Sheila 08/08/2012Resenha: "Filhos de Galagah" (Leandro Reis)Oi pessoas! Como vocês estão? Espero que tudo ok. Hoje vou apresentar para vocês o primeiro livro de uma trilogia escrita por Leandro Reis intitulada "Legado Goldshine". A trilogia compõe-se dos livros Filhos de Galagah, Senhor das Sombras e Enelock, e hoje tentarei falar um pouquinho a respeito do primeiro livro da série, soltando o mínimo possível de spoilers, já que a trama é bem densa e complexa.
De cara somos apresentados a Iallanara Nindra e Galatea Goldshine, que terão seus destinos entrelaçados no desenrolar da trama. A primeira, é uma bruxa vivendo na orla da floresta, sobrevivendo como pode a um mundo que se mostrou hostil desde o princípio. A outra, é uma princesa, cercada de toda a atenção e carinho da família, mas portadora de um destino tão grandioso quanto difícil - ser uma Campeã Sagrada.
Galatea é a princesa, filha do rei Airon e pertencente a linhagem real dos Goldshine, que há gerações vem recebendo de seu Deus Radrak a missão sagrada de trazer paz e justiça ao mundo, ou seja, ser um dos Guardiões da Vida e representar seu Deus em vida. Por séculos o reino de Galagah vem sendo governado pelas mãos justas dos Campeões Sagrados da família Goldshine, mas um Mal há muito a solta ameaça com guerra e terror não só o reino de Galatea, mas todo o equilíbrio sagrado do mundo em que vivem, Mal que tem em um nome sua representação: Enelock.
"Airon fitou o chão. Recitou, então, o que lhe fora recitado pelo seu pai:
- Contra o Lorde Supremo da Morte não haverá espada dourada que deixará de perder teu brilho ... Não haverá trégua para a família de Guerreiros da Luz até que seu sangue deixe de existir ... E ele será o carrasco, imortal, incansável e invulnerável para aqueles que têm o deus da Vida como tradição ... Mantendo o ritmo do mundo, trazendo sombras densas à luz cegante".
A fé é o que move um Guardião da Vida, mas mesmo essa titubeia em Airon Goldshine quando, contrariando a todas as expectativas, é Galatea, filha mais nova do Rei, e não seu irmão Thomas, quem se tornará uma Guardiã. Afinal, Enelock tem a seu serviço todo um exército de vampiros, mortos-vivos, bruxas, orcs e outros seres das trevas que tem no mal e sua realização seu único intento. Mesmo assim, o destino - e o deus Radrak - escolhe sua filha mais nova para esta nobre mas árdua tarefa.
"Galatea viu o pai olhando-a pasmo e largou a espada no chão, temendo a represália. A luz cessou de imediato.
Demorou alguns segundos até que Airon percebesse, emocionado, que aquele era um sinal divino. A energia sagrada da espada pulsara em sua forma mais pura quando empunhada por sua filha. Era como se ela já fosse uma Campeã Sagrada. Não conseguia entender como. Galatea abaixou-se e segurou a espada para colocá-la de volta no suporte. Novamente a energia pura e dourada preencheu o local".
Começa então o treinamento de Galatea, orientada por seu tutor Módius na arte da guerra e manejo da espada, e seu professor Vanliot nos ensinamentos a respeito dos deuses e de suas histórias e mitos. Na floresta, Iallanara também é treinada, mas com objetivo diferente: ela cresce sendo instruída na arte das trevas e magia negra.
Mas, seja por obra do acaso ou por um motivo maior, estas duas mulheres tão diferentes acabam cruzando seus caminhos, juntando à comitiva Gawyn, um elfo criado por humanos, Sephiros, elfo guerreiro-mago, e Ethan, O Flagelo Dourado, numa busca que os levará à exótica cidadela de Lemurian onde viverão boa parte da aventura deste livro, em sua busca por ... bom, não vou contar para não estragar a surpresa.
"Filhos de Galagah" possui personagens complexos, uma trama bem elaborada e uma linguagem simples que faz com que as páginas praticamente virem sozinhas. Para quem gosta de Literatura Fantástica, posso dizer que não deixa nada a desejar aos títulos estrangeiros, prendendo a atenção do leitor do início ao fim - e ficando com gosto de quero mais, claro, já que a trama não é resolvida no primeiro livro.
Vale ainda destacar que as cenas de ação são muito bem escritas, numa narrativa que, apesar de descritiva, não cansa por não ser extensa, mas precisa. Por mais que a temática explorada seja muiiiiiiittto antiga e extensamente usada - a luta do Bem contra o Mal - Leandro consegue nos transportar à um mundo paralelo, onde o Bem e o Mal descritos podem quase ser sentidos, tocados ... Enfim, diálogos inteligentes, ação, aventura, drama e até mesmo um toque de humor em algumas passagens, fazem do Livro I da trilogia não só um livro muito bom, mas, na minha modesta opinião, memorável. Recomendo. Muito.
Disponível em: http://www.dear-book.net/2012/08/resenha-filhos-de-galagah-leandro-reis.html