Correspondências

Correspondências Clarice Lispector




Resenhas - Correspondências


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Luciano 21/05/2021

Bem interessante conhecer a Clarice assim "de perto". Eu curti bastante a leitura.
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Márlon 14/01/2021

Clarice sempre foi uma obsessão: li o primeiro livro na faculdade, porque estava apaixonadinho por um menino que vivia com livros dela à tiracolo e depois, virou meio que uma descoberta de mim, a cada leitura! ?Correspondências? pareceu-me a chance de conhecer uma outra Clarice, em seu íntimo, nas trocas, confidências, conselhos e afetuosidades... O livro traz todos estes elementos, contudo, também fala de uma futilidade, de um elitismo, de uma pessoa que, talvez, eu não estivesse pronto pra conhecer/perceber. Tem dessas coisas quando o artista é humanizado. Não perdi minhas ilusões, mas, Clarice vai descansar um pouco em minha estante até eu estar pronto pra descobrir mais dela (e de mim).
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Edson Camara 25/03/2021

Se você nunca leu Clarice, pode começar por este livro, se já leu, sabe do que estou falando.
Este livro maravilhoso contém a essência da vida desta mulher extraordinária. Sua correspondência pessoal cobrindo desde sua juventude em 1941 até seu último ano entre nós, 1977.
São 129 cartas, sendo 70 escrita por ela e 59 recebidas.
Seus correspondentes vão desde seu marido Maury Gurgel Valente, os amigos Bluma Wainer e Fernando Sabino, com quem manteve uma rica e frutuosa correspondência, até trocas mais pontuais, como as de Manuel Bandeira e Fernanda Montenegro.
Lendo sua correspondência testemunhamos o processo de amadurecimento da escritora e sua obra com menções desde seu primeiro livro.
Clarice era uma pessoa normal, com problemas normais como falta de dinheiro e preguiça de escrever.
Por isso suas cartas são tão prazerosas de ler.

Concluo a resenha com uma das últimas cartas recebidas por ela, aqui transcrita na íntegra mostrando o amor que Clarice tinha pelo Brasil. Escrita por Alberto Dines.

Clarice querida: A Folha publicou este comentário de Vilma há dias. Já li A hora da estrela, você é a única escritora brasileira que a vislumbrou. Mas para isto tem que haver uma alma judia fazendo perguntas tão embaraçosas e perplexas. Você é muito sapeca mesmo: quando a gente começa a ficar com horror deste país e doido para tentar o êxodo vem você e esparrama esta dose de melancólica ternura por esta terra de palmeiras e sabiás. Um beijo saudoso Dines

O livro trás um pequeno presente de ouro em suas Notas Biográficas, uma pequena descrição de todas as pessoas que trocaram cartas com Clarice nesta seleção de sua correspondência. Para mim valorizou muito toda a leitura anterior destas cartas. Muitas delas ficaram mais claras após saber um pouquinho da biografia de quem escreveu e recebeu cartas de Clarice, um privilégio de poucos.
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GilbertoOrtegaJr 26/07/2016

Correspondências – Clarice Lispector
Eu, com toda certeza, não sou a única pessoa que após ler algum texto escrito por Clarice Lispector sentiu um grande desejo de ler toda a sua obra, e também aquilo que foi escrito sobre ela. Ao contrário, o número de pessoas que tem este mesmo interesse é muito grande. Logo, quando tive a chance de conseguir o livro Correspondências não pensei duas vezes e tratei logo de garantir de que este exemplar chegaria as minhas mãos, até porque eu já tinha em mente após leitura dar ele a um amigo muito querido, que gosta muito mais do que eu desta autora.

O livro, que foi organizado por Teresa Montero, o livro traz 129 cartas, e abrange quatro décadas da vida da autora, de 1940 até a sua morte em 1977. As cartas são dos mais variados temas e interlocutores, desde cartas enviadas para o então presidente Getúlio Vargas onde ela pede ao presidente que a ajude na obtenção de sua naturalização. Ou cartas de pessoas que ela se comunicava regularmente como os amigos escritores Fernando Sabido, Lúcio Cardoso, Rubem Braga e alguns outros.

Há também cartas mais íntimas como as que ela trocava com suas irmãs Elisa Lispector e Tania Kaufmann, com seu marido Maury Gurgel Valente, ou que ela escreveu ao seu filho, Paulo Gurgel Valente, quando ele esteve estudando por um tempo nos Estados Unidos. Temos também cartas de grandes amigas como Bluma Wainer e a até mesmo de uma jovem garotinha que se inspirava em Clarice para ser escritora (Andréa Azulay).

Pessoalmente para mim as cartas mais chatas são em primeiro as de Andréa Azulay, pois nada contra uma garota ser mais esperta que os da sua faixa etária, pelo contrário até gosto de crianças prodígios, mas no caso dela parece que ela está sempre forçando a barra, tentado fazer as coisas para receber atenção dos seus pais e de Clarice, e por esta ela nutre uma grande admiração e respeito. E em segundo as de Bluma Wainer, que são cartas sempre marcadas pelo seu tom de lamúria e reclamação de tudo.

Em contraponto a isso, as que eu mais gostei são as cartas trocadas com seus colegas escritores, e olhe que são várias cartas e vários escritores; João Cabral de Melo Neto, Lygia Fagundes Telles, Fernando Sabino, Manuel Bandeira, Érico Verissimo, Lúcio Cardos, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade. Para mim estas são as cartas mais interessantes, pois elas estão ligadas a carreira de Clarice como escritora e sua relação com a literatura.

Ao contrário do que se possa imaginar Clarice não tem nada de diferente das outras pessoas, nem nada fora do comum, talvez a única coisa diferenciada nela seja uma grande sensibilidade com as coisas ao seu redor, o que faz que ela capte aquilo que acontece ao seu redor e ela consegue passar isso para seus textos de forma incrível. Apesar de ser uma leitura deliciosa eu acredito que ela poderia satisfazer muito mais quem realmente se interessa por quem é Clarice, com isso eu não quero dizer que as cartas conseguem dar contas de todas as facetas da autora, ao contrário elas nos mostram um pouco, mas não podem ser vista de forma alguma como forma definitiva de compreender a escritora, e talvez ai resida a grande graça de Clarice, o fato de ela ser uma mulher comum e simples, e em paralelo a isso uma grande escritora, que foi capaz de produzir obras primas e que criam fortes laços com quem a lê.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2016/07/26/correspondencias-clarice-lispector/
Renata CCS 27/07/2016minha estante
Há um certo sentimento de violação quando lemos a correspondência de outros, não é? Mas confesso que acho fascinante! Adorei a sua resenha.


GilbertoOrtegaJr 27/07/2016minha estante
Re, tem sim, tem momentos em que eu vejo algumas coisas e penso será que o autor gostaria de ter isso publicado




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Mar duh 23/04/2024

Cartas pra quem merece
"E você tem bem razão de não querer sair do Brasil.Se sair, que seja por um pouco tempo, só pra dar uma espiada, e voltar."
Quero escrever e receber uma carta aaaah!!!
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Gabi.mopra 02/02/2024

Foi maravilhosa a experiência de ter Clarice pertinho de mim! Amei entender melhor seu cotidiano e sentir sua delicadeza e doçura em cada carta?fossem elas à sua família, amigos ou autoridades.
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carla 29/12/2022

te amo clarissinha
queria ter/receber pelo menos um pouquinho do amor que tinha dentro dela.... o jeitinho amoroso que ela falava com todo mundo afff
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Luiza 16/08/2023

Boa sensação
Devorei esse livro. foi muito bom conhecer esse lado de clarice. me diverti, fiquei reflexiva. tem muita coisa linda nesse livro. trocas lindas, mesmo as mais cotidianas. a sensação toda vez que eu terminava de ler era ótima. um sentimento de que a vida é bonita e vale a pena ser vivida. vontade de conhecer clarice muito mais
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Karol 03/01/2021

Tempo da delicadeza
Assim como em "Cartas perto do coração", que traz a correspondência com o amigo Fernando Sabino, Clarice Lispector se desnuda: é a mãe zelosa, a irmã dedicada, a amiga carente, a mulher com problemas financeiros. É também de uma força e de uma fragilidade ímpar para enfrentar os percalços que a vida lhe impõe.
Para quem gosta de livros epistolares, é a opção certa.
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Evelize Volpi 11/10/2021

Correspondência diversa de Clarice Lispector.
Um livro adorável, para quem gosta de leitura de Correspondência.
Leia Clarice, conheça Clarice, essa escritora é Encantamento Puro!
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latinananat 09/01/2023

fenomenal
que cartas formidáveis,estou anestesiada com tanto
conhecer mais clarice de pertinho é belíssimo
sublinhei tanto,mais tanto!!
quero morar em tantas cartas..
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Lilix / outrasbagatelas 23/12/2009

para ter na cabeceira.
Adoro cartas e as da Clarice são trocadas com pessoas inteligentíssimas e de grande sensibilidade.

Vale: a troca entre Clarice e Daniela, filha de seu terapeuta, de 9 anos e que escreve lindamente.

Poesia pura!
Itati 21/04/2022minha estante
Concordo totalmente: para ter na cabeceira!!!




DIRCE 22/06/2010

Clarice desmistificada?
Esperava encontrar nesse livro uma Clarice Lispector desmistificada e penso que posso dizer que encontrei. Acho que encontrei mais do que isso: acredito que me deparei com uma mulher carente, que mendigava respostas das cartas enviadas, cartas que, de certa forma, preenchiam o seu isolamento decorrente do espaço geográfico e do seu temperamento.
Encontrei também uma mulher que conseguia brincar, zombar, contar piadas, ser irônica (de forma deliciosa) e mais: encontrei a Clarice “amiga do peito”( aquela que queremos ter como amiga), a Clarice MÃEZONA – não só para os seus filhos, mas também para suas irmãs e a Clarice cidadã preocupada com o cenário político.
“Correspondências” além de me permitir “conhecer” uma Clarice ( será que eu posso afirmar desmistificada?), me permitiu“conhecer” pessoas encantadoras como Bluma Warner - suas cartas (como bem disse a Ju) são sensíveis e cheias de saudades.
Entretanto, devo confessar que fui tomada por certa frustração: a de não conhecer algumas respostas às cartas remetidas pela Clarice, principalmente àquelas enviadas ao seu filho Paulo.
AMEI.

PS.: Deixo aqui duas provocações aos amantes de Clarice que ainda não leram esse livro - apenas para sentirem um “gostinho”.

Provocação 1:
Berna, 31 de outubro 1946.
Alô, Lúcio,
isto é apenas para perguntar como você vai.
O que? Ah, estou bem obrigada(...)
O que? desculpe, não estou mais ouvindo,
a distância é grande, minha "aura"está
acabando e o esforço dessa comunicação
é sobre- humano que mal tenho forças
para assinar
Clarice.
-----------------------------------------------------------------
Provocação 2:
Washington, 7 de setembro de 1956.
Sexta –feira, 10 horas a.m

Prezados Sr e Sra E. Veríssismo,
Como é do conhecimento dos senhores, meu marido e eu, não tendo infelizmente religião (por enquanto)[...]Desejo perguntar se acreditam na possibilidade de padrinhos leigos.Eu acredito. No caso do sr. É e da senhora Fal também acreditarem , essa carta os convida a serem padrinho e madrinha de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem gostando deles. [...] Mas a verdade é que por três anos, vocês têm sido os padrinhos deles, por tácito, espontâneo e comum acordo. Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava se tornando escandalosa.[...]
Na esperança do convite ser aceito, ouso assinar
Comadre Clarice
(sempre tive secreta inveja da comadre Luiza).
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Lígia Guedes 09/08/2010

Correspondências - Clarice Lispector
domingo, 8 de agosto de 2010
Clarice Lispector - Correspondências



Nova York, 10 de junho de 1946
"Clarice,
Esta é a quarta carta que inicio para responder a sua. A primeira eu deixei no Brasil, só trouxe a primeira página, que vai junto. A segunda eu rasguei. A terceira eu não acabei, vai junto também. Hoje recebi uma carta do Paulo, dizendo que não tinha mandado até agora a resposta dele. Positivamente somos uns cachorros irremediáveis. Você por favor não ligue para isso não. Pode ter certeza de que não te esquecemos." (...)
Fernando Sabino

Nova York, 17 de setembro de 1946
Clarice,
(...)"Como eu já disse, gostei muito do seu conto: admiravelmente bem escrito, não falta nada nem sobra nada. Se permite duas ou três sugestões: onde você fala primeira vez que o homem carregava um saco, sugiro que diga saco de linhagem, ou de pano etc... "... tirou a pá do saco" me soa desagradável. Parece que não há mais nada. É em verdade um conto tão bonito, Clarice, um conto que só se escreveria na Europa, na Suíça. Por ele posso perceber uma coisa muito importante do conto: que você está escrevendo bem, com calma, estilo seguro, sem precipitação. Talvez porque agora você já não esteja sofrendo muito: o que é preciso é sofrer bem: é uma diferença bem importante, para a qual o Mário sempre me chamava a atenção. A gente sofre muito: o que é preciso é sofrer bem, com discernimento, com classe, com serenidade de quem já é iniciado no sofrimento. Não para tirar dele uma compensação, mas um reflexo. É o relexo disso que vejo no seu conto, você procura escrever bem, e escreve bem. Me deu vontade de enunciar um trísmo: "O problema para quem escreve é antes de tudo um problema literário." Álvaro Lins.
Fernando Sabino

Correspondências inclui 129 cartas, que cobrem quatro décadas da vida de Clarice, dos anos 1940 até pouco antes da morte da autora, ocorrida no Rio de Janeiro em 1977. Entre seus correspondentes estão o marido, Maury Gurgel Valente, os amigos Lúcio Cardoso, Bluma Wainer e Fernando Sabino, com com manteve uma rica e frutuosa correspondência, até trocas mais pontuais.

Berna, 19 de junho de 1946 - quarta-feira
Fernando,
Sua carta me surpreendeu tanto! Eu tive a impressão de ter caído numa coisa assim: de jogar verde para colher maduro ou de ir buscar lã tosquiada, ou dois e dois são quatro - eu escrvi para vocês no Rio, na sua casa, e você me responde de Nova York.
Clarice

Berna, 13 de outubro de 1946
Fernando,
(...)"Talvez seja orgulho querer escrever, você às vezes não sente que é? A gente deveria se contentar em ver, às vezes. Felizmente tantas outras vezes não é orgulho, é desejo humilde. Enquanto isso, estou me divertindo tanto quanto você não pode imaginar: comecei a fazer uma "cena" (não sei dar o nome verdadeiro ou técnico); uma cena antiga, tipo tragédia idade média, com... coro, sacerdote, povo, esposo, amante..."
Clarice

As cartas eram o contacto de Clarice com o mundo e a necessidade de se manter viva. Por este motivo Clarice dava ênfase a sua necessidade de respostas. Verdadeiros poemas ao longo da ordem cronológica que o livro Correspondências vai sendo apresentado pode ser captado o crescimento interior de Clarice, como a paciência foi um mestre em sua vida de eterna poesia e carinho com o próximo. O livro é um retrato da trajetória biográfico-literária, do contexto cultural e sociopolítico da época atingido através de sua correspondência com escritores, artistas, intelectuais e familiares, seus amigos.

Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, pequena cidade da Ucrânia, e chegou ao Brasil aos dois meses de idade, naturalizando-se brasileira posteriormente. Criou-se em Maceió e Recife, transferindo-se aos dozes anos para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária. Viveu muitos anos no exterior, em função do casmaento com um diplomata brasileiro, teve dois filhos e faleceu em dezembro de 1977.

Encerro também com Sabino e o interessante texto:

"Só de pensar que você estará lendo esta carta muitos dias depois de ter sido escrita me dá vontade de não mandar. Mas mando, isso é uma desonestidade. Você nos escreveu há um mês. Juro que não faço mais isso, fi só da primeira vez, agora não faço mais. Me escreva que responderei imediatamente. Como vai indo o seu livro? O que é que você faz às três horas da tarde? Quero saber tudo, tudo. Você tem recebido notícias do Brasil? Alguém mais escreveu sobre o seu livro? É verdade que a Suíça é muito branca? Vôcê mora numa casa de dois andares ou de um só? Tem cortina na janela? Ou ainda está num hotel? Oh, meu Deus, Seminarstrasse será simplesmente um hotel? Qual é o cigaro que você está fumando agora? Pipocas, Fernando (14)!"

14 - Referência a sua predileção por pipocas, que a levou um dia a me assustar com esta incontida exclamação de alegria infantil, ao passarmos no meu carro em Copacabana diante de um pipoqueiro.

Demais!

Lispector, Clarice, 1920-1977 - Correspondências / Clarice Lispector; organização de Teresa Montero - Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
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