trilogia é bastante confusa, sou muito grata à autora por sempre dar uma explicada em alguns momentos sobre o que aconteceu anteriormente. Alguns leitores não gostam (principalmente os que leem os livros um em seguida do outro), mas eu acho maravilhoso e me ajuda muito a lembrar de detalhes que possa ter esquecido.
Dito isso, num geral achei que este foi o melhorzinho dos três livros que compõem a série Firebird. Apesar de ter achado a motivação da Tríade bem boba e até um tanto decepcionante, consegui pescar a mensagem da autora sobre o compõe nossa personalidade e identidade: Quantas facetas uma pessoa pode ter? Todos temos um lado sombrio, mas também temos a capacidade de lutar contra ele e não nos deixar dominar por sentimentos ruins. Nós somos quem escolhemos ser, mesmo que uma parte de nós tenha passado por experiências ruins.
O livro teve um bom ritmo, com várias viagens no espaço/dimensões e bastante aventura. A autora até nos brinda (finalmente!) com um pouquinho mais de sci-fi ao descrever uma dimensão com alguns conceitos bem interessantes (que não explorarei nesta resenha para não estragar a surpresa).
Não é uma trilogia que posso dizer que amei, mas foi divertida em alguns pontos. Leitores que não se importam tanto com os pontos que mencionei sobre a protagonista e o triângulo amoroso, e também não esperam nada muito científico, provavelmente vão encontrar nesses três livros uma boa distração!