Verão no aquário

Verão no aquário Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Verão no Aquário


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Nado 23/07/2021

Romance nacional escrito por uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, a qual temos a alegria de celebrar a sua presença entre nós.
Verão no Aquário é centrado na vida de Raíza, jovem que vive em constante conflito com sua mãe e que relembra o passado com seu pai alcoólatra. Esse embate com Patrícia, sua mãe escritora, se intensifica ainda mais quando a jovem começa a perceber que sua mãe tem uma ligação além da amizade com André, um ex-seminarista, e com o qual Raíza começou a nutrir uma paixão que aos poucos vai tomando conta de si.
Esse tema central é um estopim perfeito para que um romance tenha um triângulo amoroso e que nas mãos de Lygia Fagundes Telles consegue atingir outro patamar. Rico de diálogos primorosos, com pegada cult e referências culturais em vários momentos, o leitor ficará preso nessa narrativa de Raíza, mas uma dúvida começa a pairar. Será que ela realmente está se apaixonando por André ou ela acredita que esse amor é maior do que parece devido a essa rivalidade enraizada com sua mãe? Isso não sou eu quem vai lhe dizer rs
O que me marcou na leitura foi a intensificação do sentimento de solidão, de desejo e de rejeição que aparentam ser opostos, mas que podem estar tão próximos um do outro. Juntos eles têm o poder de tecer atitudes e, assim, marcar uma fase com emoções mais dolorosas do que deveriam ser. Nesse tipo de cenário, que pode ser mais claustrofóbico do que um uma caixa de vidro abafada e quente, o indivíduo procura buscar alguns momentos de respiro para encontrar alguma distração e assim os dias possam se tornar mais suportáveis.
?Verão no Aquário? é uma das leituras do projeto ?Lendo Mulheres Nacionais? conduzido pelo @eu_rafaprado do qual participam queridos amigos que fazem os mais calorosos debates. Todo mês lemos a obra de uma autora nacional e já estou ansioso para o próximo.
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Nath 23/05/2020

Era verão também ali dentro?
Este foi o meu terceiro livro da incrível Lygia Fagundes Telles, e também foi o meu terceiro favorito da autora. Será que eu AMO essa mulher??!! DEMAIS! E ainda bem que eu ainda tenho mais tantas outras grandes obras da autora na minha estante. Fico imaginando bater um papo com a Lygia num café, ouvindo tudo o que se passa dentro da cabeça dela... deve ser uma experiência quase SENSORIAL de tão enriquecedora.

Mas esse foi "só" o meu segundo romance da autora, o meu primeiro foi o favoritaço Ciranda de Pedra (a minha segunda melhor leitura de 2019, apenas?), que foi quase tão impactante quanto este aqui. Digo, quase, porque assim como o Ciranda de Pedra, eu também me identifiquei com alguns dos dilemas vivenciados pela protagonista dessa história, a Raíza; que, como sugere o próprio nome, é uma jovem mulher extremamente enraizada ao amor fortíssimo que nutre pela mãe, ao falecido pai, ás lembranças da infância e ao passado perdido junto a esse pai. Entretanto, a minha identificação com a personagem não se resumiu a nada disso, mas sim a algo muito mais profundo abordado na narrativa... O lugar de eleição da protagonista: o famoso aquário do título!

Em certo momento, a protagonista se vê as voltas em um forte dilema: isolada do mundo externo dentro dela mesma, presa nas fortes lembranças do pai, ela deseja, impulsionada por um forte sentimento dúbio de rivalidade e amor pela mãe, romper os vidros espelhados da redoma que construiu em torno de si mesma para afogar-se em emoções muito mais profundas; que, como a própria mãe bem falou, com imensa sabedoria, não passava de "literatura", ou seja, as águas do aquário eram muito rasas quando comparado a crueza real do cotidiano da vida.

Mas a nossa Raíza quer afogar-se mesmo assim, mesmo que as suas águas sejam rasas.. Quer alcançar o sumo mais doce da fruta, mas sem morder a casca. Algo impossível! Porque a liberdade dos oceanos fora dos "aquários", requer a força da mordida da casca, requer a luta. Para se alcançar o sumo da vida tem que se arriscar em mar aberto!

"Era bom afundar para sempre mas seria preciso muita água, seria preciso um mar inteiro.", admite a nossa protagonista. Em outras palavras, seria impossível afundar num aquário.

Eu poderia ficar aqui discorrendo sobre tantas outras coisas impactantes que a Lygia abordou nessa história, como a crítica social imposta á burguesia daquela época. Ou o jovem padre André, amigo intimo ou amante da mãe da Raíza (NUNCA saberemos..), atormentado por um passado vazio de amor e afeto e que perdeu a fé em Deus. Ele também estava preso num aquário de águas sombrias; mas, diferente da Raíza, não conseguiu romper o vidro sem se ferir para sempre nas trevas de suas próprias lembranças.. Enfim, mais um livro maravilhoso da autora que mudou a minha forma de ver a vida e me incentivou a lutar sempre em oceanos mais profundos.

"Porque haveria de ser medíocre? Por acaso já experimentou ir mais além? Experimentou? Já dizia Bergson, não podemos saber até que ponto conseguiremos chegar se não nos pomos logo a caminho." Pg.103
Craotchky 23/05/2020minha estante
Adorei a resenha! Profunda. Ainda tenho que ler As meninas.


Victoria 23/05/2020minha estante
Se o livro tiver a profundidade da sua resenha, já vale mais do que a pena.


taiana 23/05/2020minha estante
Eu li "Antes do baile verde", o livro que reúne vários contos dela, e me apaixonei, sua resenha só me faz ter mais vontade de ler Lygia


Nath 23/05/2020minha estante
Ah, muito obrigada Victoria. Fico muito feliz q vc tenha gostado tanto da resenha :) Mas não deixe de ler o livro, é muito mais profundo do que as minhas singelas palavras sobre ele.


Nath 23/05/2020minha estante
Obrigada, Fillipe! Vc sempre um querido ^^ Eu tb vou ler o As Meninas, ele está na minha pilha de livros de próximas leituras ao lado da minha cabeceira.


Nath 23/05/2020minha estante
Muito obrigada, Taiana! Continuemos todos então sempre lendo a nossa Lygia! *-* E eu tb li o Antes do Baile Verde (e tb fiz resenha sobre ele aqui, aliás!) E o Venha Ver o Pôr do Sol é MARAVILHOSO. O melhor conto de terror da literatura brasileira.




Marcelo217 28/06/2021

Uma tragédia contemporânea
Mesmo que tenha sido publicado nos anos 60, essa história tem uma atmosfera muito atual. É o meu segundo da Lygia e não estou decepcionado!

A escrita característica é envolvente desde a página 1. Acho incrível como ela consegue desenrolar uma história dessa forma. Os fluxos de consciência misturados a narração faz ao mesmo tempo uma leitura dinâmica e vacilante. É exatamente o que acontece também em As Horas Nuas dela. É possível ver muitas semelhanças entre os dois livros; o nome das empregadas ser Dionísia, a tensão familiar, a forma meio decadente dos personagens, os romances entre personagens com um espaço de idade grande, a pegada espiritual. Mesmo com todos esses itens em comum a história continua original.

Acho muito fascinante essa atmosfera cult e sofisticada que ela dá aos personagens sem necessariamente trazer opulência ou luxo aos ambientes onde acontecem as histórias. Os diálogos ao mesmo tempo que são corriqueiros, trazem perspectivas tão maduras e sábias aos assuntos da trama, mesmo nas personagens Raíza e Marfa que são mais jovens.

Genial os diálogos sobre espiritualidade, morte e amor que a personagem Raíza tem com Fernando. Me deu muito o que pensar e refletir. Também como em As Horas Nuas, os personagens lidam com traição de uma forma muito prática e fria, o que me deixa sempre a questionar se isso acontece mesmo na vida real.

História muito boa, misteriosa, personagens originais e com atitude, além de uma tensão entre eles que é quase incômoda. Mesmo sabendo que a proposta é essa narrativa que gira em torno da personagem Raíza, fiquei com vontade de ler mais sobre o cenário em geral. Ficou muita coisa subentendida que poderia ter sido mais explorada, como o triângulo amoroso entre Raíza, Patrícia e André. Com certeza lerei mais coisa dela e já to fascinado pela forma como ela escreve.
sah 28/06/2021minha estante
amei a resenha, fiquei com vontade de ler :)


Daniel 28/06/2021minha estante
Próxima leitura!




Monique 14/05/2021

" Quem quiser nascer, tem que destruir o mundo".
Sinceramente, mais um livro para reler na vida, riquíssimo em metáforas.
Saí da leitura sem saber se Raíza saiu ou não do Aquário, acho que sim, acho que sim.
@eu_rafaprado 13/07/2021minha estante
Eu sou o Rafa e tenho um clube do livro que se chama ?Lendo Mulheres Nacionais?, este mês estamos lendo Verão no Aquário da Lyginha! Da uma olhada no meu IG : Eu_Rafaprado , quem sabe você não se anima em participar




@thereader2408 04/04/2022

Um complexo relacionamento entre mãe e filha
Verão no aquário foi publicado em 1964, é o segundo romance de Lygia Fagundes Telles, que nesta obra, empresta a sua voz à narradora Raiza. O enredo desenhado por Lygia permeia um embate entre gerações, mãe e filha, Patrícia e Raiza, escritora e aspirante a pianista. Duas artistas com personalidades distintas dividindo o mesmo espaço e que disputam o mesmo homem, pelo menos é o que Raiza pensa.

Raíza é uma jovem problemática em plena crise existencial, ela guarda memórias dolorosas do pai falecido que se perdeu no alcoolismo. A moça cultiva uma rivalidade velada com a mãe, uma bela escritora famosa, mas ao mesmo tempo sente ciúmes e uma grande admiração. Conhecer o mundo de Raíza é como mergulhar em ambiente abafado, tenso, sufocante, como um aquário.

Os 15 capítulos não apresentam uma linearidade temporal, passamos pelo presente e passado, às vezes intercalados, e também temos acessos a pensamentos e sonhos. No decorrer das páginas vemos a jovem imatura e vida louca crescer, aos poucos ela vai descobrindo que a vida em um aquário, apesar de segura, não é uma vida completa. As mudanças mais profundas chegam com André, um jovem noviço de infância difícil que está dividido entre sua vocação religiosa e seus surtos depressivos.

Dois fatos são marcantes na prosa de Lygia: o destaque dado à vida urbana e o papel feminino. O livro foi publicado em um período de intensa efervescência política, de mudanças sociais e grandes alterações na estrutura familiar que afetou a função sociocultural da mulher da década de 1960. Lygia explora muito bem a psicologia feminina em suas obras, fica clara em sua narrativa a reivindicação de direitos e a discussão de pautas importantes para mulheres.

O clima de insegurança e instabilidade interferiu na autoconfiança de jovens mulheres da época, como no caso da protagonista. Solidão, desejo, rejeição, dor, vontades e frustrações são mostrados como fragmentos da vida de Raíza, e assim como suas memórias que parecem deslizar e derreter com o calor. Um evento importante acontece no final do livro, como uma tempestade de verão, os ventos mudam e passam as estações para Raíza.

@thereader2408
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André Vedder 01/04/2023

O saboroso gosto de querer mais.
Minha primeira experiência com Lygia e já anseio pelas próximas leituras.
Que escrita!
Tudo aqui beira a perfeição, desde a personagem principal e seus conflitos internos até a ambientação criada pela autora, com sua narrativa densa e cercada de mistério.
Lygia possui uma prosa riquíssima, além de uma característica que considero dos grandes escritores: não desperdiça palavras.

"Buscava então minha mãe que lhe aplacava a febre com seu calmo amor, ela o amava na mais perfeita forma de que um ser humano é capaz de amar: sem esperar nada em troca."
Maria 02/04/2023minha estante
Uma das maiores contistas que já existiram!


Maria 02/04/2023minha estante
Esse é um dos poucos romances que não li dela. Colocarei na minha lista.


André Vedder 03/04/2023minha estante
Esse livro ainda martela na minha cabeça de tão bom e rico. Pretendo ler um de contos ainda esse ano.




Thami 26/07/2023

Mais uma leitura genial da Lygia. Como a cabeça dessa mulher funciona ??? me senti dentro do aquário, vivendo aquele calor sufocante enquanto passeava pela mente da protagonista. Maravilhoso!
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Mari 08/05/2021

Primeiro livro lido dessa mulher,e que livro, amei como ela descreveu cada personagem,com um final muito legal.Simplesmente leiam! ?
@eu_rafaprado 13/07/2021minha estante
Eu sou o Rafa e tenho um clube do livro que se chama ?Lendo Mulheres Nacionais?, este mês estamos lendo Verão no Aquário da Lyginha! Da uma olhada no meu IG : Eu_Rafaprado , quem sabe você não se anima em participar


Mari 14/07/2021minha estante
Tá certo,obrigada!




Raphael 15/02/2020

Maravilhoso
Quarta leitura concluída do ano. Minha sétima leitura de um livro da Lygia Fagundes Telles. Meu terceiro dos quatro romances que ela escreveu.

Nota: 5/5.

Romance da decadência burguesa, ambientado no início dos anos 1960, Verão no Aquário retrata um drama familiar: a relação tumultuada entre Raíza -- narradora-personagem cheia de ambiguidades, carências, indefinições; órfã de pai alcóolatra, pianista precocemente frustrada, entregue a uma vida dissoluta e a uma conduta sob muitos aspectos autodestrutiva, no sexo, nas drogas, nos relacionamentos em geral -- e sua mãe, a distante e inatingível Patrícia, escritora reconhecida por quem a filha tem uma espécie de amarga rivalidade. A coisa se complexifica com a presença de André, um jovem e problemático seminarista em crise, consumido pela dúvida quanto à sua vocação, que arrasta a relação mãe e filha para uma tensa triangulação: Raíza acha que André e Patrícia são amantes e, talvez inconscientemente guiada pela rivalidade que sente pela mãe, apaixona-se (ou acredita-se apaixonada) por ele.

Há muitos outros elementos e personagens a compor esta trama, na qual a escritora gerencia uma teia de complexidades que deixo de tentar reconstruir, valendo-me da inseparável tesourinha de Tio Samuel -- personagem do livro que, tendo enlouquecido, vivia a recortar jornais e tudo o mais que lhe caísse em mãos -- para fazer esse recorte.

Como é recorrente na literatura de Lygia, os personagens de Verão no Aquário são trágicos. E a condução dada pela escritora tem uma certa inclinação para a crueza das coisas. Seu texto - como uma vez dissera Borges a respeito da também escritora argentina Silvina Ocampo - é quase cruel, como a escancarar que a vida fora do ambiente protegido do aquário doméstico, se por um lado convive com a beleza do mar, também deve suportar a sua fúria. As coisas nem sempre acabam bem.

E como termina essa relação complicada entre mãe e filha? Vou deixar que descubram.
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Becca 14/07/2021

Meu segundo livro da autora e já arrisco dizer que Lygia não decepciona. Sua escrita é tão linda, tão delicada e ao mesmo tempo tão profunda com todas as analogias, metáforas e lirismo que me deixam encantada por cada frase construída por essa mulher. Os personagens como sempre muito bem construídos, e algumas vezes até detestáveis como a própria Rayza, mas extremamente humanos e reais, nos trazem tantas reflexões e fazem com que em muitos momentos o leitor se reconheça neles. Com toda certeza já sou fã de Lygia Fagundes Telles e espero ansiosamente minhas próximas leituras dessa escritora fenomenal.
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Paula.Costa 06/07/2023

Não vou cair no clichê de dizer que se tornou meu favorito da Lygia porque tenho a impressão que a cada livro dela que leio tenho vontade de dizer isso!
Não é uma trama com muita ação e grandes reviravoltas, mas uma leitura viciante, envolvente, fluida, com uma linguagem deliciosa, quase poética!
Recomendo muito a leitura!
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Felipe 15/06/2021

Não consegui me conectar com este livro. Acho honesto da minha parte já iniciar deixando isso claro pois a Lygia é a minha autora da vida, entretanto, Verão no Aquário não conversou comigo.

Essa é uma leitura que, assim como a maioria dos textos escritos pela Lygia, perpassam muitas camadas, sejam elas referentes ao interior dos personagens ou às situações que estes se envolvem dentro do enredo. Logo, é um livro denso, que exige curiosidade do leitor de entender o que se desvenda além dos olhos.

No entanto, é um livro narrado em primeira pessoa por uma personagem que, na minha opinião, não teve o menor carisma para sustentar um livro. A obra e o enredo conseguiram ofuscar, de certa forma, a natureza egocêntrica, mimada, confusa e angustiante da Raíza. Senti, na minha leitura, que a obra não merecia ter sido contada do ponto de vista de uma personagem tão cansativa com tantos outros personagens mais interessantes, como a própria Patrícia ou o André. Talvez um livro em terceira pessoa, quem sabe?

Devo ressaltar que a Lygia, entretanto, no meio desses aspectos que citei, conseguiu explorar muito bem as camadas da protagonista. Em alguns momentos, a Raíza era angustiante, insegura e instável. Em outros, era decidida, inconsequente e egoísta. Na maior parte do livro, esses traços de personalidade oscilavam para reforçar a necessidade dela de uma figura paterna (e masculina) e a disputa/competição com a mãe por algo que só fazia sentido em sua cabeça. Mas, como dito, esses traços de personalidade ficaram cansativos com o decorrer da leitura e muito do que me perguntei foi: ela é uma personagem realmente complexa ou é só mimada demais? Foi aí que eu percebi que esse livro não conversou comigo. Não tive tanta empatia com a Raíza.

O livro tem passagens belíssimas e inúmeras simbologias e significados que não cabe sinalizar aqui por serem muitos (e todos bem colocados, como sempre! a Lygia é mestra nisso) e isso, pra mim, foram os pontos altos do livro. Mas, em alguns capítulos, senti que o enredo ficou se movimentando em círculos e talvez isso tenha deixado a leitura muito maçante. A Raíza sempre retornava aos mesmos dilemas e quando eu sentia que algo aconteceria, ela voltava aos mesmos dilemas de sempre.

Recomendaria esse livro? Talvez. Triste por ele ter sido lançado bem no meio de Ciranda de Pedra e As Meninas, os dois maiores romances da Lygia. Perto deles, Verão no Aquário se torna um tanto sem graça. É a protagonista menos cativante em um enredo interessantíssimo.

@eu_rafaprado 13/07/2021minha estante
Eu sou o Rafa e tenho um clube do livro que se chama ?Lendo Mulheres Nacionais?, este mês estamos lendo Verão no Aquário da Lyginha! Da uma olhada no meu IG : Eu_Rafaprado , quem sabe você não se anima em participar




Diessica 27/06/2021

Poético e profundo
Pode parecer estranho, mas sinto que li esse livro no momento certo. A escrita é muito poética, não tenho muito o que dizer, ótima leitura.

????
@eu_rafaprado 13/07/2021minha estante
Eu sou o Rafa e tenho um clube do livro que se chama ?Lendo Mulheres Nacionais?, este mês estamos lendo Verão no Aquário da Lyginha! Da uma olhada no meu IG : Eu_Rafaprado , quem sabe você não se anima em participar




Giovana.rAdua 27/01/2022

Invejo Lygia por sua genialidade tremenda, invejo quem ainda não leu esse livro pois terá a oportunidade de lê-lo pela primeira vez com aquela fome que só as primeiras vezes trazem, e invejo ainda meu eu do futuro que retomará a ele feito Bíblia, ritualisticamente.

? ? André, não será tarde demais para qualquer coisa?... Talvez seja melhor continuarmos exatamente como somos, nos aceitarmos com coragem.
? Mas isso não é coragem, Raíza, é covardia.
? Somos assim tão ruins? ?
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Lala 13/02/2022

?Você acha que eu represento?[?]
?O tempo todo,compreende??

Eu não ia escrever sobre esse livro, mas não escrever está me deixando mais inquieta do que o fato de não saber escrever sobre ele.
~
Gosto de imaginar que a Lygia é uma costureira.
Ao abrir o livro, não estou só fazendo essa ação, como também, estou abrindo a minha alma. Estou dando acesso livre as minhas cicatrizes e as feridas em aberto.
Junto ao virar das páginas, certas feridas, vão sendo costuradas pelas palavras. Não é dado o nó final porque, se tem algo que os livros dela me ensinaram, é que só eu posso ter essa função. Só eu posso finalizar a costura.

?Somos nós as palavras[?]E eu? Que palavra serei eu?"
~
Com uma prosa de tirar lágrimas e fôlegos, Lygia mais uma vez me tocou de uma forma profunda e inexplicável.
Assim como ?ciranda de pedra?, eu sinto uma urgência para falar sobre esse livro, mas me encontro em um estado que meu ar me foi tomado.
Eu estou dentro do aquário e?
eu preciso de ar. Desesperadamente.
Porque eu preciso que a vida continue, eu preciso viver. Eu preciso ser.
(Nós precisamos)
~
A uma vastidão em seus livros. De sensibilidade e de força. De imaginário e real.
Há estrondos.
E eu digo isso, principalmente, com relação as palavras que foram escolhidas. Muitas das quais são fortes, mesmo para falar de algo considerado-ingenuamente- supérfluo. Até porque, Lygia é daquelas autoras que não colocam nada ao acaso. Tudo tem significado.
Objetos como eternidade. Sons como atormento. Luz e escuridão como símbolos.
Tudo clama. Tudo se debate. Tudo se submerge ou?.afoga.
~
?Mas pelo menos eles lutariam. E nesse aquário não há luta, filha. Nesse aquário não há vida.?
O presente se torna dependente do passado.
Incapaz de ser igual ao passado, mas com uma incompatibilidade com o presente.
O imutável, é necessitado pela protagonista.
Raíza vive dentro do seu aquário, ao qual
não quer sair.
Porque é confortável. Porque é seguro. Porque é conhecido.
Sem se deixar conhecer águas novas. Lutar. Se encontrar. Viver. Se permitir.
Por mais que diga aos outros que ela está buscando uma nova versão de si mesma.
Ela não consegue deixar para trás quem ela é.
(Porque talvez, ela não devesse.)

?Estou só, logo, existo.?
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